Modernização, Brutalização, Primitivismo por Plinio Corrêa de Oliveira

Feminismo

Modernização, Brutalização, Primitivismo

Plinio Corrêa de Oliveira

A alma feminina é uma fonte de graça, delicadeza e sensibilidade, que enriquece a vida moral e social da humanidade com valores espirituais que o homem não lhe confere. O equilíbrio da humanidade exige mulheres com uma rica estrutura mental, exibindo todos os dons próprios de seu sexo, assim como exige homens com almas profundamente viris. Seria absurdo educar uma geração de meninos da maneira mais efeminada possível. Não menos absurdo seria educar uma geração de meninas com a intenção de torná-las o mais masculinas possível.

Preparando a garota masculina tribal do futuro

Uma certa pedagogia de nossos dias, no entanto, parece ter esquecido completamente essa verdade trivial. E, em vez de formar meninas para o papel que elas terão naturalmente na sociedade, forma-as exatamente como se ela fosse um garoto que pretendia, no futuro, assumir o peso e as responsabilidades próprias ao homem.

Nossa imagem à direita fornece um exemplo disso. Mostra uma sala de jogos para uma garota. Na parede à nossa frente, há algo que lembra uma grande rocha longa com contornos rudes e irregulares. Nela são desenhadas figuras pseudo-infantis, que, na realidade, são tão semelhantes quanto possível às figuras de arte do homem primitivo. Pode-se dizer que esta caverna de pedra pré-histórica era para criar o ambiente do pequeno mundo em que essa garota formará sua alma.

De um lado da rocha, encontra-se uma diversão do tipo que as crianças da era das cavernas teriam procurado quando deixassem sua casa para brincar: subir em árvores. Um tronco seco que se prende do teto ao chão permite que a menina suba e desça quando quiser. Ao lado do tronco, há uma prancha com buracos grandes e assimétricos que lhe dão alguma variedade: ela pode atravessar os buracos se o subir e descer o tronco se tornar monótono.

Pés descalços e selvagem

Como terceira diversão, a criança pode se jogar no chão, felizmente substituída neste caso (a pedagogia moderna ainda é um pouco burguesa) por um colchão. É outra diversão que uma criança pré-histórica apreciaria.

A única coisa que falta neste ambiente de selva primitivo é o ar livre, o sol e as estrelas, que aqui são substituídas por luzes elétricas. Afinal, um céu elétrico para formar a sensibilidade de uma garota da era atômica é o que se poderia esperar.

Das coisas que nunca deveriam faltar em uma atmosfera destinada a formar meninas - harmonia, flores, pássaros -, encontramos apenas uma pomba no canto superior direito do muro. Suas linhas são rígidas, duras e frias, como se fossem de arame.

Que tipo de mundo essa pedagogia se prepara para nós?

Traduzido do Catolicismo, n. 27, Março de 1953
Postado em 21 de fevereiro de 2020

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