Recentemente, assisti a uma aula para calouros na Penn State University e me lembrei deste artigo que escrevi há algum tempo sobre Gramsci. Eu o ofereço à TIA para publicar em seu site. A mensagem básica é que a Penn State espera que seus alunos aceitem qualquer coisa na ordem moral, sem levar em consideração sua imoralidade. Não fazer isso seria mostrar preconceito, ou seja, apontar o comportamento certo e diferenciá-lo do errado.
Nós não podemos aceitar este mundo amoral, relativista e tolerante em que vivemos. É um mundo em que os revolucionários defendem a diversidade de gêneros, como fica evidenciado por muitos exemplos que encontramos diariamente nas universidades, por exemplo, os autômatos estudantis que representam a Comissão de Lésbicas, Gays, Equidade Bissexual e Transgênero na Penn State, cujo único deus é o pluralismo e que prega livremente esse falso evangelho da equidade
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Em suma, a consequência lógica dessa lavagem cerebral é a completa perda de moralidade, uma vez que a ausência de absolutos morais leva apenas à anarquia. O termo Quarto Poder refere-se à imprensa, tanto em sua capacidade explícita de defesa quanto em sua capacidade implícita de enquadrar questões políticas.
Lenin e Stalin representam: o estilo brutal da tirania comunista |
Aristóteles em sua Política (livro V, c. 11) descreve duas maneiras de preservar as tiranias. Uma maneira é a tradicional política de repressão do tirano, que é análoga à política da democracia extrema. Seus três objetivos principais são quebrar o espírito dos súditos, semear desconfiança entre eles e torná-los incapazes de agir.
A outra maneira, mais sutil, é assimilar a tirania a uma forma monárquica de governo – um reino – por meio de uma boa administração e pelo exercício de restrições pessoais. O tirano sábio deve se esforçar para "embelezar a sua cidade, observar o culto público, honrar os bons, manter suas próprias paixões sob controle e colocar a seu favor o maior apoio social possível". Aristóteles diz que fazendo isso, o tirano esperto pode prolongar seus dias e alcançar um estado de "meia-aceitação.”
Examinemos mais de perto os objetivos da repressão tirânica e as ações dos "tiranos sábios" contemporâneos, analisando os instrumentos com que eles costumam escravizar aqueles confiados aos seus cuidados em nome de uma liberdade ilusória confundida com licença.
Dois tipos de tirania
No que diz respeito à repressão tirânica, a quebra do espírito dos súditos é conseguida pelo medo e terror, humilhação e a dependência forçada dos súditos à autoridade tirânica, até chegar à completa submissão. A desconfiança é semeada entre os súditos, destruindo amizades, antes de tudo e principalmente. Isso é feito isolando indivíduos, tornando-os estranhos e, finalmente, inimigos das várias associações prejudicadas no processo.
Por fim, o tirano deve tornar os sujeitos incapazes de agir, ou seja, eles não devem ter poder para começar a agir, sendo reduzidos a nada mais que escravos. O tirano, neste caso, é chamado apropriadamente déspota. A inatividade ocorre quando os sujeitos são ignorantes, passivos e carecem de meios, por exemplo, de propriedade privada, para ter alguma esperança de influência política. Esses três objetivos são indicativos de uma política que se impõe pelo silêncio, coerção e violência.
Tendências hippies formam idéias comunistas |
Qual é a relação entre os três objetivos da repressão tirânica? Simplificando, as consequências naturais de semear a desconfiança entre os sujeitos tornam os indivíduos incapazes de se agruparem para realizar uma ação eficaz, o que leva a um colapso total do espírito. Que melhor exemplo disso do que o Socialismo marxista, que hoje emprega os métodos do revolucionário italiano Antonio Gramsci para atingir seus objetivos.
