O Santo do Dia
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São Tarásio - 25 de Fevereiro
Seleção Biográfica:
Tarásio (730-806) teve como missão especial impedir que a heresia iconoclasta prevalecesse no Oriente. Seu pai foi um dos primeiros magistrados do Império e sua mãe uma pessoa de grande virtude. Ambos o ensinaram a permanecer fiel à Verdade. Mesmo sem dissimular suas crenças, foi nomeado cônsul e depois ministro da Imperatriz Irene, que governou durante a menoridade de seu filho Constantino.
A Sé de Constantinopla foi ocupada por Paulo IV, um homem cuja fraqueza o fez cair na heresia. Ele era católico no fundo de seu coração, mas, temendo desagradar a corte, havia favorecido os iconoclastas. No entanto, ao ser vítima de uma doença mortal, ele finalmente lembrou que era hora de mostrar um pouco de coragem se não quisesse ser condenado ao Inferno. Renunciou ao Patriarcado em 784, deixou o palácio e foi para um mosteiro em Constantinopla, onde se tornou monge.
A Imperatriz Irene, que tinha grande confiança nele, foi até lá lhe pedir que voltasse para chefiar a Sé.
“Quem me dera nunca ter ocupado aquela Sé, minha Senhora,” disse chorando, “com a Igreja oprimida, separada das outras e anatematizada. Se não se reúne um Concílio Ecumênico para corrigir o erro que aqui reina, não há mais a salvação para nós.”
A Imperatriz perguntou: “Por que então concordou com a proibição de honrar as imagens quando foi eleito?”
O Patriarca: “Isto é o que deploro e a razão da penitência que faço agora. Que Deus me perdoe por não ter pregado a verdade, eu que sou seu Bispo, por medo de sua ira. Pois, tinha a morte vindo para me surpreender naquela Sé que recebe de todos os anátemas da Igreja Católica, eu teria caído nas trevas do Inferno.”
A Imperatriz perguntou-lhe quem poderia substituí-lo, e ele deu o nome de Tarásio como alguém altamente digno dessa posição.
Mas Tarásio não aceitou, alegando duas razões: ele era um leigo e Constantinopla foi separada de Roma e anatematizada. Ele concluiu: “Se um concílio for chamado para restabelecer a unidade, eu me submeterei à vontade de Deus. Do contrário, não quero ser condenado no dia do julgamento, quando nenhum Imperador, Bispo, Magistrado ou multidão poderia livra-me da vingança de Deus.”
Tarásio tornou-se Patriarca de Constantinopla e o Segundo Concílio de Nicéia foi convocado em 787, tendo rejeitado a iconoclastia. A união com a Igreja Romana foi restaurada.
Como Patriarca, Tarásio deu o melhor exemplo de virtude, lutando particularmente contra o mau comportamento moral dos Imperadores e da corte. Ele morreu aos 76 anos em 25 de fevereiro do ano 806.
Quatorze anos após sua morte, o Imperador Leão, o Armênio, reacendeu a heresia iconoclasta e perseguia a Igreja. Em seus sonhos ele viu São Tarásio severamente dando uma ordem a um homem: “Miguel, mate-o!” E então aquele homem atravessou o Soberano com uma espada.
O Imperador foi ao mosteiro de São Tarásio e procurou um monge com este nome para prendê-lo e executá-lo imediatamente. Ele submeteu alguns monges à tortura, mas eles insistiram que ninguém no mosteiro tinha esse nome.
Seis dias depois, o Imperador foi assassinado pelos partidários de um de seus conselheiros, Miguel, o Amoriano, que o sucedeu no trono.
Comentários do Prof. Plinio:
Esta biografia coloca em realce três pontos: primeiro, a posição horrível do Patriarca Paulo de Constantinopla, segundo, a grandeza de São Tarásio que o sucedeu e terceiro, o castigo do Imperador Leão, o Armênio.
1 - A situação daquele Patriarca era horrível porque ele tinha fé e de fato não simpatizava com a heresia iconoclasta, mas a apoiou. Foi um oportunista que ocupou o cargo para aproveitar. Naquela época, aquele cargo tinha uma importância enorme. Movido por um oportunismo vil, fingiu não saber que se tratava de uma doutrina herética.
Finalmente, quando o momento de sua morte se aproximou, ele pelo menos teve medo do Inferno. O amor de Deus não o moveu, mas a percepção de que ele poderia ir para o Inferno o comoveu. Mesmo aqui, sua posição era fraca, pois se ele fosse reparar o mal que havia feito, ele deveria ter permanecido no palácio episcopal.
