O Santo do Dia
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São Benedito, o Mouro - 4 de Abril
Para contrariar quem atribui à sua raça a capacidade de um homem, basta considerar o ilustre exemplo de São Benedito, o Mouro, conhecido em Portugal como “o Santo Negro” e querido em todo o mundo Latino. Este santo, menos conhecido nos países de língua inglesa, oferece um exemplo extraordinário de uma vida de humildade, mas que mereceu graças extraordinárias de Deus.
Juventude
Nascido perto de Messina, Sicília, São Benedito era um filho livre de pais africanos que haviam sido escravos. Em sua infância, seus pais lhe ensinaram diligentemente os caminhos da devoção à Santíssima Virgem, e desde cedo ele atraiu a admiração por sua santidade.
À medida que crescia, ele trabalhou para o mestre de seus pais, trabalhando nos campos ao elevar o coração e a mente constantemente em oração ao Deus eterno. Foi nessa época que Benedito encontrou um santo eremita chamado Pe. Jerome Lanza.
Um episódio revelador
Pe. Lanza foi um cavaleiro que abriu mão de seu extenso patrimônio para se tornar um eremita franciscano. Um dia, enquanto caminhava, ele viu Benedito em meio a um grupo de ceifeiros ociosos que zombavam dele com maldade e com calúnias raciais degradantes. Enquanto ele observava, Pe. Lanza percebeu que, apesar dos insultos, Benedito suportou o abuso com a maior paciência e pureza de alma. Impressionado, Pe. Lanza deu um passo à frente e repreendeu os trabalhadores, pedindo a Benedito que considerasse juntar-se a ele e aos outros franciscanos dedicados a Deus. Pouco depois Benedito vendeu seus bois, dos quais se orgulhava, e abandonou o mundo para trilhar com mais perfeição o caminho de Nosso Senhor.
Os franciscanos dessa época se dedicavam a mortificações austeras. Nenhuma ordem moderna pode conceber as penitências sofridas por esses santos eremitas das montanhas da Sicília.
Fazedor de milagres
Entre os franciscanos, São Benedito logo começou a brilhar com virtudes eminentes, e as pessoas simples do campo começaram a procurá-lo para se aconselhar em seus problemas. Até as feras respeitavam a caverna onde os franciscanos mantinham suas longas vigílias e austeros jejuns. São Benedito relatou que foi atormentado por um demônio, um anjo de Satanás que o atormentou como fez com Santo Antônio. Foi nesta caverna franciscana que começou a operar curas milagrosas, pois Deus quis que fosse conhecido por meio de seu humilde servo.
Foi assim que São Benedito começou não apenas a dar conselhos divinamente inspirados, mas logo começou a fazer milagres. Por meio da oração e do sinal da Cruz, São Benedito curou as enfermidades que afligiam aqueles que imploravam por sua ajuda. A palavra começou a se difundir e a pequena gruta franciscana quase foi inundada por aqueles que buscavam a cura deste santo homem de Deus. No entanto, logo os franciscanos viram que as pessoas desta zona rural abusavam dos milagres de Deus, e então mudaram o eremitério para uma montanha fora de Pellegrino. Depois da morte do Pe. Lanza, São Benedito foi imediatamente eleito superior da comunidade.
Os franciscanos passaram pelas reformas de Pio IV, e São Benedito foi eventualmente chamado para o Mosteiro de Santa Maria de Jesus. Lá ele passou o resto de sua vida, e foi o retiro de inúmeras maravilhas.
A vida em Palermo
No Mosteiro de Palermo, a vida de São Benedito brilhava em virtude na medida em que ele tentava escondê-la. Tão grande era seu amor pela pobreza que andava descalço, mesmo no inverno, e não se permitia usar nada além das mais básicas necessidades. Novamente, muitos começaram a procurá-lo em busca de orientação e cura, e com toda humildade ele obedeceu quando chamado, mal tendo tempo para descansar ou se retirar para sua amada solidão.