Gramsci (1891-1937) percebeu que o caminho para conquistar o Ocidente era através da mudança cultural de idéias, da revolução cultural, não pela violência. As instituições, a sociedade e até as religiões devem ser conquistadas gradualmente pelo sistema socialista de valores, crenças e moralidade. Líderes locais, administradores de escolas, grupos de direitos civis devem espalhar o fermento revolucionário, esclarecendo a "consciência" das minorias e outras "vítimas" da burguesia sociedade capitalista e quebrando a hegemonia de uma sociedade sólida. A escola Gramsci buscava conquistar dividindo, criando agitação e insatisfação.
Hoje, os discípulos Gramsci (1) estão dando prioridade ao isolamento de indivíduos, espalhando chavões aliciantes, como o multiculturalismo, pelo qual nosso lema nacional “a partir de muitos, chegamos a um” é substituído por “a partir de um, chegamos a muitos.” A sopa do caldeirão Americano tornou-se uma bebida de bruxa. Em vez de reunir várias culturas para o benefício de um único todo, vemos o isolamento forçado de culturas étnicas individuais em nome de sua suposta glorificação.
Correção política: fruto do pensamento de Gramsci
Se você conferir as diretivas para assuntos estudantis na maioria das faculdades hoje você verá alguma referência a esse isolamento multicultural como parte da política oficial, uma política que por osmose filtra para nosso ensino secundário e primário. Em vez de fazer com que os novos alunos sintam que são parte de um consenso unificado que trabalha para o bem comum da sociedade, buscando a verdade sem compromissos, e por isso aprendendo no processo a se tornarem bons cidadãos, eles são marginalizados pela criação de facções multiculturais que enfatizam uma disparidade que não existiria sem essa "celebração da diversidade", que engloba os comportamentos mais contrários à natureza que se possa imaginar.
Marcha para o orgulho juvenil de gays / lésbicas" |
O que está acontecendo é o extremo que na Política Aristóteles adverte para ser evitado a todo custo. A luta de classes e o caos são frutos inevitáveis dos pensadores gramscianos "iluminados" que dominam a academia e o Quarto Poder – a Imprensa – e estão implantando um novo totalitarismo. Não é a versão stalinista, por certo, mas sim uma versão americanizada mais sutil, cujos Gulags modernos são a demonização pública de quem se atreva a criticar o que é “politicamente correto” que está sendo imposto para subverter culturas inteiras em benefício do plano socialista – vamos chamá-lo de "nova ordem mundial.”
Qual é a consequência desses Gulags americanos? Os súditos ficam incapazes de agir, ou seja, não têm poder para iniciar a ação por medo do ridículo que recebem, caso tentem fazer algo em sentido contrário. Eles têm sido reduzidos a nada mais que escravos. Se eles fizerem alguma ação fora do politicamente correto, são marcados como ignorantes e, como resultado direto da intimidação; eles se tornam “cordeiros,” por medo de fazer qualquer coisa que possa desprestigiar a eles ou suas famílias. Sua influência política se torna nula e sem efeito como resultado das concessões que fazem aos intimidadores gramscianos.
O que nos resta é um colapso total do espírito, a fase final da repressão tirânica, na qual os súditos são paralisados pelo medo, terror e humilhação; sua apatia induzida amedrontada termina em completa submissão à vontade da autoridade tirânica.
O manipulador como o tirano ‘bom’
Concentramo-nos agora na sobrevivência dos tiranos "sábios," que dão a impressão de serem algo muito diferente do que realmente são. Em sua discussão sobre essa segunda maneira de preservar as tiranias, Aristóteles usou o exemplo de uma tirania tendente a um reinado por seu exemplo, com o tirano dando a impressão de que ele é um protetor benevolente através das aparências de uma boa administração e por sua auto-disciplina pessoal. Os requisitos de Aristóteles para da a aparência pública de ser um "bom tirano" eram que o tirano deve, pelo menos de vez em quando, honrar os bons, manter suas paixões sob controle e obter o máximo de apoio social possível para sua agenda.
