Maneiras, Costumes, Vestuário

Intimidade e distinção na vida da família
imperial austríaca

Prof. Plinio Corrêa de Oliveira

Painting of the Austrian Imperial Family

Pintura representando a Imperatriz Maria Teresa (1717-1780), Arquiduquesa da Casa da Áustria, casada com Francisco I (1708-1765), Casa de Lorena, Imperador do Sacro Império Romano-Alemão, e seus filhos.

Vemos nesta fotografia a família imperial austríaca reunida. A família está tomando café da manhã. Sobre a mesa há uma cafeteira prateada e duas xícaras pequenas. Certamente, o casal imperial acaba de ser servido.

Nota-se que as crianças estão brincando: a jovem tem uma boneca na mão; um dos meninos está no chão com vários brinquedos à sua frente. Outro menino está parado a uma curta distância.

Os móveis são de muito boa qualidade. Quanto ao tapete, percebe-se que é um bom tapete persa. Na parede há uma pintura de bom nível e uma lareira de alguma imponência. Não há muitos móveis; é evidentemente um quarto familiar íntimo.

O Imperador Francisco está de chinelos, robe de chambre e touca de dormir, já que o inverno na Europa é muito rigoroso. A Imperatriz Maria Teresa está vestida com uma roupa simples.

Na sua posição de Imperador e de Imperatriz, o que transparece nesta cena é a bonomia vienense. Ele tem o jeito de ser um homem comum da burguesia apesar de ser o chefe da Casa de Lorena e Imperador do Sacro Império. Se ela saísse para a rua como aparece na pintura, não chamaria a atenção.

O menino, com a mão no rosto, fica um pouco constrangido; parece que ele foi repreendido. O Imperador está lendo algo que a criança escreveu e há alguma tensão entre os dois. O Imperador parece estar adotando a atitude severa de um pai em relação ao filho. A irmã mais velha à esquerda está apoiando o irmão.

A vestimenta dos personagens retratados favorece a simples naturalidade, o repouso e a despretensão, manifestando o prazer da intimidade familiar, obviamente necessária ao equilíbrio de todo espírito humano. Sem o prazer da intimidade, este equilíbrio não existe. Não é, contudo, uma intimidade vulgar.

É impressionante como as crianças daquela época se vestiam. Eles estão vestidos como adultos; roupas infantis não foram usadas. Um menino habituou-se desde cedo a vestir-se como um homenzinho e a querer ser como um homem.

Observe a menina segurando a boneca: ela está vestida com uma saia longa e cheia. Essencialmente, não há diferença entre o vestido dela e o da mãe ou da irmã.

No entanto, o senso de propriedade ainda está presente. A Imperatriz está vestida como convém a uma jovem casada. A princesa está vestindo uma roupa rosa que não combinaria com a Imperatriz. Todo o senso de proporção é mantido. A atmosfera apresenta uma mistura do burguês e aristocrático, mas sem desarmonia.

O que aqui vislumbramos é o prazer da intimidade na alegria de uma vida familiar distinta e onde os costumes são preservados.

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