Consequências do Vaticano II
Francisco, os movimentos populares e
a foice e o martelo
Em 9 de julho de 2015, no Segundo Encontro Mundial dos Movimentos Populares em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, o Papa Francisco proferiu um longo e apaixonado discurso contra o capitalismo e a propriedade privada sob aplausos de líderes revolucionários marxistas e seguidores da Teologia da Libertação.
Entre esses líderes, além do presidente da Bolívia, Evo Morales, cuja jaqueta trazia uma grande foto do sanguinário "Che" Guevara, estava o brasileiro João Pedro Stedile, líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que promove a violência revolucionária há décadas em campo brasileiro, e o trotskista argentino Juan Grabois, especialista em promover a agitação urbana na periferia de Buenos Aires, chefe da Confederação de Economia Popular e membro da comissão organizadora do II Encontro Mundial dos Movimentos Populares.
Juntamente com outros delegados presentes, essas pessoas figuram entre os piores líderes revolucionários latino-americanos que restam dos tempos do comunismo. No entanto, Francisco os tratou como se fossem os melhores dos melhores, afirmando que suas ações eram "motivadas pelo amor fraterno," promovendo "mudanças positivas" na sociedade e representando o trabalho genuíno de "poetas sociais."
Francisco os encorajou, dizendo: “Nossa fé é revolucionária,” acrescentando: “Eu os carrego em meu coração.” O apoio de Francisco a essas tropas de choque revolucionárias não poderia ter sido maior.
“Chávez morreu e Fidel está doente. Francisco assumiu esse papel de liderança e está fazendo tudo certo,” gabou-se João Pedro Stedile, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Brasil, um dos organizadores do II Encontro Mundial dos Movimentos Populares, falando durante o evento em Santa Cruz de la Sierra (cf. Fabiano Maisonnave, enviado especial à Bolívia, na Folha de S. Paulo, 8 de julho de 2015).
Francisco enfatiza sua revolução na ecologia
Em um discurso inflamado, Francisco colocou os objetivos de sua revolução socioeconômica junto com os de sua própria revolução ecológica, dando primazia a esta última, “talvez a coisa mais importante que devemos assumir hoje.”
Este discurso papal e a recente carta encíclica Laudato Si sofrem, no entanto, de uma significativa e preocupante “lacuna” científica que, com todo o respeito, afeta uma premissa fundamental de ambos os documentos. Essa é a tese defendida pelos ambientalistas mais radicais e plenamente assumida por Francisco, de que a atividade humana - e não os ciclos naturais - são os principais culpados pelas atuais mudanças climáticas. Esta tese não é unanimemente apoiada nos círculos científicos mais respeitados e tem sido contestada por estudos acadêmicos de alto nível.
Ninguém sabe em que estudos científicos específicos e especialistas em ecologia se baseou o Pontífice, porque a bibliografia de ambos os textos não cita nenhum documento a esse respeito. Também é importante lembrar que em 27 de abril deste ano, 100 cientistas ambientais enviaram a Francisco uma carta implorando que ele não se deixasse enganar pelos argumentos de ambientalistas radicais e por análises que não foram demonstradas pela ciência ambiental.
A carta acrescentava que, sob o pretexto de ajudar os pobres, os ambientalistas revolucionários estão na verdade contribuindo com suas propostas para aumentar a miséria no mundo (cf. Destaque Internacional, “Francisco, aventura ecológica y ‘laguna’ científica,” 22 de junho de 2015).
Os mesmos líderes revolucionários já haviam recebido os mesmos elogios do Papa Francisco quando o I Encontro Mundial dos Movimentos Populares foi realizado no Vaticano em outubro de 2014. Para esses líderes revolucionários de inspiração marxista, isso foi, por assim dizer, uma espécie de media-op “beatificação” ainda nesta vida, tornando-se um “bem-aventurado” único de uma “igreja de cabeça para baixo” na verdade oposta à doutrina social católica ensinada pelos predecessores de Francisco (cf. Destaque Internacional: "Francisco, Publicidade 'Beatificação' dos Revolucionários e 'Tempestade Social,' 2 de novembro de 2014, e Nelson Ramos Barreto, "Encontro Mundial dos Movimentos Populares no Vaticano," 12 de novembro de 2014).
Em seu discurso em Santa Cruz de la Sierra, Francisco reconheceu que "nem o Papa nem a Igreja têm o monopólio da interpretação da realidade social."
É impossível entender como o Papa Francisco se cerca de líderes revolucionários, toma suas ideias como boas e lhes dá apoio quase incondicional sem antes ouvir os argumentos de renomados especialistas que afirmam, com dados concretos, que a propriedade privada, a livre iniciativa e a o princípio da subsidiariedade tem sido fonte de progresso social e redução da pobreza em todo o mundo, apesar de deficiências que devem ser corrigidas.
O socialismo, ao contrário, foi e continua sendo (como na Cuba e na Venezuela comunistas) um sistema econômico que intrinsecamente produz pobreza, luta de classes e conflito social.
Assim, algumas horas antes em La Paz, o Presidente Evo Morales entregou a Francisco, juntamente com a condecoração do Condor Andino, o Prêmio Luis Espinal em memória de um padre revolucionário assassinado em 1970. Esta medalha contém uma representação blasfema de Jesus Cristo em um martelo e foice, símbolos do comunismo. Francisco também recebeu uma réplica do crucifixo original esculpido em madeira feito pelo padre revolucionário.
Esta medalha blasfema parece ser um prenúncio simbólico trágico da direção que está sendo tomada pelo pontificado de Francisco nas esferas política e social. A agência de notícias católica ACI informou que Francisco decidiu colocar os dois prêmios aos pés da estátua de Nossa Senhora de Copacabana, padroeira da Bolívia. Para ele, estes prêmios são "símbolos de afeto e proximidade" e os recebeu do presidente Evo Morales com "carinho cordial e generoso" (cf. ACI, 10 de julho de 2015).