Uma marcha pró-aborto liderada por celebridades feministas |
Como essa figura do "bom tirano" é alcançada hoje? Ela é alcançado através de uma classe própria de indivíduos que são o produto de uma doutrinação mascarada na educação, desde o jardim de infância até os cursos de pós-doutorado - “os manipuladores” que levam a mentira a extremos impensáveis. Esses indivíduos estão convencidos da bondade e da necessidade de sociedades gramscianas pseudo-democráticas. Eles são um requisito absolutamente necessário, a fim de fazer as massas acreditarem que estão entrando em um paraíso político quando estão caminhando para sua própria destruição. Eles são encontrados não apenas no establishment secular, mas, mais importante, no clero, pois é a religião que deve ser suprimida acima de tudo para que o deus do materialismo seja entronizado pela Nova Ordem Mundial.
O que esses manipuladores nos dizem sobre vida e morte? Eles nos dizem que matar inocentes no que deveria ser seu lugar mais seguro de refúgio, o ventre da mãe, é justificado porque as mulheres têm algo chamado “direitos reprodutivos,” direitos que convenientemente ignoram o direito à existência de seus bebês. O que levanta a questão de onde estariam os promotores da Paternidade Planejada se suas mães pensassem que eles não passavam de uma “escolha” a poderia ser descartada à vontade?
Eles nos dizem que estar inclinado a atos sexualmente perversos contra a natureza é uma causa de ação afirmativa, celebrando a homossexualidade como uma causa famosa e exigindo direitos especiais disfarçados de direitos civis que já são usufruídos por aqueles que sofrem de distúrbios do desenvolvimento. Eles nos dizem que a legislação sobre crimes de ódio é necessária para impor uma punição especial por “pensamentos errados” e, por ignorância, fingem que ela se baseia em um princípio fundador da América, justiça igual sob a lei. Ofereceriam maior proteção àqueles nas categorias de crimes de ódio aprovados e protegidos, punindo aqueles que os ofendem, mas não vice-versa.
Progressistas querem que a doutrina siga seu estilo de vida |
Eles perpetuam politicamente o multiculturalismo e a diversidade, alimentando o fogo dos conflitos de classe para manter as chamas anárquicas acesas. O Estado totalitário é o único extintor de incêndio disponível, o recurso final quando a sociedade está cansada de viver em constante caos. E por último, mas não menos importante, no campo religioso – incluindo o protestantismo convencional, o judaísmo liberal e o catolicismo progressista , os manipuladores clericais reforçam tristemente todos os itens acima através das alianças inter-religiosas e da pregação da tolerância. Assim, eles enganam o público para acreditar que estão aderindo aos princípios de sua fé, na medida em que esses mesmos ensinamentos estão sendo subvertidos através da reinvenção progressista para estar em sintonia com os tempos.
Em resumo, o que estamos vendo hoje na América é a versão democratizada de um Estado totalitário. Os promotores de Gramsci aprenderam bem suas lições. Não precisamos mais esperar que os bárbaros derrubem os portões; há muito tempo eles estão na cidade a nosso convite por causa de nossa apatia. Falhamos em fazer qualquer coisa para evitar a confusão da liberdade autêntica com a licença. É dessa apatia que os tiranos dependem, mais do que qualquer outra coisa, para a existência deles. Vemos concretamente a conseqüência final dos três objetivos de repressão tirânica de Aristóteles.
A tirania marca o limite real ou a destruição da polis e uma vida humana decente. A ironia é que os tiranos modernos dão a impressão de que abominam a escravidão em todas as suas formas e, ao mesmo tempo, fazem seus súditos escravos de suas próprias paixões prometendo mentirosamente uma ilimitada e disempedida liberdade de expressão para cada um, liberdade esta que nunca existiu. Agora, os tiranos modernos tornaram-se tão descarados que não há mais necessidade de fingirem ser homens honrados. Seus súditos ficaram tão embotados através de gerações de doutrinação mascaradas como educação, que não conseguem mais distinguir a fantasia da realidade. Lembre-se de que a ignorância é uma condição importante para a preservação dos tiranos. Se não fôsse isso, como explicar a popularidade de demagogos como os Clintons que não dão nenhum pretexto para parecerem honoráveis?
Postado em 27 de setembro de 2019
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