Na oração, seu rosto era frequentemente visto banhado por uma luz milagrosa. Certa vez, a sua cela estava tão iluminada por estes raios que os outros irmãos correram para lá com água, acreditando ter começado um incêndio no Mosteiro. Quanto mais curas ele realizava, mais pessoas clamavam por suas intercessões. Seus superiores ordenaram que ele atendesse a todos os chamados e o número cresceu tanto que o porteiro começou a insultá-lo e repreendê-lo por trazer tantos para o mosteiro.
Às vezes, ele se escondia em arbustos e rezava enquanto estava escondido para que um visitante pudesse ser curado. Quando confrontado com isso, ele afirmou que foi a Santíssima Virgem que fez o milagre e que nada poderia ser atribuído a si mesmo.
Por obediência, ele atuou como cozinheiro do mosteiro, uma posição muito humilde. Lá ele foi visto sendo assistido por anjos quando surgiu a oportunidade de preparar comida para convidados inesperados. Para se mortificar ainda mais, ele se permitia provar o sabor da comida, mas então se recusava a comer qualquer coisa como uma forma de negar à carne aquilo que ela desejava. Sob ele, a comida era muitas vezes multiplicada milagrosamente.
Logo chegou a hora de escolher um guardião do mosteiro e, apesar de seus protestos fervorosos, ele, um homem inculto e analfabeto, foi eleito. Como líder, ele cuidava dos enfermos, sustentava os pobres, advertia os vacilantes e cumpria seus deveres com excelência. Posteriormente, foi eleito Vigário e Mestre de Noviços. Seu exemplo inspirou a todos.
Após o término de seu mandato como Vigário, ele se retirou para a cozinha mais uma vez e continuou a realizar os milagres mais surpreendentes. Finalmente, depois de prever o curso de sua própria doença, ele morreu no odor da santidade. A multidão de Palermo lamentou sua morte e ele foi escolhido para ser o padroeiro da cidade.
Conclusão
Não apresento aqui uma lista exaustiva das virtudes, feitos, qualidades e milagres deste Santo extraordinário. Mesmo uma leve compreensão de seu exemplo deve ser suficiente para inspirar a todos.
Com profunda humildade e profunda paciência, ele trabalhou nas profissões mais mesquinhas e sofreu as penitências mais extenuantes. Por todo o país, os enfermos, ricos e pobres, imploraram sua intercessão com Deus para conceder-lhes cura. Seus milagres eram conhecidos em todo o mundo latino e sua visão sobre muitos assuntos, seculares e religiosos, foi divinamente inspirada.
Era comum ver homens de erudição, grisalhos pela idade e conhecimento, sem vergonha de buscar o conselho desse pobre e simples monge que não tinha aprendido a ler nem a escrever. Seu dom de profecia surpreendeu a muitos ao seu redor, e ele atribuiu tudo a Deus e não se permitiu nada além das mortificações mais austeras. Assim Deus confunde o orgulho do mundo, revelando os maiores tesouros aos humildes.
A Igreja não hesitou em elevar este monge negro à honra do altar, fazendo dele um exemplo de sua igual consideração por aqueles homens virtuosos vindos de qualquer raça. Com efeito, seja o homem virtuoso negro, amarelo ou branco, ela é a Mãe de todos e o incentivo para que todos cumpram aquela imagem e semelhança de Deus a que foi chamado, segundo as características de cada raça. Nós, homens, somos chamados a amar a Deus e a nos tornarmos um reflexo d’Ele na raça em que nascemos.
A vida maravilhosa de São Benedito nos diz que este Santo Negro é digno de tanta veneração quanto os grandes Santos de outras raças. Nele, entendemos uma das muitas vias pelas quais a raça negra pode brilhar aos olhos da História. Nele vemos humildade, resignação e pobreza, fazendo um equilíbrio harmonioso com outro grande negro, Santo Elesbão, que em sua vida refletia majestade, justiça, combatividade e senso de ortodoxia. São Benedito e Santo Elesbão são duas facetas da grande vocação dos negros, que sempre foram acolhidos no seio da Igreja, como estão no Coração de Jesus no Céu.
