Dra. Horvat responde:

Estimada I.C.,

Obrigada por sua consideração em me dirigir a sua pergunta interessante.

Acredito que sua amiga tenha assumido uma posição exagerada em sua abordagem da modéstia. Embora sua rejeição das calças seja louvável, suas ideias entram em conflito com os costumes das mulheres do passado e com o espírito missionário da Igreja.

Pantalonas e homólogos modernos

Você está correta em acreditar que as mulheres costumavam usar uma espécie de calça como roupa íntima sob as saias para garantir o recato e também, em climas mais frios, para aquecer. Pelo menos desde o século 19, tanto quanto eu sei, as mulheres usavam várias camadas sob suas saias rodadas, incluindo um tipo de pantalonas - também conhecido como calças, ceroulas, calcinhas compridas e, depois, roupas íntimas.

As meias-calças, inventadas na década de 1950 como um substituto revolucionário para acomodar o estreitamento e o encurtamento constantes das saias, acabaram substituindo essas roupas íntimas modestas e sempre invisíveis.

Na Revolução Cultural, como sabemos, as mulheres lamentavelmente passaram a abraçar o jeans, e as calças vieram para substituir as saias enquanto as mulheres se esforçavam para ser como os homens em suas vestes, palavras, etc.

Na década de 1970, as leggings - não usadas por baixo da saia, mas como um substituto para as calças - se tornaram moda, graças a casas de moda de luxo e estrelas como Olivia Newton John e Madonna.

Podemos ver aqui como a Revolução progride usando o princípio do Gradualismo, com as mulheres "modestamente" vestindo meia-calça com suas camisas cada vez mais curtas e terminando apenas em leggings que revelam indecentemente todas as curvas de seu corpo.

Usar calças por baixo da saia para ser recatada

Então, como isso pode ser aplicado aos tempos modernos? Considerando o fato de que os materiais hoje são muito mais finos e baratos, e as saias certamente muito menos cheias, usar meia-calça, leggings ou uma forma de roupa íntima (não jeans ou calça) por baixo da saia de uma senhora adiciona segurança e cobertura e, quando aplicável, calor. Isso também realmente se opõe à tendência moderna e revolucionária de andar de pernas descobertas.

Ao caminhar, fazer trabalhos agrícolas ou algo que requeira mais esforço físico, usar uma espécie de calça por baixo do vestido de mulher é um meio de garantir o recato - para que suas pernas nunca fiquem expostas. Além disso, como mencionado, usar leggings grossas ou roupas íntimas longas no inverno irá mantê-la mais aquecida, pois não temos mais acesso às roupas grossas e pesadas e às meias de lã tricotadas do passado.

Seguindo este bom princípio de nunca expor as pernas nuas das mulheres, uma combinação ou saia de baixo, bem como meia-calça ou meias, devem ser usadas junto com as roupas íntimas do tipo calça, que não devem ser visíveis sob a saia. Nesse ponto, concordo com sua amiga.

Um ponto de interesse: desde o tempo da Idade Média, nem a nobre nem a camponesa mostravam as pernas nuas em público. Existem alguns Livros de Horas da Renascença que retratam mulheres e homens camponeses descalços no campo, mas esta é uma estilização romântica. Se você estudar os livros históricos da moda, verá que as mulheres usavam meias ou coberturas para os pés tanto por modéstia quanto por razões práticas.

Usar calças por baixo da saia para ser moderna

Dito isso, é verdade que se uma mulher usasse calças (como jeans) ou leggings por baixo de uma saia curta e fina, apenas para que ela pudesse alegar estar vestindo uma saia e ser modesta, isso seria revolucionário.

Este é o caso infeliz de muitas mulheres Católicas tradicionais que ainda querem se encaixar no mundo moderno. É também o que os Amish e seitas semelhantes fazem - eles usam vestidos meramente por hábito, embora isso signifique pouco e certamente não inspire beleza, feminilidade ou modéstia real.

A respeito do que sua amiga disse quando uma senhora não deve usar leggings sob a saia se ela vai para a academia ou piscina: é verdade que uma mulher que faz essas coisas tem seu coração parcialmente no mundo moderno e ainda não está disposta a desistir das tendências populares.

Nesses casos, porém, sugiro paciência e caridade, como as pessoas me mostraram. Muito cedo, depois de conhecer a Contrarrevolução, percebi em um flash que deveria desistir de nadar, embora gostasse muito. Não é tão rápido ou fácil para os outros. Para algumas mulheres, essa proibição torna-se um obstáculo, e a meio caminho - vestir um "traje modesto" ou calça por baixo da saia - passa a ser um meio de justificar o prazer. É melhor esperar que Nossa Senhora dê às senhoras e moças de boa vontade a graça de fazer a rejeição total.

Nesse ínterim, o melhor curso de ação não são palestras cansativas, mas um bom exemplo.

