Seleção Biográfica:
Santa Margarida da Escócia e Rei Malcolm III - ilustração do século 16 Seton Armorial
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Santa Margarida era Rainha da Escócia. Seu pai, Eduardo Atheling (Eduardo III), era o herdeiro saxão do trono da Inglaterra e sua mãe era uma princesa alemã, descendente de imperadores. Como a mulher forte do Evangelho, a prática das virtudes católicas a tornava ainda mais ilustre.
Após a conquista normanda, muitos membros da nobreza Inglesa, incluindo Margarida, encontraram refúgio na corte de Malcolm III da Escócia. Em 1070, Malcolm casou-se com Margarida e a tornou Rainha da Escócia.
Margarida impressionou a corte escocesa tanto com seu conhecimento dos costumes continentais quanto também com sua piedade. Pelo amor de Deus, ela se impôs severas mortificações, deixando de lado as supérfluas e muitas vezes até o necessário. Ela influenciou marido e filho a governar melhor e introduziu costumes e a cerimônia católica na corte escocesa. Criou os filhos em grande piedade e um deles, David, foi posteriormente canonizado. Acima de tudo, ela se destacava em sua zelosa caridade pelo próximo. Foi chamada “a mãe dos órfãos" e "a tesoureira dos pobres de Jesus Cristo.”
Em 1093, após seis meses de grande sofrimento físico, ela entregou sua alma a Deus em Edimburgo. A santidade de sua vida e os numerosos milagres que ela realizou, tanto em sua vida como após sua morte, a tornaram famosa no mundo inteiro.
Em 1673, o Papa Clemente X a nomeou padroeira da Escócia, sobre a qual reinou por quase um quarto de século.
Comentários do Prof. Plinio:
Margarida aterra na Escócia em 1068 e é recebida pelo Rei Malcolm III
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A vida de Santa Margarida me leva a comentar o espírito do maravilhoso na Idade Média. Não estou falando do maravilhoso como uma fábula ou conto, como algo inviável, mas do maravilhoso como algo que pode se tornar realidade.
A Escócia nebulosa da época ainda estava longe de ser uma nação civilizada. Em muitos sentidos, ainda era bárbara. Então, naquele ambiente difícil, uma flor floresceu. A Divina Providência trouxe para aquela ilha uma princesa do sangue mais ilustre, que possuía nela o melhor da civilização ocidental.
Além disso, ela própria era uma mulher santa, uma esposa valente e uma mãe extremosa que criou seus filhos perfeitamente, intercedeu por seu povo e ficou conhecida por suas esmolas constantes e generosas. Fez também milagres. E tudo isso sob o prestígio e a unção da coroa real.
Esse conjunto de fatos nos comunica uma mensagem: que o maravilhoso, o extraordinário e o estupendo podem ser realizados neste mundo. Esse fato é extraído da plenitude desse princípio católico (o princípio axiológico), que diz quando tudo é ordenado, bom, verdadeiro e sublime, gera a realização do plano de Deus nesta terra.
Os vitrais de Chartres, acima, ilustram o mundo do maravilhoso; abaixo, um detalhe de um vitral na Catedral de Notre Dame, Paris
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A vida de Santa Margarida nos dá uma mensagem que é oposta do minimalismo sustentado por muitos católicos de nossos dias. Ou seja, hoje, quando uma pessoa consegue se reformar e se tornar um pouco menos ruim, isso já é considerado um triunfo.
No tempo de Santa Margarida, o apostolado era maximalista. O objetivo era que as rainhas e os reis se tornassem nada menos que santos. E, de fato, muitas rainhas, como Santa Margarida da Escócia, eram santas e difundiram o precioso perfume de Jesus Cristo por toda a sociedade, criando uma atmosfera maravilhosa na civilização católica.
Podemos entender essa atmosfera quando consideramos os vitrais medievais. Quando entramos no mundo retratado naqueles vitrais, vemos uma rainha apresentada em um mundo de múltiplas cores brilhantes - ouro, rubi, esmeralda. Isso nos dá uma ideia de como os medievais costumavam pensar sobre a vida, por exemplo, a vida de Santa Margarida da Escócia.
Uma das vantagens desta busca pelo maravilhoso é que enche a alma do povo com o que é correto e santificante, ou seja, enche a alma com o maravilhoso mundo de Nosso Senhor Jesus Cristo e sua extensão na esfera temporal.
Quando esses valores não permeiam as almas das pessoas, elas começam a seguir na direção errada. Elas começam a criar ídolos como estrelas de cinema, cantores de rock, jogadores de futebol e assim por diante, para substituir os modelos reais que devem ser admirados.
Podemos ver como a Idade Média foi abençoada com seus modelos corretos e a admiração pelo maravilhoso. No sentido oposto, podemos ver como é um castigo não termos mais esses modelos.
Ansiamos pelo tempo em que essa admiração pelo maravilhoso será restaurada, que será o Reino de Maria. Rezemos a Santa Margarida da Escócia para nos ajudar a merecer a chegada desta nova era maravilhosa.
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Prof. Plinio Corrêa de Oliveira | |
A secção Santo do Dia apresenta trechos escolhidos das vidas dos santos baseada em comentários feitos pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Seguindo o exemplo de São João Bosco que costumava fazer comentários semelhantes para os meninos de seu Oratório, cada noite Prof. Plinio costumava fazer um breve comentário sobre a vida dos santos em uma reunião para os jovens para encorajá-los na prática da virtude e amor à Igreja Católica. TIA do Brasil pensa que seus leitores poderiam se beneficiar desses valiosos comentários.
Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.
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