Maneiras, Costumes, Vestuário
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Graças a Urbanidade- III
O projeto da família e da vida em sociedade
No artigo anterior mostramos como os pais católicos estáveis formaram santos notáveis como Santa Teresa do Menino Jesus e São João Bosco.
Acrescentarei agora mais um exemplo: o de Santa Bernadette Soubirous. Nos relatos das Aparições, Bernadette é muitas vezes apresentada como uma menina pobre, frágil e sem muita personalidade que viveu uma vida miserável com sua família no Cachot, uma cela abandonada que pertencia a um parente de seu pai. Isso retrata uma imagem errada da realidade.
Quando ela nasceu em 7 de janeiro de 1844 em Moulin de Boly, ela foi a primeira filha de seus pais orgulhosos e piedosos, o moleiro François Soubirous e Louise Casterote, uma lavadeira. Na época de seu nascimento, sua família era relativamente próspera. Mais tarde, os Soubirous foram abençoados com outros oito filhos, e Bernadette cresceu em uma família muito unida, onde foi amada e cuidadosamente formada em bons costumes e piedade.
Dez anos de felicidade nos primeiros anos decisivos de sua infância lhe deram uma personalidade estável e firme, claramente evidenciada por seus traços fortes e seu olhar penetrante. A queda da família na pobreza devido a uma série de questões infelizes não conseguiu apagar essa forte formação inicial. Bernadette, aos 14 anos, continuou a desenvolver seu caráter vivo, forte e generoso, mesmo nas circunstâncias reduzidas da família; aqueles que a conheciam afirmavam que ela era espirituosa e incapaz de enganar.
Mais uma vez, vemos como a sã moral e a sábia doutrina da Santa Igreja podem moldar as famílias e formar seus membros com solidez moral e equilíbrio psicológico. Esse fundamento, junto com a fé, sustentou Bernadette, seus pais e irmãos nos sofrimentos que sofreram depois que a família perdeu a estabilidade material advinda do ofício do pai; seus bens eles perderam; sua estabilidade moral não a perderam.
A busca desesperada de riquezas e bens materiais, prestígio social ou intensa satisfação emocional não são os princípios a serem admirados e praticados se o que queremos é contribuir para o triunfo e reinado dos Sagrados Corações de Jesus e Maria nas famílias e sociedade. Para atingir esse objetivo, devemos retornar aos sólidos valores morais e à doutrina tradicional da Igreja Católica que guiou e preservou as famílias Martin, Bosco e Soubirous, apesar dos reveses da sorte e das circunstâncias.
Admiração e afeto
Como é concebida uma família católica? A resposta é magistralmente dada pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em seu artigo “Admiração e afetividade na família.”
“Quando uma família está bem ordenada,” observa ele, “ou conhece instintivamente, ou se esforça para descobrir, sua luz primordial, isto é, aquela virtude ou perfeição especial que é chamada a refletir de Deus. Esforça-se para cultivar ao máximo a admiração por ela. Uma admiração comum é a melhor forma de manter uma família unida. Admiração gera dedicação e sentimento de sacrifício por esse ideal.
“Quando o pai, a mãe, os filhos e a família extensa estão todos lutando pela realização de um ideal, esse mesmo ideal se torna um grande princípio orientador para a família. Os problemas se tornam muito mais fáceis de resolver. Paciência mútua, respeito, fidelidade dos cônjuges, e a obediência dos filhos são as consequências naturais dessa admiração comum. Cada membro da família está voltado para um objetivo religioso ou metafísico mais elevado, em vez de estar voltado apenas para si mesmo.”
Dr. Plinio continua assinalando que há famílias católicas – especialmente em nossos dias – que não edificam suas vidas sobre uma admiração comum, mas se estabelecem apenas sobre o afeto. E, embora o afeto seja, sem dúvida, um sentimento muito nobre, gera melhores resultados quando subordinado à admiração.
Em suma, um afeto que nasce da admiração por um ideal comum torna-se um afeto profundo, estável e duradouro. O mesmo não se pode dizer de uma família unida apenas pelo afeto e pelas emoções. Tais famílias tendem a justificar os defeitos – mesmo graves aberrações morais – de seus membros em nome do “amor.”
Este sentimento de afeto nascido da admiração deve ser o elemento de união de toda a família. Quando esses sentimentos desaparecem, a família deixa de existir.