Quando uma senhora contrarrevolucionária não faz concessões neste assunto, ela é um exemplo para os outros. Sem dizer uma palavra, suas ações mostram a disposição de seguir os princípios até as consequências finais. Essa postura contrarrevolucionária - adotada sem arrogância ou sermões - pode inspirar outras pessoas de boa vontade a seguir seu exemplo e assumir o compromisso total com a modéstia.

Foi o que aconteceu comigo com a aula de exercícios que frequentei por muitos anos no YMCA. Queria justificar a ação e arranjar desculpas: “É uma classe de mulheres,” “Sempre entro e saio da academia de saias e vestidos,” “Preciso fazer exercício” etc. Foi o bom exemplo de três jovens no escritório da TIA, que não apareciam em uma academia por causa da necessidade de usar culotes ou saias com calças por baixo, que me induziu a repensar minha posição, e a ficar desconfortável em minha posição confortável.

Eu reexaminei minhas desculpas e as achei vazias. No final, tive que me perguntar: "Quem eu quero agradar mais - eu ou Nossa Senhora?" Decidi seguir o seu bom exemplo e fazer os meus exercícios em casa fazendo trabalhos domésticos, jardinagem e mais caminhadas.

Era difícil admitir que estava fazendo concessões à falta de modéstia, mas Nossa Senhora deu uma graça para eu ver a realidade. Para agradá-la e lutar de todo o coração por um mundo diferente - o Reino de Maria - decidi abrir mão do que gostava e pensava que precisava. Isso aconteceu sem sermões moralizantes ou palestras sobre modéstia.

Eu acredito que Nossa Senhora deseja dar muitas graças especiais hoje. Ela está inspirando muitas mulheres jovens a assumirem posições coerentes e radicais em relação à modéstia no vestir e no estilo de vida. Elas estão tentando se opor à Revolução Feminista por meio de suas roupas e comportamento: usando saias mais cheias e mais longas, rejeitando as saias estreitas com fendas que abraçam o corpo - muitas vezes aceitas por suas mães, usam cabelos longos e atraentes e são mais femininas e recatadas em sua forma de ser e agir.

Essas são decisões que cada mulher deve tomar, e quanto mais coerente ela for em sua posição, mais ela se torna um modelo ideal para os outros. Cada uma de nós tem um papel a desempenhar na Contrarrevolução, e o vestuário é um campo de batalha extremamente importante para as mulheres.

Vestido folclórico tradicional com calças

Finalmente, no que diz respeito às roupas tradicionais das mulheres em países pagãos como a China e o Japão, sua amiga está fora do bom caminho Católico, creio eu. Segundo as corretas práticas missionárias da Santa Madre Igreja antes do Vaticano II, o zeloso missionário ensinava o Evangelho sem transigir e reformava os maus costumes e a moral de um povo.

No entanto, ele adaptaria a forma dessa instrução tanto quanto possível à psicologia das pessoas que estão sendo catequizadas. Em vez de impor a maneira ocidental de ser e vestir-se aos povos com culturas desenvolvidas e de muitas maneiras refinadas, como as da China e do Japão, ele aceitaria e se adaptaria ao que não era contra a moral ou o ensino Católico.

A Igreja Católica soube respeitar e até admirar uma certa retidão natural que existia nas culturas pagãs. O vestido extremamente charmoso, delicado, feminino e modesto dos trajes femininos tradicionais em muitas partes do Japão e da China não precisava ser rejeitado porque as mulheres usavam uma espécie de calça por baixo da saia. Esses trajes eram muito regionais, muito singulares, muito dignos e próprios. O mesmo é correto para as tradicionais roupas regionais masculinas em vários países.

Mais tarde, à medida que as pessoas se tornam mais Católicas em sua mentalidade, elas naturalmente tendem a refinar suas roupas, por exemplo, fechando as fendas que expõem a carne nua ou as pernas com calças, etc., sem mudar completamente as boas tradições de seu passado.

É claro que, entre os índios da América do Norte e do Sul, onde as mulheres ou os homens estavam nus ou seminus, um dos primeiros passos dos missionários foi introduzir roupas modestas.

Conclusão

Em suma, eu aconselharia que a forma de contrariar as tendências feministas de nossos tempos é fazer o nosso melhor para se vestir, falar, andar e agir como as mulheres Católicas do passado, ou seja, ser feminina, elegante e modesta em nosso vestido e maneira de ser.

Na verdade, uma mulher pode rejeitar todas as formas de calças e ainda ser feminista, ou pelo menos não feminina, simplesmente por seguir a moda moderna ou adotar um espírito masculino agressivo. Se uma mulher ou menina realmente pretende rejeitar o espírito moderno, ela rapidamente perceberá que terá que deixar de lado o respeito humano - a preocupação com o que os outros pensam - e seguir o que agrada a Nossa Senhora.

Espero que isso responda à sua pergunta e seja de alguma ajuda para você.

     Cordialmente,

      Marian T. Horvat