Lá, mesmo se estivesse muito doente, ele deveria ter usado o resto de seus dias para desfazer o mal que havia feito. Vemos que ele não fez isso por medo de perseguição. Portanto, ele tomou uma decisão lamentável, deixou o Patriarcado, foi para um mosteiro e lá se preparou para morrer.
Havia pelo menos uma coisa redentora no abismo do pecado em que ele havia caído. Ele não cometeu o pecado de simpatizar com a doutrina iconoclasta. Ele não odiava esses erros como deveria, mas pelo menos estava preocupado com a salvação de sua própria alma.
Quando a Imperatriz foi ao mosteiro para convidá-lo a voltar, ele humildemente confessou o mal que havia cometido e depois confessou a postura errada que havia tomado. Fazendo isso, ele preparou o espírito da Imperatriz para aceitar um sucessor que pudesse reparar a situação. A Imperatriz pediu-lhe que nomeasse um sucessor ortodoxo e ele cedeu.
Esse homem era São Tarásio, que governou a Sé de Constantinopla por muito tempo com energia. Foi a São Tarásio que Constantinopla deve sua reunião com a Igreja Católica. O que vemos aqui? Que um homem pode cair muito, mas a Bondade Divina lhe mostrará um perdão extraordinário, desde que ele não simpatize com o mal.
Hoje vemos muitas pessoas fazendo o que este Patriarca fez, mas elas morrem sem arrependimento. Não conhecemos o caso de um progressista, um Teilhard de Chardin, que fez ao mundo um mal muito maior do que aquele patriarca herege, que se arrependeu antes de morrer.
É porque pecaram contra o espírito, amaram a Revolução, à qual serviram tão bem. Assim, não sabemos de nenhum deles que se arrependeu na hora da morte.
Aqui entendemos como os pecados de hoje são piores do que os de ontem e como a vitória do demônio é mais completa com a entrega total que essas almas fazem a ele.
2 - Depois, temos o outro aspecto, que é a belíssima vida de São Tarásio. É para nós uma grande alegria imaginar o seu longo pontificado na Igreja do Oriente, que foi uma espécie de ramo quase totalmente separado da árvore que era a Igreja Católica. Depois dele, a Fé floresceu, os iconoclastas foram perseguidos, o rico tesouro da piedade oriental começou a ser reanimado novamente pela seiva católica. Todos esses fatos são tão agradáveis de lembrar e tão simples de serem reconstituídos pela imaginação que não podemos fazer outra coisa senão ignorá-los.
3 - Agora, a última parte diz respeito ao castigo do Imperador. Após a morte de São Tarásio, um Imperador iconoclasta subiu ao trono e restabeleceu a heresia iconoclasta e teve um sonho. No sonho milagroso ele recebeu uma ameaça, que foi cumprida. Um certo Miguel enviado por São Tarásio executou sua ordem e matou o Imperador.
Vemos nesse episódio outro milagre, ou seja, o mau Imperador acreditou no sonho. Hoje, não vemos pessoas acreditando em profecias que revelam castigos. O Céu falou em La Salette, o Céu voltou a falar no segredo que Nossa Senhora revelou a Santa Bernadete em Lourdes, o Céu falou claramente em Fátima.
Mas esses segredos não foram revelados. A voz do Céu foi abafada; não havia imprimatur para o Céu. O resultado que estamos vendo: as ameaças salutares que poderiam ter salvado a humanidade foram ignoradas…
Por esse fato, podemos ver a imensidão desse pecado. Um Imperador acreditou na ameaça que recebeu, acreditou que um Santo o estava ameaçando e tentou encontrar e matar aquele que seria o instrumento de sua morte. Mas pelo menos ele fez sua intenção conhecida, e outros poderiam dar glória a Deus por Sua obra de justiça. Hoje, ninguém sabe de nada; nada acontece.
Quanto pior é o pecado da Revolução do que os pecados que a precederam! Como comunica às almas uma malícia muito mais grave, que torna o mesmo pecado pior agora do que então!
É bom para nós entendermos este ponto muito bem: por um pecado sem precedentes, uma punição sem precedentes. Naquela época, o mal poderia ser interrompido por São Tarásio enviando um homem para matar o Imperador.
Hoje, uma solução individual não é suficiente. A única saída é a Divina Providência apelando a si mesma para punir a humanidade. Daí vem à mente a convicção forte, coerente e serena de que o castigo virá.
