Seleção Biográfica:
Nascido em 1786 em Bra, perto de Turim, Itália, estudou no seminário de Turim e foi ordenado em 1811. Foi pároco em Bra e Corneliano e se tornou Cônego da Igreja da Trindade em Turim.
Uma imagem de São José Benedito Cottolengo na Piccola Casa nos arredores de Turim
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Uma noite, ele foi chamado para atender junto ao leito de uma pobre mulher doente que morreu devido à falta de instalações médicas adequadas. Esse incidente o comoveu profundamente. Em 1827, ele abriu um pequeno abrigo para os doentes de Turim, que se tornou um hospital. Quando a cólera eclodiu em 1831, ele mudou o hospital para os arredores da cidade de Valdocco e chamou de Casa da Divina Providência (Piccola Casa). O hospital cresceu e suas atividades se expandiram para ajudar as meninas, idosas, surdas, cegas, aleijadas, loucas e rebeldes, os pobres e necessitados de todos os tipos. Sua Piccola Casa tornou-se uma grande instituição médica.
Ele morreu de tifo em Chieri, Itália, em 1842, e foi canonizado em 1934.
Comentários do Prof. Plinio:
Visitei a casa de São José Benedito Cotolengo e vi a sala onde Nossa Senhora costumava aparecer para ele. Também visitei a Casa da Divina Providência, que é realmente uma cidade de sofrimento e dor. Lá, todos os tipos de pessoas doentes são recebidos e todos são bem tratados. Lembro-me de ter sido tocado ao ver a seção sobre epiléticos.
A caridade da Igreja em ministrar às pessoas pobres é particularmente expressiva de quão seriamente ela considera cada um de seus filhos e até onde ela vai cuidar deles. São José Benedito Cotolengo fundou muitas congregações - 14 no total - algumas para cuidar dos doentes em sua
Piccola Casa, e algumas comunidades contemplativas para ajudar os outros em suas orações.
Entrada da Casa da Divina Providência, com o lema Caritas Christi urget nos
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Juntamente com sua grande caridade, a principal característica de São Cotolengo era sua confiança na Divina Providência. Ele nunca conseguia dormir com dinheiro em qualquer gaveta de sua instituição. Se ele tivesse insônia, pensaria: "Em algum lugar, alguém guardou algum dinheiro." Então, ele acordava e procurava o dinheiro.
Quando o encontrava, saía às ruas e dava à primeira pessoa necessitada que encontrasse. Então, ele voltava e dormia bem. Ele fez isso porque Nossa Senhora não queria que ele tivesse dinheiro em casa no dia seguinte; se houvesse, ele não conseguia dormir.
Alguém me disse uma vez que São João Bosco disse a São Cotolengo: "Se a vossa reverência não sabe a quem dar o dinheiro, dê-me e eu o guardarei." Não sei se é uma anedota verdadeira ou não. Se é verdade, revela uma bela antinomia na maneira como Deus orientou dois grandes santos vivendo próximos um do outro, exigindo de um uma forma de perfeição que Ele não pediu ao outro. Mas o que certamente é verdade é que, embora Deus tenha pedido a São Benedito Cotolengo que não guardasse dinheiro, nunca lhe faltavam fundos para realizar a obra que Deus lhe pedia.
Essa extrema confiança na Divina Providência é muito impressionante. Nossa Senhora respondeu com extrema generosidade, dando não apenas os meios para conservar o que São Cotolengo havia fundado, mas para expandir muito seu trabalho a ponto de se tornar uma grande instituição.
Piccola Casa, também chamada ‘Centro Cotolengo’ em homenagem ao seu fundador, uma verdadeira ciade de caridade
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Essa extrema confiança nos inspira a praticar uma confiança semelhante, que às vezes precisamos ter. Na causa da Contra-Revolução, somos solicitados a ter confiança para fazer coisas que parecem absurdas. Quando Nossa Senhora nos pedir isso, devemos avançar com a certeza de que ela nos ajudará a alcançar a meta desejada. É o contrário do naturalismo atual que determina que devemos ter fundos suficientes antes de fazer qualquer coisa por Nossa Senhora ou fazer qualquer doação à sua causa.
Esse naturalismo pode ser refletido na esfera política. No que diz respeito aos grandes esforços para a causa católica, alguém poderia ser tentado a aplicar apenas o que é proporcional aos seus meios naturais, sem considerar que o sobrenatural normalmente permite que um homem chegue muito mais alto e além do que ele pode compreender naturalmente.
Obviamente, nessas empresas, é preciso ter discernimento e um certo critério para saber quando é realmente Nossa Senhora nos pedindo para exercer esse tipo de extrema confiança que São Benedito Cotolengo tinha. Não acredito, por exemplo, que normalmente falando, devemos nos recusar a dormir se tivermos algum dinheiro economizado.
Parece muito justificável e um fator de tranquilidade ter alguns meios de lado para continuar nossa luta pela causa católica. Mas nas ocasiões em que discernimos que Nossa Senhora está exigindo essa confiança heroica de nós, devemos praticá-la seguindo o bom exemplo de São José Benedito Cotolengo.
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Prof. Plinio Corrêa de Oliveira | | A secção Santo do Dia apresenta trechos escolhidos das vidas dos santos baseada em comentários feitos pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Seguindo o exemplo de São João Bosco que costumava fazer comentários semelhantes para os meninos de seu Oratório, cada noite Prof. Plinio costumava fazer um breve comentário sobre a vida dos santos em uma reunião para os jovens para encorajá-los na prática da virtude e amor à Igreja Católica. TIA do Brasil pensa que seus leitores poderiam se beneficiar desses valiosos comentários.
Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.
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