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Transfiguração de Nosso Senhor - 6 de Agosto

Padre Paul Sretenovic

A painting of the Transfiguration of Our Lord

A Transfiguração de Nosso Senhor

Um lembrete da Transfiguração de Nosso Senhor Jesus Cristo aos três Apóstolos, Pedro, Tiago e João, pode ser encontrado na Missa quando Jesus é levantado pelo sacerdote para que todos o adorem, como foi o caso dos Apóstolos, que se curvaram diante da Divindade.

De fato, assim como Moisés e Elias testemunharam a Divindade de Cristo no Monte Tabor, também os Anjos, embora invisíveis, estão presentes em toda Consagração do pão e vinho no Corpo e Sangue de Nosso Senhor.

É verdade que os tipos de milagres são diferentes. No primeiro, a reverência vem muito mais naturalmente, dada a mudança de aparência de Jesus, sem mencionar a presença das duas figuras do Antigo Testamento. No entanto, o segundo milagre é mais significativo porque substâncias comuns são transformadas no próprio Deus.

Contudo, houve casos na História da Igreja em que Deus interveio para tornar visível a olho nu a Presença Real de Jesus na Eucaristia como o Corpo e Sangue visíveis de Cristo e dar aos fiéis uma sensação admirável que rivaliza com a de Pedro, Tiago e João, e como, fora transfigurado diante deles.

Chamamos esses fenômenos de "milagres Eucarísticos," durante os quais, no momento da Consagração, o pão e o vinho não apenas alteram sua substância para se tornar o Corpo e Sangue de Nosso Senhor, mas também se tornam externamente visíveis aos olhos como tais.

Em alguns dos milagres da Eucaristia a que me refiro, a Hóstia dá lugar à figura do Menino Jesus, cujo Corpo é então sustentado pelo sacerdote. Isso significa que Jesus está mais presente do que estaria se a Consagração acontecesse como de costume?

The shrine that holds the miraculous Flesh and Blood of the miracle of Lanciano

O milagre de Lanciano, Itália: a Hóstia, foi transformada em carne e sangue. Abaixo, após o exame, a carne e sangue é do tipo humano

A Host that became actual human flesh and blood
Em substância, ambas as presenças - com ou sem milagre - são as mesmas. Da mesma forma, Jesus era substancialmente o mesmo em sua vida normal e na Transfiguração aos Apóstolos no Monte Tabor. O que foi acrescentado no último caso, foi a confirmação visível de sua Divindade, que sem dúvida aumenta a Fé, a Esperança e a Caridade.

O leitor deve se lembrar que em um artigo, há duas semanas, mencionei que Nossa Senhora apareceu a São Domingos e a São Simão Stock como uma salvaguarda a favor de seus filhos, vítimas de dois inimigos da alma, orgulho e sensualidade.

Bem, de maneira semelhante, acredito que Deus concedeu esses milagres Eucarísticos como armadura para os fiéis contra a negação da Presença Real por hereges influentes como Berengário de Tours no século 11 e, mais tarde, pelos heresiarcas protestantes durante a Revolução Protestante do século 16.

Esses milagres estavam ocorrendo nos dois primeiros milênios do Cristianismo, e poderiam continuar no terceiro, como um lembrete de que Nosso Senhor quis dizer o que disse quando falou aos Apóstolos no Evangelho de João: "Minha carne é verdadeira comida e meu sangue é verdadeira bebida."

Jesus foi transfigurado diante dos Apóstolos para fortalecer a fé deles em Sua divindade, pois ela seria abalada durante a Paixão, na Quinta-feira Santa, até a Sexta-feira Santa. Esse milagre não impediria a queda de São Pedro e São Tiago, assim como os milagres Eucarísticos não impediram que muitos católicos fiéis tivessem períodos de dúvida e trevas em sua vida espiritual.

Mas impediria São João de abandonar o caminho da Cruz. Sua fidelidade, que dependia de sua proximidade com Nossa Senhora, certamente foi fortalecida pela lembrança daquela glória que ele viu na Transfiguração.

Lembrar as maneiras pelas quais Jesus escolheu se manifestar diante dos olhos dos Apóstolos e de certos fiéis privilegiados nos ajuda a lembrar de sua promessa de estar conosco todos os dias e a vencer nossas dúvidas e desânimo ao longo da "via dolorosa," que é a nossa vida cotidiana.

Assim como os Concílios Ecumênicos foram chamados para lidar com as crises da fé, os milagres da Transfiguração e da Eucaristia aumentam nossa certeza na Divindade de Nosso Senhor, que serve para impedir essas crises.

Nossa fé não deve ter que confiar apenas em milagres, mas deve depender de nossa forte crença na Divindade de Nosso Senhor. Nossa caridade deve depender de nossa disposição de nos unir a Jesus Cristo e Maria no caminho da Cruz a cada momento do dia.

Os Apóstolos só entenderiam completamente o dom da Transfiguração depois de beberem o cálice dos sofrimentos de Nosso Senhor. Devemos lembrar que esta é precisamente a promessa de Nosso Divino Salvador a São Tiago e São João quando Ele lhes disse: "Beberão o cálice do qual eu bebo." Implícito neste aviso de Cristo não é simplesmente uma participação em sua morte, mas também nos sofrimentos interiores que eles teriam de suportar por causa de seu nome.

Devemos lembrar disso especialmente em nossos dias difíceis, pois para sermos fiéis aos constantes ensinamentos e tradições da Santa Igreja Católica, teremos de padecer os sofrimentos de Cristo. Hoje, Ele está nos convidando a beber da taça da qual bebeu, a taça de ser mal interpretado, de isolamento.

Nem sempre é fácil, mas devemos lembrar que o fim último de nossa fidelidade agora é estarmos unidos a Ele na glória do Céu. A Transfiguração nos lembra disso, assim como lembraria os Apóstolos e os prepararia para cumprir suas missões na Terra diante de todas as adversidades e sofrimentos.



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