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O Santo do Dia
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Santa Clara de Assis - 12 de Agosto

Prof. Plinio Corrêa de Oliveira

Seleção Biográfica:

St. Clare of Assisi

Santa Clara de Assis
Simone Martini, século 13

Quando Francisco de Assis estava pregando na Igreja de São Jorge, uma jovem senhora de uma família nobre o ouvia com sua mãe e irmã. Clara ouviu essas palavras e entendeu que São Francisco deve ser o guia de sua alma. Ela confidenciou esse desejo à sua tia, que foi com ela a Santa Maria dos Anjos para falar com São Francisco.

Quem pode dizer o que aconteceu na alma do Pai Seráfico durante aquela primeira entrevista com a mulher que seria sua assistente na tarefa que o Céu designou para ele realizar?

Francisco revelou a Clara as belezas da Esposa Celestial e a excelência da virgindade. Em seguida, ele descreveu a ela o que ele mais amava em seu coração: o poder e o encanto da pobreza e a necessidade de penitência.

Clara ouviu, maravilhada e entusiasmada, e o apelo divino tocou seu coração. Em pouco tempo sua decisão foi tomada. Ela iria quebrar todos os limites que a ligavam à terra e se consagrar a Deus.

Na noite do Domingo de Ramos, 17 de março de 1212, ela secretamente deixou a casa de seu pai e com algumas companheiras dirigiu-se a Santa Maria dos Anjos, a Igreja da Porciúncula.

São Francisco e seus irmãos as encontraram ao longo do caminho com tochas e as conduziram para a igreja. Naquela noite, o casamento espiritual de Santa Clara aconteceu. Francisco perguntou o que ela queria e ela respondeu: “Eu quero o Deus da Manjedoura e do Calvário. Não desejo nenhum outro tesouro ou herança.”

Enquanto Francisco cortava seu cabelo, ela entregou todas as suas preciosas joias e ornamentos, recebeu o rude hábito, o cordão, e o humilde véu e se consagrou inteiramente a Deus.

Comentários do Prof. Plinio:

St. Clare received by St. Francis

Santa Clara recebida por São Francisco

Abaixo, Santa Clara, na Igreja de Santa Chiara, Assis

An image of St. Clare from the S. Chiara Church, Assisi
Pode-se admirar a beleza da cena. Na pequena cidade medieval de Assis, um cortejo de moças foge da casa de suas famílias, que querem impedir seu sacrifício. Em silêncio e com cautela, elas caminham pelas ruas sinuosas de Assis para não chamar a atenção.

Elas saem da cidade e nos campos que separam Assis do Mosteiro de Santa Maria dos Anjos encontram outro cortejo. Este segundo cortejo é ainda mais celestial do que o primeiro. É São Francisco de Assis, que foi outro Cristo na terra, que até era fisicamente semelhante a Nosso Senhor Jesus Cristo.

Carregando tochas, São Francisco e alguns dos santos que o ajudaram a fundar a Ordem Franciscana caminham para receber aquelas virgens. Os cortejos unem-se e entram juntos na Igreja de Nossa Senhora. O grupo se reúne em um círculo. Santa Clara renuncia a tudo.

Em seguida, São Francisco corta seus cabelos ao dar o passo definitivo do qual nasceria a Ordem das Clarissas. Desse passo dependeu toda a Segunda Ordem dos Franciscanos, que deu tantos santos para a Igreja Católica e glória a Deus ao longo dos séculos.

Santa Clara deixou tudo para entrar em um convento numa época em que, em muitos aspectos, a Igreja estava em seu apogeu. Hoje, estamos testemunhando a casa de Deus rachada, a dignidade dos ministros de Deus arrastada para a lama, o véu das religiosas desaparecido, a vida religiosa desintegrada.

Esse espetáculo trágico nos deixa indiferentes? Estamos mais preocupados com nosso trabalho, ganhando dinheiro, comprando um carro novo e roupas novas, ou adquirindo mais conforto para nossa casa? Se sim, onde está nossa fé? Em que acreditamos? O que levamos a sério?

Somente quando um católico carece completamente de seriedade pode colocar sua vida pessoal no mesmo nível da extrema dor que esta situação religiosa representa para a Igreja Católica. Na verdade, representa uma outra Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Hoje a Igreja está crucificada. Ela não morre porque não pode morrer; caso contrário, ela já teria expirado.

Por isso, neste dia de Santa Clara, imitemos a sua dedicação e reafirmemos o nosso compromisso de oferecer a nossa vida para lutar contra o progressismo na Igreja, que é o pior inimigo que ela já teve ao longo dos tempos. Nunca uma causa teve tão poucas pessoas para lutar por ela. Isso é suficiente para caracterizá-la como a luta mais gloriosa da História.

Falando sobre os pilotos que lutaram na Batalha de Londres e salvaram a cidade dos bombardeios nazistas, Churchill disse: “Nunca tantos deveram tanto a tão poucos.” No Juízo Final, Nossa Senhora certamente dirá algo semelhante sobre aqueles que lutam por ela agora.

Peçamos a Nossa Senhora e a Santa Clara que impregnem nossas almas com este espírito de dedicação à causa da Santa Madre Igreja.


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Prof. Plinio Corrêa de Oliveira
A secção Santo do Dia apresenta trechos escolhidos das vidas dos santos baseada em comentários feitos pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Seguindo o exemplo de São João Bosco que costumava fazer comentários semelhantes para os meninos de seu Oratório, cada noite Prof. Plinio costumava fazer um breve comentário sobre a vida dos santos em uma reunião para os jovens para encorajá-los na prática da virtude e amor à Igreja Católica. TIA do Brasil pensa que seus leitores poderiam se beneficiar desses valiosos comentários.

Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.



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