Isso explica o importante papel da mãe no lar, pois é seu papel particular fornecer afeto e nutrir seus filhos. Quando a mãe sai de casa para entrar no local de trabalho, o afeto se apaga como a chama que se apaga no lar.
Quando a mulher sai de casa para entrar no local de trabalho, ensina o Papa Pio XII, “a atmosfera do lar esfria, o círculo familiar praticamente deixa de existir... e o centro da vida cotidiana será encontrado em outro lugar para o marido, para a própria esposa e para os filhos.” (Alocução aos recém-casados de 25 de fevereiro de 1943)
A forte afinidade interna que existe em uma família bem estabelecida também lhe confere uma forte unidade. Uma família muito unida ensina lições ao comunicar histórias do que aconteceu em seu passado. Assim, transmite sua história e modo de ser de uma geração para outra em uma tradição oral.
O que a família está realmente transmitindo não são apenas fatos e informações, mas princípios concretos de sabedoria viva. Suas histórias são verdadeiras parábolas que implicitamente dão lições e formam a família.
Essa unidade do conjunto baseada em longas tradições e histórias do passado contribui para a formação de uma forte afinidade interna com um afeto intenso.
As Bodas de Caná
O modelo ideal de família é, sem dúvida, a Sagrada Família: é o modelo a seguir. Percebemos a importância da família nas Bodas de Caná, quando uma nova família foi integrada à sociedade.
É maravilhoso pensar que o primeiro milagre público de Nosso Senhor foi feito a pedido de Nossa Senhora e que ocorreu em um evento social familiar, um casamento para o qual foram convidados. Nosso Senhor transformou a água em vinho e deu este presente aos noivos, que os fez parecer esplêndidos anfitriões. Graças a este milagre, puderam oferecer aos seus hóspedes o melhor vinho já servido na História.
Anne Catherine Emmerick relata os efeitos que este vinho produziu nos convidados das Bodas de Canaã:
“Vi que, enquanto todos provavam o vinho, era como se seus sentimentos mudassem, não apenas pela admiração pelo milagre, mas também pelo efeito do próprio vinho... Eles receberam uma força interna e uma mudança salutar em seus afetos. Todos os seus discípulos, parentes e todos os presentes estavam agora convencidos de seu poder, dignidade e missão sobrenatural.”
O amor de Deus ordena a alma, a mente e os costumes. Confere calma e serenidade profunda e, consequentemente, a capacidade de transmitir bondade aos nossos pares. Isso significa que cada pessoa, ao refletir em si os dons divinos, participa de alguma forma da realeza divina: ele é um rei, ela é uma rainha, e assim sabe tratar os outros com certa realeza e benevolência. Esta é uma definição do que é um hospedeiro.
Vemos, então, que o afeto e a amabilidade dentro de uma sã família católica são transmitidos naturalmente em seu relacionamento com outros familiares e amigos em situações sociais fora de casa.
Continua
Uma personalidade forte e estável desenvolvida em seus primeiros anos na casa da família perto do moinho, abaixo
Quando ela nasceu em 7 de janeiro de 1844 em Moulin de Boly, ela foi a primeira filha de seus pais orgulhosos e piedosos, o moleiro François Soubirous e Louise Casterote, uma lavadeira. Na época de seu nascimento, sua família era relativamente próspera. Mais tarde, os Soubirous foram abençoados com outros oito filhos, e Bernadette cresceu em uma família muito unida, onde foi amada e cuidadosamente formada em bons costumes e piedade.
Dez anos de felicidade nos primeiros anos decisivos de sua infância lhe deram uma personalidade estável e firme, claramente evidenciada por seus traços fortes e seu olhar penetrante. A queda da família na pobreza devido a uma série de questões infelizes não conseguiu apagar essa forte formação inicial. Bernadette, aos 14 anos, continuou a desenvolver seu caráter vivo, forte e generoso, mesmo nas circunstâncias reduzidas da família; aqueles que a conheciam afirmavam que ela era espirituosa e incapaz de enganar.
Mais uma vez, vemos como a sã moral e a sábia doutrina da Santa Igreja podem moldar as famílias e formar seus membros com solidez moral e equilíbrio psicológico. Esse fundamento, junto com a fé, sustentou Bernadette, seus pais e irmãos nos sofrimentos que sofreram depois que a família perdeu a estabilidade material advinda do ofício do pai; seus bens eles perderam; sua estabilidade moral não a perderam.
