TIA responde:

Diácono Dr. D.L.,

Tem razão que, ao responder à pergunta a que se referiu, evitamos entrar nas consequências morais, se é ou não um pecado mortal assistir ou não à Missa Novus Ordo.

É política da TIA não sobrecarregar os Católicos tradicionalistas que nos procuram pedindo orientações com muitas acusações morais nestes tempos difíceis em que vivemos, em que os Católicos têm muito a responder quando eles querem ser fiéis.

Muitos tradicionalistas bombardeiam superficialmente outros com tais acusações, mesmo quando não fizeram estudos suficientes sobre o assunto e não estão seguros de sua posição. Movidos pela insegurança, pressionam outros a virem para seu lado por meio de ameaças morais.

Na TIA damos os princípios pertinentes a cada caso e deixamos suas consequências morais a cargo dos interessados. Fazendo isso, não forçamos as decisões de nossos leitores e nos posicionamos fora desses conflitos não civilizados.

Mas já que você perguntou diretamente se é ou não um pecado mortal ir à Missa Nova, e você nos acusou de tentar contornar o assunto, abriremos uma exceção para responder a você e definiremos o que pensamos ser a moral normal e as consequências desta ação ou omissão.

Entremos no assunto.

1. Antes de responder às suas perguntas, devemos esclarecer um pressuposto: Você acredita que quando admitimos que uma Missa é válida, estamos automaticamente sugerindo que é um pecado mortal não assisti-la. Isso não é preciso. Muitas Missas Negras são válidas e, claro, não devem ser assistidas. A maioria dos sacramentos Greco-Cismáticos são válidos e acreditamos que devem ser evitados sempre, mesmo quando são os únicos sacramentos disponíveis. Então, sua premissa está errada.
   
   
2. À sua primeira pergunta – É um pecado mortal ir à Missa Novus Ordo quando é a única disponível? – simplesmente respondemos: Depende; pode ou não ser um pecado mortal.
   
   
1. É um pecado mortal se o participante tem plena consciência de que a Missa Novus Ordo foi concebida por Paulo VI para retirar da Missa secular os pontos que a diferenciavam do Protestantismo. Nesse caso, o participante dá total adesão a essa mudança e concorda com os princípios do Progressismo que a inspiraram. Acreditamos que essa pessoa adere aos erros do Progressismo e do Protestantismo e, portanto, comete um duplo pecado mortal ao favorecer a heresia e negar implicitamente a Fé Católica nos pontos que foram removidos dela, como o caráter sacrificial da Missa e da Redenção, entre muitas outras.
   
   
2. Não é um pecado mortal se o participante for uma criança, um idoso ou um ingênuo que desconhece a crise da Igreja e vai à Missa acreditando que ainda vai à Missa de todos os tempos. Por isso, ele vai lá como um ato de obediência aos Mandamentos de Deus e da Igreja para assistir à Missa Dominicais e Dias Santos de Obrigação.
   
   
3. 3. Para responder à sua segunda pergunta – É um pecado mortal perder uma Missa Novus Ordo quando é a única disponível? – temos que distinguir duas perspectivas: Em princípio e na prática:
   
   
   1. Em principio,
      
      
      1. Se a pessoa não está ciente da crise na Igreja, aplicam-se a ela as regras habituais de assistir às Missas Dominicais e aos Dias Santos de Obrigação. Ou seja, pode ser um pecado mortal se ela perder esse dever, dependendo da causa em cada caso.
         
         
      2. Porém, se ele está ciente da tomada da Igreja Católica pelo Progressismo, ele deve evitar ir a esta Missa para não cair no pecado de promover uma atividade que tem o sabor de heresia e por isso é altamente ofensiva para Nosso Senhor. Portanto, ele não comete pecado mortal por perder a Missa Novus Ordo.
         
         
   2. Na prática, acrescentando-se aos motivos mencionados para os tempos normais (3.A.b.), desde abril de 2020 nenhum Católico está sob ameaça de pecado mortal quando faltar à Missa Novus Ordo pelos seguintes motivos:
      
      
      1. O Papa Francisco e os Bispos locais dispensaram os Católicos de todo o mundo de assistir à Missa sob o pretexto de evitar o contágio do Covid-19. Então, todos foram / estão dispensados de comparecer sem dor do pecado mortal.
         
         
      2. Mesmo onde as igrejas estão reabrindo, a imposição do distanciamento social está limitando o número de participantes para a Missa a uma proporção muito pequena das capacidades da igreja. Todos os fiéis que ultrapassam esses limites são dispensados da obrigação da Missa. Muitos Católicos podem simplesmente não tentar comparecer e ainda se beneficiar da dispensa.
         
         Em ambos os casos - aqueles que excedem o número permitido nas igrejas e aqueles que nem mesmo tentam frequentar - não há pecado mortal.
         
         
      3. Se amanhã a Igreja Conciliar voltasse à normalidade em suas Missas, seria muito difícil convencer os Católicos de que eles deveriam ir à Missa sob pena de ir para o Inferno.
         
         De fato, visto que os fiéis percebem a facilidade com que o Papa e os Bispos, apenas para atender aos pedidos dos governos locais, dispensaram a participação de todos na Missa e a substituíram pela possibilidade de assistir a uma "missa" em vídeo, será muito difícil convencer essas mesmas pessoas de que esta possibilidade não existe mais e que elas deveriam assistir fisicamente à Missa sob a regra anterior de cometer um pecado mortal se não o fizessem.
         
         Por que não continuar apenas assistindo às "missas" presente ou passada na TV ou em dispositivos eletrônicos?
         
         
      4. Em conclusão, o tratamento imprudente das dispensas durante esta crise sanitária parece ter comprometido muito seriamente o ensino de que aqueles que não frequentam as Missas do Novus Ordo cometem pecado mortal. Isso se aplica aos últimos meses, o presente e o futuro.

Estas são as nossas respostas às suas perguntas, Dr. D.L.. Esperamos que esclareçam os pontos que o preocupam.

     Cordialmente,

     Seção de correspondência da TIA