Seleção Biográfica:
Na festa da Assunção, em 1233, a Virgem Maria apareceu a sete nobres florentinos exortando-os a deixar o mundo e se retirar para viver em solidão e oração.
Escudo dos Servos de Maria
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Os sete se retiraram para La Camarzia. Depois de um tempo, eles retornaram a Florença e os habitantes vieram até fora da cidade para recebê-los com grande alegria. Os recém-nascidos nos braços de suas mães bradaram ao vê-los: “Estes são os Servos de Maria!”
Os sete adotaram esse nome e dedicaram suas vidas a propagar devoção à Paixão de Nosso Senhor e às Dores de Maria. Mais tarde, na Festa da Assunção, em 1240, Nossa Senhora apareceu a eles portando um hábito negro, e um anjo próximo exibia um pergaminho que dizia
Servos de Maria. Ela disse a eles:
“Os senhores fundarão uma nova Ordem e serão minhas testemunhas em todo o mundo. Este é o seu nome: Servos de Maria. Esta é a sua regra: a de Santo Agostinho. E aqui está o seu sinal distintivo: o escapulário negro, em memória dos meus sofrimentos aos pés da Cruz.”
A Ordem se desenvolveu rapidamente não apenas na Itália, mas também na França e na Alemanha, onde os Santos Fundadores difundiram devoção às Sete Dores de Maria. Sua Ordem foi devidamente aprovada pelo Papa em 1259. Eles foram canonizados pelo Papa Leão XIII em 1888.
Comentários do Prof. Plinio:
Esta é uma das Ordens mais antigas, especialmente dedicadas a difundir a devoção a Nossa Senhora. É um título muito bonito, os Servos de Maria, que foi milagrosamente inspirado quando crianças ainda incapazes de falar começaram a falar em louvor aos Sete Santos Fundadores que estavam voltando a Florença. Este título designa uma devoção especial a Nossa Senhora que alcançaria sua forma total séculos mais tarde com as explicações de São Luís Grignion de Montfort em seu Tratado da Verdadeira Devoção a Maria.
Ser servo de Nossa Senhora é essencialmente a mesma coisa que ser escravo. Representa a renúncia aos méritos de bens passados, presentes e futuros de alguém, tanto espirituais quanto materiais. É um excelente título que marca a distinção entre a verdadeira posição católica e a revolucionária.
Nossa Senhora das Sete Dores
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Hoje, muitas pessoas, incluindo teólogos progressistas, acham vergonhoso para o homem moderno ser servo ou escravo de Nossa Senhora. Seria aceitável no passado, mas desde a abolição da escravidão, não deveria mais haver servos ou escravos, nem mesmo para Nossa Senhora.
Assim, no que diz respeito às nossas relações com Nossa Senhora, devemos nos chamar seus filhos, mas não seus servos ou escravos, porque não está de acordo com a dignidade humana. Esta é obviamente uma afirmação igualitária e revolucionária.
Na realidade, é uma honra ser servo de Nossa Senhora, que é a Rainha do Céu e da Terra. O principal desejo de nossas vidas é ser seus verdadeiros escravos. Como servos, também somos seus filhos - um tipo especial de filhos que deseja acima de tudo a sua glória e que renunciam voluntariamente a tudo para esse fim.
O nome da Ordem dos Servos de Maria, ou Servitas, era claramente um nome desejado não apenas pelos Sete Santos que a fundaram, mas também por Nossa Senhora, que afirmou sua escolha. Este nome também foi endossado quando o Papa aprovou a Ordem e quando a Igreja canonizou os Fundadores no século 19. Portanto, é um excelente nome.
É obra do diabo, o inspirador da Revolução, se esforçar para destruir todo tipo de superioridade, não apenas nesta terra, mas mesmo na ordem sobrenatural. A Revolução não pode aceitar reconhecer a imensa desigualdade que Deus colocou entre sua Mãe e todas as outras criaturas, anjos, santos e a humanidade. Entre Nossa Senhora e todas as criaturas existe um verdadeiro abismo. É irracional negar isso ou até levantar dúvida sobre isso.
Não obstante, é isso que a Revolução faz. A negação de toda hierarquia é uma característica do seu espírito. É também a raiz do ateísmo, que na verdade é o ódio pelo fato de haver um Senhor no Céu que reina sobre todos nós. O espírito revolucionário rejeita toda forma de senhorio.
KKarl Marx formulou esse ódio de qualquer superioridade ao dizer que o objetivo do marxismo era acabar com todo tipo de alienação. Esta palavra é originária do latim: alienatio, que é a transferência do direito de propriedade de uma pessoa para outra.
Para Marx, ninguém deveria ceder o domínio sobre si mesmo a qualquer outra pessoa. Qualquer forma de superioridade e autoridade seria má porque causaria uma alienação injustificável da pessoa inferior, que seria usurpar seu direito e vontade e explorar seu trabalho.
Os Servos de Maria se espalharam rapidamente pela Europa. Acima, Mosteiro de São Ferreol na Provence, França
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Então, causa alienação quando o pai comanda seus filhos; o marido, sua esposa; o professor, seu aluno, empregador, seus funcionários; o nobre, seus plebeus etc. Qualquer tipo de autoridade causaria alienação.
A pior alienação para Marx, no entanto, é a produzida por Deus. Segundo ele, Deus não existe; Deus é um mito. Portanto, além de ser odiosa, a alienação em relação a Deus seria algo vazio e idiota.
Portanto, o homem deve ser absolutamente independente, mestre completo de si mesmo e nunca obedecer a ninguém. Este é o ideal do marxismo, que coincide com o ideal da Revolução. É o oposto do verdadeiro espírito católico. Eu não acho que preciso oferecer prova disso aqui.
O que devemos perguntar aos Sete Santos Fundadores dos Servitas? Se esses homens do século 13 ressuscitassem e vissem o que está acontecendo na Igreja e no mundo hoje, o que eles diriam? Que tipo de indignação e censura eles fariam?
Deveríamos pedir-lhes para intervir pela Igreja Católica e reavivar a verdadeira devoção a Nossa Senhora entre os fiéis, juntamente com seu sentido hierárquico correlacionado e espírito contra-revolucionário.
| Prof. Plinio Corrêa de Oliveira | |
A secção Santo do Dia apresenta trechos escolhidos das vidas dos santos baseada em comentários feitos pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Seguindo o exemplo de São João Bosco que costumava fazer comentários semelhantes para os meninos de seu Oratório, cada noite Prof. Plinio costumava fazer um breve comentário sobre a vida dos santos em uma reunião para os jovens para encorajá-los na prática da virtude e amor à Igreja Católica. TIA do Brasil pensa que seus leitores poderiam se beneficiar desses valiosos comentários.
Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.
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