“Dada a atualidade do tema deste artigo (15 de julho de 2015), TIA do Brasil resolveu republicá-lo - mesmo se alguns dados são antigos - para benefício de nossos leitores.”
Javier González publicou pela primeira vez este artigo em espanhol no
Apuntes de Destaque Internacional em 12 de julho de 2015.
Os leitores podem contatá-lo em: destaque2016@gmail
Papa Bergoglio fala na reunião dos movimentos comunistas que convocou
Juntamente com outros delegados presentes, essas pessoas figuram entre os piores líderes revolucionários latino-americanos que restam dos tempos do comunismo. No entanto, Francisco os tratou como se fossem os melhores dos melhores, afirmando que suas ações eram "motivadas pelo amor fraterno," promovendo "mudanças positivas" na sociedade e representando o trabalho genuíno de "poetas sociais."
Francisco os encorajou, dizendo: “Nossa fé é revolucionária,” acrescentando: “Eu os carrego em meu coração.” O apoio de Francisco a essas tropas de choque revolucionárias não poderia ter sido maior.
“Chávez morreu e Fidel está doente. Francisco assumiu esse papel de liderança e está fazendo tudo certo,” gabou-se João Pedro Stedile, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Brasil, um dos organizadores do II Encontro Mundial dos Movimentos Populares, falando durante o evento em Santa Cruz de la Sierra (cf. Fabiano Maisonnave, enviado especial à Bolívia, na Folha de S. Paulo, 8 de julho de 2015).
Francisco enfatiza sua revolução na ecologia
Em um discurso inflamado, Francisco colocou os objetivos de sua revolução socioeconômica junto com os de sua própria revolução ecológica, dando primazia a esta última, “talvez a coisa mais importante que devemos assumir hoje.”
Participantes de mais de 40 países aplaudem entusiasticamente seu novo líder marxista Francisco
Ninguém sabe em que estudos científicos específicos e especialistas em ecologia se baseou o Pontífice, porque a bibliografia de ambos os textos não cita nenhum documento a esse respeito. Também é importante lembrar que em 27 de abril deste ano, 100 cientistas ambientais enviaram a Francisco uma carta implorando que ele não se deixasse enganar pelos argumentos de ambientalistas radicais e por análises que não foram demonstradas pela ciência ambiental.
A carta acrescentava que, sob o pretexto de ajudar os pobres, os ambientalistas revolucionários estão na verdade contribuindo com suas propostas para aumentar a miséria no mundo (cf. Destaque Internacional, “Francisco, aventura ecológica y ‘laguna’ científica,” 22 de junho de 2015).
Os mesmos líderes revolucionários já haviam recebido os mesmos elogios do Papa Francisco quando o I Encontro Mundial dos Movimentos Populares foi realizado no Vaticano em outubro de 2014. Para esses líderes revolucionários de inspiração marxista, isso foi, por assim dizer, uma espécie de media-op “beatificação” ainda nesta vida, tornando-se um “bem-aventurado” único de uma “igreja de cabeça para baixo” na verdade oposta à doutrina social católica ensinada pelos predecessores de Francisco (cf. Destaque Internacional: "Francisco, Publicidade 'Beatificação' dos Revolucionários e 'Tempestade Social,' 2 de novembro de 2014, e Nelson Ramos Barreto, "Encontro Mundial dos Movimentos Populares no Vaticano," 12 de novembro de 2014).
Em seu discurso em Santa Cruz de la Sierra, Francisco reconheceu que "nem o Papa nem a Igreja têm o monopólio da interpretação da realidade social."
É impossível entender como o Papa Francisco se cerca de líderes revolucionários, toma suas ideias como boas e lhes dá apoio quase incondicional sem antes ouvir os argumentos de renomados especialistas que afirmam, com dados concretos, que a propriedade privada, a livre iniciativa e a o princípio da subsidiariedade tem sido fonte de progresso social e redução da pobreza em todo o mundo, apesar de deficiências que devem ser corrigidas.
Evo Morales presenteia Francisco
com um crucifixo foice e martelo
Assim, algumas horas antes em La Paz, o Presidente Evo Morales entregou a Francisco, juntamente com a condecoração do Condor Andino, o Prêmio Luis Espinal em memória de um padre revolucionário assassinado em 1970. Esta medalha contém uma representação blasfema de Jesus Cristo em um martelo e foice, símbolos do comunismo. Francisco também recebeu uma réplica do crucifixo original esculpido em madeira feito pelo padre revolucionário.
Esta medalha blasfema parece ser um prenúncio simbólico trágico da direção que está sendo tomada pelo pontificado de Francisco nas esferas política e social. A agência de notícias católica ACI informou que Francisco decidiu colocar os dois prêmios aos pés da estátua de Nossa Senhora de Copacabana, padroeira da Bolívia. Para ele, estes prêmios são "símbolos de afeto e proximidade" e os recebeu do presidente Evo Morales com "carinho cordial e generoso" (cf. ACI, 10 de julho de 2015).
Representantes de movimentos comunistas de todo o mundo recebem Francisco
no Segundo Encontro Mundial de Movimentos Populares em Santa Cruz, Bolívia
“Dada a atualidade do tema deste artigo (15 de julho de 2015), TIA do Brasil resolveu republicá-lo - mesmo se alguns dados são antigos - para benefício de nossos leitores.”
Postado em 30 de outubro de 2024
Apuntes de Destaque Internacional em 12 de julho de 2015.
Os leitores podem contatá-lo em: destaque2016@gmail