Eu vejo no gesto de São Tarásio, no fato de que ele apareceu ao Imperador para colocar medo nele algo que reflete o fundo da minha alma.
Desejo que depois da minha morte eu pudesse fazer algo semelhante ao que São Tarásio fez. Passar o meu Céu até o fim do mundo aparecendo aos líderes da Revolução, ameaçando-os, causando-lhes pânico e desnorteando seus planos. Depois do pecado da Revolução, nada poderia glorificar melhor os Céus do que disseminar o pânico entre os perversos da terra.
A secção Santo do Dia apresenta trechos escolhidos das vidas dos santos baseada em comentários feitos pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Seguindo o exemplo de São João Bosco que costumava fazer comentários semelhantes para os meninos de seu Oratório, cada noite Prof. Plinio costumava fazer um breve comentário sobre a vida dos santos em uma reunião para os jovens para encorajá-los na prática da virtude e amor à Igreja Católica. TIA do Brasil pensa que seus leitores poderiam se beneficiar desses valiosos comentários.
Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.
Tarásio (730-806) teve como missão especial impedir que a heresia iconoclasta prevalecesse no Oriente. Seu pai foi um dos primeiros magistrados do Império e sua mãe uma pessoa de grande virtude. Ambos o ensinaram a permanecer fiel à Verdade. Mesmo sem dissimular suas crenças, foi nomeado cônsul e depois ministro da Imperatriz Irene, que governou durante a menoridade de seu filho Constantino.
Soldo em ouro da Imperatriz Irene 780-802
A Imperatriz Irene, que tinha grande confiança nele, foi até lá lhe pedir que voltasse para chefiar a Sé.
“Quem me dera nunca ter ocupado aquela Sé, minha Senhora,” disse chorando, “com a Igreja oprimida, separada das outras e anatematizada. Se não se reúne um Concílio Ecumênico para corrigir o erro que aqui reina, não há mais a salvação para nós.”
A Imperatriz perguntou: “Por que então concordou com a proibição de honrar as imagens quando foi eleito?”
O Patriarca: “Isto é o que deploro e a razão da penitência que faço agora. Que Deus me perdoe por não ter pregado a verdade, eu que sou seu Bispo, por medo de sua ira. Pois, tinha a morte vindo para me surpreender naquela Sé que recebe de todos os anátemas da Igreja Católica, eu teria caído nas trevas do Inferno.”
A Imperatriz perguntou-lhe quem poderia substituí-lo, e ele deu o nome de Tarásio como alguém altamente digno dessa posição.
São Tarásio 730-806
Tarásio tornou-se Patriarca de Constantinopla e o Segundo Concílio de Nicéia foi convocado em 787, tendo rejeitado a iconoclastia. A união com a Igreja Romana foi restaurada.
Como Patriarca, Tarásio deu o melhor exemplo de virtude, lutando particularmente contra o mau comportamento moral dos Imperadores e da corte. Ele morreu aos 76 anos em 25 de fevereiro do ano 806.
Quatorze anos após sua morte, o Imperador Leão, o Armênio, reacendeu a heresia iconoclasta e perseguia a Igreja. Em seus sonhos ele viu São Tarásio severamente dando uma ordem a um homem: “Miguel, mate-o!” E então aquele homem atravessou o Soberano com uma espada.
O Imperador foi ao mosteiro de São Tarásio e procurou um monge com este nome para prendê-lo e executá-lo imediatamente. Ele submeteu alguns monges à tortura, mas eles insistiram que ninguém no mosteiro tinha esse nome.
Seis dias depois, o Imperador foi assassinado pelos partidários de um de seus conselheiros, Miguel, o Amoriano, que o sucedeu no trono.
Comentários do Prof. Plinio:
Esta biografia coloca em realce três pontos: primeiro, a posição horrível do Patriarca Paulo de Constantinopla, segundo, a grandeza de São Tarásio que o sucedeu e terceiro, o castigo do Imperador Leão, o Armênio.
1 - A situação daquele Patriarca era horrível porque ele tinha fé e de fato não simpatizava com a heresia iconoclasta, mas a apoiou. Foi um oportunista que ocupou o cargo para aproveitar. Naquela época, aquele cargo tinha uma importância enorme. Movido por um oportunismo vil, fingiu não saber que se tratava de uma doutrina herética.
