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Consequências do Vaticano II
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O Papa Incorrupto e os Faraós

Atila Sinke Guimarães

Há muitas coisas na vida de João XXIII que levantam suspeitas. O jovem padre Angelo Roncalli tinha uma grande admiração pelo modernista italiano Ernesto Bonaiuti, que não parece ter diminuido com o tempo. Como Cardeal e Patriarca de Veneza, ele era conhecido por seu apoio político indireto aos socialistas.

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O jovem Pe. Roncalli, acima, tinha uma grande admiração pelo modernista Buonaiuti, abaixo, a qual não diminuiu com o tempo

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Depois de ter sido escolhido Papa, suas ações continuaram a causar problemas, como, por exemplo, sua abolição tácita da militância católica com seu famoso ditado: "O comunismo é um inimigo da Igreja, mas a Igreja não tem inimigos". Ao promover a instalação do ecumenismo e do diálogo inter-religioso ele desejava impliciamente acabar com as condenações das heresias e dos erros do paganismo. Além disso, ao convidar os teólogos que anteriormente haviam sido condenados por Pio XII para servir como periti no Vaticano II ele aceitou tacitamente os erros da Nouvelle Théologie. A lista é longa. Os leitores que desejem mais detalhes ou documentos podem ler a nota 14 da Introdução no livro Animus Delendi I do mesmo escritor que assina esta coluna.

Não foi surpresa para mim que João Paulo II "beatificasse" João XXIII. Uma vez que todos os itens que regulavam beatificações e canonizações foram eliminados no novo Código de Direito Canônico tudo agora parece ter sido deixado à arbitrária escolha pessoal do Papa. E essa escolha não se tem mostrado tão rigorosa quanto eram os requisitos anteriores. Mais ou menos por toda parte ele está beatificando quem ele deseja.

Sobre este assunto um axioma parece aplicar-se bem a João Paulo II: "Potuit, voluit, ergo fecit" (Ele era capaz de o fazer, ele o queria fazer, portanto, ele o fez.)

O que me surpreendeu foi ouvir que o corpo de João XXIII foi encontrado incorrupto. Embora eu saiba que a incorruptibilidade do corpo de uma pessoa não é um sinal inequívoco de santidade, ainda assim seria um sinal forte. Estou firmemente convencido de que Angelo Roncalli não foi santo antes ou depois de sua ascensão ao pontificado. Assim, minha surpresa e minha perplexidade se explicam, quando recebi a notícia do corpo incorrupto. "Haveria uma causa natural? Ou poderia haver uma preternatural?" Eu não tinha elementos para responder e, em minha perplexidade, esperei calmamente por uma resposta.

A resposta me chegou cerca de 15 dias atrás, quando eu estava atualizando minha leitura. Eu me deparei com um relatório importante que resumirei abaixo. O relatório foi publicado no semanário italiano Famiglia Cristiana (n. 22, 2001) e eu me baseio também nas informações do boletim francês La Contre-Réforme Catholique (n. 8, agosto de 2001).

João XXIII tinha escolhido o Prof. Valdoni como médico pessoal, e este último era auxiliado pelo Prof. Mazzoni. Esses dois médicos ouviram falar da descoberta de um jovem colega, Dr. Gennaro Goglia, professor assistente do Instituto de Anatomia da Faculdade de Medicina da Universidade do Sagrado Coração, em Roma. Goglia descobriu um sistema para manter os cadáveres incorruptos. Os dois médicos do Papa entraram em contato com o jovem cientista e, quando o câncer de estômago reduziu João XXIII ao seu estágio final, eles pediram a Goglia que estivesse pronto para aplicar sua invenção ao Papa depois de sua morte. Os dois médicos já tinham falado com João XXIII sobre o assunto, e este último lhes dera um documento escrito, deixando-os encarregados de preservar seus restos mortais.

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O cadáver mumificado de João XXIII, usando uma máscara de cera, agora permanece em exibição na Basílica de São Pedro - Los Angeles Times, 4 de junho de 2001
Portanto, assim que ele morreu na noite de 3 de junho de 1963, Goglia foi contatado e levado ao Vaticano. Nos aposentos papais, ele colocou ao lado do cadáver um tripé que continha uma garrafa de plástico contendo dez litros de conservante líquido. Ele então começou o processo de injetar aquele líquido no corpo de João XXIII. Foi um procedimento longo, coroado de sucesso. Os presentes durante o processo, além de Goglia, foram o Prof. Mazzoni e dois criados de João XXIII, os irmãos Gusso. Dr. Goglia forneceu esses detalhes para Famiglia Cristiana em entrevista. Até então, toda a operação havia sido mantida rigorosamente secreta.

Eu quero deixar o leitor ler por si mesmo o fim do testemunho do médico, que hoje tem 78 anos. Aqui estão suas palavras:
"Colocamos o frasco contendo o líquido no tripé. Fizemos um pequeno corte no pulso direito e inserimos a agulha ali. Eu temia que o sangue saísse pelo tubo ou que o líquido rompesse a pele." Às 5 horas da manhã de 4 de junho a operação chegou ao fim, o líquido atingiu todos os capilares, bloqueando o processo de decomposição e injetamos alguns litros do líquido no estômago do papa, destruído pelo câncer, para matar as bactérias."
Aqui está a explicação. O corpo incorrupto de João XXIII deve-se a uma realização científica, não a um milagre que confirme a santidade de Angelo Roncalli. Se por si só o fato de um corpo permanecer incorrupto revelasse santidade, então os faraós do Egito que foram mumificados deveriam ser também considerados santos.

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