Que aqueles que condenam seus semelhantes por algo tão grosseiro como a cor da pele sejam confundidos, como os zombeteiros ceifeiros da juventude de São Benedito, por um santo tão grande que foi reverenciado como tal em vida e é venerado mundialmente depois de sua morte.
Agradeça a Deus o exemplo que nos deu São Benedito o negro, padroeiro de Palermo, fazedor de milagres. São Benedito, rezamos para que confunda aqueles que maculam injustamente seus vizinhos. Mostrai-lhes que o verdadeiro modo de vida não se encontra em negar que todos são chamados a ser imagens e semelhanças de Deus, mas em aceitar e admirar as grandes qualidades de cada raça. Que eles se convertam para que possam encontrar seu próprio caminho para Deus.
Juventude
Nascido perto de Messina, Sicília, São Benedito era um filho livre de pais africanos que haviam sido escravos. Em sua infância, seus pais lhe ensinaram diligentemente os caminhos da devoção à Santíssima Virgem, e desde cedo ele atraiu a admiração por sua santidade.
À medida que crescia, ele trabalhou para o mestre de seus pais, trabalhando nos campos ao elevar o coração e a mente constantemente em oração ao Deus eterno. Foi nessa época que Benedito encontrou um santo eremita chamado Pe. Jerome Lanza.
Um episódio revelador
San Benedetto de Palermo
Os franciscanos dessa época se dedicavam a mortificações austeras. Nenhuma ordem moderna pode conceber as penitências sofridas por esses santos eremitas das montanhas da Sicília.
Fazedor de milagres
Entre os franciscanos, São Benedito logo começou a brilhar com virtudes eminentes, e as pessoas simples do campo começaram a procurá-lo para se aconselhar em seus problemas. Até as feras respeitavam a caverna onde os franciscanos mantinham suas longas vigílias e austeros jejuns. São Benedito relatou que foi atormentado por um demônio, um anjo de Satanás que o atormentou como fez com Santo Antônio. Foi nesta caverna franciscana que começou a operar curas milagrosas, pois Deus quis que fosse conhecido por meio de seu humilde servo.
Foi assim que São Benedito começou não apenas a dar conselhos divinamente inspirados, mas logo começou a fazer milagres. Por meio da oração e do sinal da Cruz, São Benedito curou as enfermidades que afligiam aqueles que imploravam por sua ajuda. A palavra começou a se difundir e a pequena gruta franciscana quase foi inundada por aqueles que buscavam a cura deste santo homem de Deus. No entanto, logo os franciscanos viram que as pessoas desta zona rural abusavam dos milagres de Deus, e então mudaram o eremitério para uma montanha fora de Pellegrino. Depois da morte do Pe. Lanza, São Benedito foi imediatamente eleito superior da comunidade.
Os franciscanos passaram pelas reformas de Pio IV, e São Benedito foi eventualmente chamado para o Mosteiro de Santa Maria de Jesus. Lá ele passou o resto de sua vida, e foi o retiro de inúmeras maravilhas.
A vida em Palermo
No Mosteiro de Palermo, a vida de São Benedito brilhava em virtude na medida em que ele tentava escondê-la. Tão grande era seu amor pela pobreza que andava descalço, mesmo no inverno, e não se permitia usar nada além das mais básicas necessidades. Novamente, muitos começaram a procurá-lo em busca de orientação e cura, e com toda humildade ele obedeceu quando chamado, mal tendo tempo para descansar ou se retirar para sua amada solidão.
