Arte e Arquitetura
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O poder formativo da Iconografia

Prof. Plinio Corrêa de Oliveira
Um princípio geralmente aceito na iconografia - que é de fato o resultado de um simples bom senso - afirma que as características e o porte das imagens devem refletir as virtudes das pessoas que elas representam. Desse modo, a arte contribui para a formação moral dos fiéis.

Este princípio, que implica atribuir à arte uma verdadeira missão na santificação dos homens, não pode ser questionado por nenhum Católico equilibrado com bom senso. É confirmado pelos sentimentos dos Católicos de todas as gerações, pela Tradição e pela Revelação. Em todas as épocas, a arte Cristã entendia que as imagens deveriam expressar santidade.

Sempre se considerou que era uma graça de santificação excepcional para os contemporâneos de Nosso Senhor e Nossa Senhora conhecer realmente seus rostos inefavelmente virtuosos. Na época da Transfiguração, o esplendor que irradiava de Nosso Senhor, Moisés e Elias, sem dúvida, expressavam não apenas a glória, mas também a infinita santidade de Cristo e a eminente santidade dos outros dois.

Em resumo, não há nada mais sólido, evidente, positivo e universalmente aceito em matéria de iconografia do que esse princípio.

*

Christ

Le Beau Dieu, Catedral de Amiens

Isso explica por que certas imagens, pela graça de Deus, fizeram tanto bem às almas que até causaram conversões.

Não seria difícil admitir que uma imagem como a de nossa primeira foto suscite sentimentos profundos de amor e temor reverencial a Nosso Senhor.

•  De temor, porque a força e a gravidade do porte, a nobreza do gesto e do semblante e a vigorosa majestade do Rei e do Mestre que emana discretamente dessa figura, naturalmente nos inspiram um humilde senso de nossa inferioridade, avivam a convicção de nossas imperfeições e nos faz ver quão vil, mesquinhos e censuráveis elas são.

•  De amor, porque tal grandeza coexiste com uma simplicidade tão extrema, uma ordem interior tão harmônica, um equilíbrio tão perfeito e uma suavidade tão profunda que impõem admiração e confiança ilimitada, enfim, amor.

*

Mas, se há imagens que podem nos fazer bem, infelizmente existem também aquelas que podem ter um efeito ruim.

altar
Quem diria que esse acrobata brutal e feroz que parece estar executando um violento passo de dança, vestido com roupas cacofônicas e apoiado por duas mãos ciclópicas e deformadas, poderia ser Nosso Senhor Jesus Cristo, que é a própria santidade e, portanto, de uma temperança, dignidade, elevação e nobreza infinitas?

Se esse ídolo sinistro, violento e extravagante fosse entendido como o ideal da perfeição moral, seria inegável que alguém estaria se afastando do caminho da santidade. Tanto que a arte, mesmo quando é chamada Católica, pode implicitamente transmitir graves e funestos erros contra a moral Católica.

Catolicismo, n. 56, agosto de 1955
Postado em 30 de dezembro de 2019

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