A busca desesperada de riquezas e bens materiais, prestígio social ou intensa satisfação emocional não são os princípios a serem admirados e praticados se o que queremos é contribuir para o triunfo e reinado dos Sagrados Corações de Jesus e Maria nas famílias e sociedade. Para atingir esse objetivo, devemos retornar aos sólidos valores morais e à doutrina tradicional da Igreja Católica que guiou e preservou as famílias Martin, Bosco e Soubirous, apesar dos reveses da sorte e das circunstâncias.
Admiração e afeto
Como é concebida uma família católica? A resposta é magistralmente dada pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em seu artigo “Admiração e afetividade na família.”
O convivium natural de uma família dá calor e propósito à vida
“Quando o pai, a mãe, os filhos e a família extensa estão todos lutando pela realização de um ideal, esse mesmo ideal se torna um grande princípio orientador para a família. Os problemas se tornam muito mais fáceis de resolver. Paciência mútua, respeito, fidelidade dos cônjuges, e a obediência dos filhos são as consequências naturais dessa admiração comum. Cada membro da família está voltado para um objetivo religioso ou metafísico mais elevado, em vez de estar voltado apenas para si mesmo.”
Dr. Plinio continua assinalando que há famílias católicas – especialmente em nossos dias – que não edificam suas vidas sobre uma admiração comum, mas se estabelecem apenas sobre o afeto. E, embora o afeto seja, sem dúvida, um sentimento muito nobre, gera melhores resultados quando subordinado à admiração.
Em suma, um afeto que nasce da admiração por um ideal comum torna-se um afeto profundo, estável e duradouro. O mesmo não se pode dizer de uma família unida apenas pelo afeto e pelas emoções. Tais famílias tendem a justificar os defeitos – mesmo graves aberrações morais – de seus membros em nome do “amor.”
A família moderna: luta e vulgaridade
em vez de admiração e afeto
Isso explica o importante papel da mãe no lar, pois é seu papel particular fornecer afeto e nutrir seus filhos. Quando a mãe sai de casa para entrar no local de trabalho, o afeto se apaga como a chama que se apaga no lar.
Quando a mulher sai de casa para entrar no local de trabalho, ensina o Papa Pio XII, “a atmosfera do lar esfria, o círculo familiar praticamente deixa de existir... e o centro da vida cotidiana será encontrado em outro lugar para o marido, para a própria esposa e para os filhos.” (Alocução aos recém-casados de 25 de fevereiro de 1943)
A forte afinidade interna que existe em uma família bem estabelecida também lhe confere uma forte unidade. Uma família muito unida ensina lições ao comunicar histórias do que aconteceu em seu passado. Assim, transmite sua história e modo de ser de uma geração para outra em uma tradição oral.
Uma família deve lutar por um ideal mesmo à mesa
Essa unidade do conjunto baseada em longas tradições e histórias do passado contribui para a formação de uma forte afinidade interna com um afeto intenso.
As Bodas de Caná
O modelo ideal de família é, sem dúvida, a Sagrada Família: é o modelo a seguir. Percebemos a importância da família nas Bodas de Caná, quando uma nova família foi integrada à sociedade.
Nosso Senhor fez Seu primeiro milagre
em uma ocasião social familiar
Anne Catherine Emmerick relata os efeitos que este vinho produziu nos convidados das Bodas de Canaã:
“Vi que, enquanto todos provavam o vinho, era como se seus sentimentos mudassem, não apenas pela admiração pelo milagre, mas também pelo efeito do próprio vinho... Eles receberam uma força interna e uma mudança salutar em seus afetos. Todos os seus discípulos, parentes e todos os presentes estavam agora convencidos de seu poder, dignidade e missão sobrenatural.”
O amor de Deus ordena a alma, a mente e os costumes. Confere calma e serenidade profunda e, consequentemente, a capacidade de transmitir bondade aos nossos pares. Isso significa que cada pessoa, ao refletir em si os dons divinos, participa de alguma forma da realeza divina: ele é um rei, ela é uma rainha, e assim sabe tratar os outros com certa realeza e benevolência. Esta é uma definição do que é um hospedeiro.
Vemos, então, que o afeto e a amabilidade dentro de uma sã família católica são transmitidos naturalmente em seu relacionamento com outros familiares e amigos em situações sociais fora de casa.
Continua
Postado em 3 de fevereiro de 2023
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