Seleção Biográfica:
Santa Eteldreda |
Eteldreda era filha de Anna, Rei da Anglia Oriental e irmã de quatro outros santos. Eteldreda nasceu em Exining, Suffolk, e se casou em tenra idade com Tonbert, príncipe do Gyrwe, mas eles concordaram em viver em perfeita castidade. Como parte do acordo de casamento, ela recebeu do marido uma propriedade chamada Ely.
Três anos após o casamento, o príncipe morreu e Eteldreda se retirou da corte e foi morar em isolamento na ilha de Ely, praticando penitência e oração. Por razões de Estado, ela se casou novamente com Egfried, o jovem filho do Rei Oswiu da Nortúmbria, que tinha apenas 15 anos de idade. Ele concordou que ela deveria permanecer virgem, mas 12 anos depois exigiu seus direitos conjugais. Ela recusou, dizendo que havia se dedicado a Deus.
Ela pediu o conselho de São Vilfrido, Bispo da Nortúmbria, que apoiou sua reivindicação e lhe disse para ir a um convento. Com o consentimento de Egfried, tornou-se freira no Convento de Codingham. Mais tarde, ela voltou para Ely, onde construiu um grande mosteiro. Ela foi Abadessa do convento pelo resto da vida e morreu no dia 23 de junho de 695.
Comentários do Prof. Plinio:
Aqui os senhores podem ver um lampejo da Inglaterra primitiva e o alvorecer da Idade Média que tem algo parecido com o selvagem e com o sobrenatural, criando um contraste de extraordinária beleza. Podemos vislumbrar aqueles povos que nasceram para a História.
Os senhores não devem imaginar que Santa Eteldreda e seus irmãos fossem as delicadas e frágeis filhas de Luís XV, vestidas com sedas finas e parecendo pessoas feitas de porcelana. Aquelas damas eram fortes, acostumadas a cortar madeira na floresta, lavar suas próprias roupas e cuidar do gado. Ao mesmo tempo, eram princesas de uma grande estatura moral entre os países que acabavam de surgir. Elas foram o berço das futuras dinastias e seus povos foram o ponto de partida de novas civilizações.
Durante a Revolução Protestante, o corpo incorrupto de Santa Eteldreda foi destruído; apenas a mão dela permaneceu. Esta relíquia, acima, é homenageada em uma pequena Capela em Ely |
Isso explica a grandeza que se sente no ambiente em torno da vida de Santa Eteldreda, confirmada pela confluência de muitos santos em sua família. Era uma corte na qual quatro irmãos e irmãs eram santo, e outro santo, São Vilfrido, era seu diretor espiritual.
Isso explica por que os dois Príncipes que se casaram sucessivamente com Eteldreda concordaram em respeitar sua virgindade. Muito provavelmente esses príncipes eram homens que frequentavam os sacramentos e, portanto, estavam na graça de Deus.
Eles não buscavam relações com nenhuma outra mulher como os maridos infiéis de nossos dias. Portanto, para eles, essa abstinência imposta era muito difícil.
Sua vida mostra uma admirável perseverança na pureza. Ela estava disposta a deixar de lado suas vantagens e glória reais para conservar sua pureza. Ela deixou tudo para adotar a vida religiosa. Então construiu um convento para freiras e um mosteiro para monges, a Abadia de Ely, que governava com grande sabedoria. Isso representou muito para os pequenos reinos da época. Seu exemplo, influência e governo nessas instituições religiosas certamente levou numerosas almas ao Céu.
Vamos nos recomendar às orações de Santa Eteldreda, que foi uma semente para o estabelecimento da Idade Média. Devemos pedir que ela nos abençoe, nós que estamos lutando pelo estabelecimento de outra civilização para a glória de Deus, o Reino de Maria.
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Prof. Plinio Corrêa de Oliveira | | A secção Santo do Dia apresenta trechos escolhidos das vidas dos santos baseada em comentários feitos pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Seguindo o exemplo de São João Bosco que costumava fazer comentários semelhantes para os meninos de seu Oratório, cada noite Prof. Plinio costumava fazer um breve comentário sobre a vida dos santos em uma reunião para os jovens para encorajá-los na prática da virtude e amor à Igreja Católica. TIA do Brasil pensa que seus leitores poderiam se beneficiar desses valiosos comentários.
Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.
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