Hábito de São Benedito
Às vezes, ele se escondia em arbustos e rezava enquanto estava escondido para que um visitante pudesse ser curado. Quando confrontado com isso, ele afirmou que foi a Santíssima Virgem que fez o milagre e que nada poderia ser atribuído a si mesmo.
Por obediência, ele atuou como cozinheiro do mosteiro, uma posição muito humilde. Lá ele foi visto sendo assistido por anjos quando surgiu a oportunidade de preparar comida para convidados inesperados. Para se mortificar ainda mais, ele se permitia provar o sabor da comida, mas então se recusava a comer qualquer coisa como uma forma de negar à carne aquilo que ela desejava. Sob ele, a comida era muitas vezes multiplicada milagrosamente.
Logo chegou a hora de escolher um guardião do mosteiro e, apesar de seus protestos fervorosos, ele, um homem inculto e analfabeto, foi eleito. Como líder, ele cuidava dos enfermos, sustentava os pobres, advertia os vacilantes e cumpria seus deveres com excelência. Posteriormente, foi eleito Vigário e Mestre de Noviços. Seu exemplo inspirou a todos.
Após o término de seu mandato como Vigário, ele se retirou para a cozinha mais uma vez e continuou a realizar os milagres mais surpreendentes. Finalmente, depois de prever o curso de sua própria doença, ele morreu no odor da santidade. A multidão de Palermo lamentou sua morte e ele foi escolhido para ser o padroeiro da cidade.
Conclusão
Não apresento aqui uma lista exaustiva das virtudes, feitos, qualidades e milagres deste Santo extraordinário. Mesmo uma leve compreensão de seu exemplo deve ser suficiente para inspirar a todos.
Com profunda humildade e profunda paciência, ele trabalhou nas profissões mais mesquinhas e sofreu as penitências mais extenuantes. Por todo o país, os enfermos, ricos e pobres, imploraram sua intercessão com Deus para conceder-lhes cura. Seus milagres eram conhecidos em todo o mundo latino e sua visão sobre muitos assuntos, seculares e religiosos, foi divinamente inspirada.
Era comum ver homens de erudição, grisalhos pela idade e conhecimento, sem vergonha de buscar o conselho desse pobre e simples monge que não tinha aprendido a ler nem a escrever. Seu dom de profecia surpreendeu a muitos ao seu redor, e ele atribuiu tudo a Deus e não se permitiu nada além das mortificações mais austeras. Assim Deus confunde o orgulho do mundo, revelando os maiores tesouros aos humildes.
Estátuas de São Benedito, acima, e de Santo Antônio de Catalagirona na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Negros em São João del Rey, Brasil
A vida maravilhosa de São Benedito nos diz que este Santo Negro é digno de tanta veneração quanto os grandes Santos de outras raças. Nele, entendemos uma das muitas vias pelas quais a raça negra pode brilhar aos olhos da História. Nele vemos humildade, resignação e pobreza, fazendo um equilíbrio harmonioso com outro grande negro, Santo Elesbão, que em sua vida refletia majestade, justiça, combatividade e senso de ortodoxia. São Benedito e Santo Elesbão são duas facetas da grande vocação dos negros, que sempre foram acolhidos no seio da Igreja, como estão no Coração de Jesus no Céu.
Que aqueles que condenam seus semelhantes por algo tão grosseiro como a cor da pele sejam confundidos, como os zombeteiros ceifeiros da juventude de São Benedito, por um santo tão grande que foi reverenciado como tal em vida e é venerado mundialmente depois de sua morte.
Agradeça a Deus o exemplo que nos deu São Benedito o negro, padroeiro de Palermo, fazedor de milagres. São Benedito, rezamos para que confunda aqueles que maculam injustamente seus vizinhos. Mostrai-lhes que o verdadeiro modo de vida não se encontra em negar que todos são chamados a ser imagens e semelhanças de Deus, mas em aceitar e admirar as grandes qualidades de cada raça. Que eles se convertam para que possam encontrar seu próprio caminho para Deus.
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