O Segundo Concílio de Nicéia (787) foi convocado para restaurar a união com Roma e o uso de ícones
Lá, mesmo se estivesse muito doente, ele deveria ter usado o resto de seus dias para desfazer o mal que havia feito. Vemos que ele não fez isso por medo de perseguição. Portanto, ele tomou uma decisão lamentável, deixou o Patriarcado, foi para um mosteiro e lá se preparou para morrer.
Havia pelo menos uma coisa redentora no abismo do pecado em que ele havia caído. Ele não cometeu o pecado de simpatizar com a doutrina iconoclasta. Ele não odiava esses erros como deveria, mas pelo menos estava preocupado com a salvação de sua própria alma.
Quando a Imperatriz foi ao mosteiro para convidá-lo a voltar, ele humildemente confessou o mal que havia cometido e depois confessou a postura errada que havia tomado. Fazendo isso, ele preparou o espírito da Imperatriz para aceitar um sucessor que pudesse reparar a situação. A Imperatriz pediu-lhe que nomeasse um sucessor ortodoxo e ele cedeu.
Esse homem era São Tarásio, que governou a Sé de Constantinopla por muito tempo com energia. Foi a São Tarásio que Constantinopla deve sua reunião com a Igreja Católica. O que vemos aqui? Que um homem pode cair muito, mas a Bondade Divina lhe mostrará um perdão extraordinário, desde que ele não simpatize com o mal.
O Imperador dá ordem para destruir os ícones
É porque pecaram contra o espírito, amaram a Revolução, à qual serviram tão bem. Assim, não sabemos de nenhum deles que se arrependeu na hora da morte.
Aqui entendemos como os pecados de hoje são piores do que os de ontem e como a vitória do demônio é mais completa com a entrega total que essas almas fazem a ele.
2 - Depois, temos o outro aspecto, que é a belíssima vida de São Tarásio. É para nós uma grande alegria imaginar o seu longo pontificado na Igreja do Oriente, que foi uma espécie de ramo quase totalmente separado da árvore que era a Igreja Católica. Depois dele, a Fé floresceu, os iconoclastas foram perseguidos, o rico tesouro da piedade oriental começou a ser reanimado novamente pela seiva católica. Todos esses fatos são tão agradáveis de lembrar e tão simples de serem reconstituídos pela imaginação que não podemos fazer outra coisa senão ignorá-los.
3 - Agora, a última parte diz respeito ao castigo do Imperador. Após a morte de São Tarásio, um Imperador iconoclasta subiu ao trono e restabeleceu a heresia iconoclasta e teve um sonho. No sonho milagroso ele recebeu uma ameaça, que foi cumprida. Um certo Miguel enviado por São Tarásio executou sua ordem e matou o Imperador.
O Imperador Leão, o Armênio, acima, foi morto pelos partidários de Miguel, o Amoriano, abaixo
Mas esses segredos não foram revelados. A voz do Céu foi abafada; não havia imprimatur para o Céu. O resultado que estamos vendo: as ameaças salutares que poderiam ter salvado a humanidade foram ignoradas…
Por esse fato, podemos ver a imensidão desse pecado. Um Imperador acreditou na ameaça que recebeu, acreditou que um Santo o estava ameaçando e tentou encontrar e matar aquele que seria o instrumento de sua morte. Mas pelo menos ele fez sua intenção conhecida, e outros poderiam dar glória a Deus por Sua obra de justiça. Hoje, ninguém sabe de nada; nada acontece.
Quanto pior é o pecado da Revolução do que os pecados que a precederam! Como comunica às almas uma malícia muito mais grave, que torna o mesmo pecado pior agora do que então!
É bom para nós entendermos este ponto muito bem: por um pecado sem precedentes, uma punição sem precedentes. Naquela época, o mal poderia ser interrompido por São Tarásio enviando um homem para matar o Imperador.
Hoje, uma solução individual não é suficiente. A única saída é a Divina Providência apelando a si mesma para punir a humanidade. Daí vem à mente a convicção forte, coerente e serena de que o castigo virá.
Eu vejo no gesto de São Tarásio, no fato de que ele apareceu ao Imperador para colocar medo nele algo que reflete o fundo da minha alma.
Desejo que depois da minha morte eu pudesse fazer algo semelhante ao que São Tarásio fez. Passar o meu Céu até o fim do mundo aparecendo aos líderes da Revolução, ameaçando-os, causando-lhes pânico e desnorteando seus planos. Depois do pecado da Revolução, nada poderia glorificar melhor os Céus do que disseminar o pânico entre os perversos da terra.
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Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.