Festas de Nosso Senhor
Transfiguração de Nosso Senhor - 6 de Agosto
São Tomás de Aquino comenta que na Transfiguração “apareceu toda a Trindade: o Pai na voz, o Filho no homem, o Espírito na nuvem luminosa.” (1) A liturgia de hoje, porém, ressalta que a Transfiguração é como um grande ponto culminante da pregação de Cristo.
É também a contrapartida das tentações que Ele sofreu no deserto. No deserto, o demônio o tentou; aqui, na Transfiguração, dois santos o acompanham. Lá, Satanás citou a Lei e os Profetas para tentá-Lo; aqui, os representantes mais importantes da Lei e dos Profetas aparecem ao lado d’Ele para apoiá-Lo. Lá, Ele estava com fome e humilhado; aqui, Ele aparece cheio de glória e poder. Lá, Ele mostrou que era um homem; aqui, Ele mostra que é Deus.
Cristo foi transfigurado para dar aos seus discípulos - e a nós - um vislumbre da glória do Céu, de modo que eles não queriam mais sair dali, embora a princípio sentissem medo, o que é uma característica das “visões imaginativas.”
De fato, Santa Teresa diz que as visões imaginativas “no início causam grande medo e, então, imediatamente a pessoa sente paz e alegria.” Cristo apareceu para ela mostrando apenas a mão d’Ele e ela caiu por terra. Mas, então, pouco a pouco Ele se mostrou a ela até que ela pudesse vê-Lo completamente.
Se Ele tivesse feito isso desde o primeiro momento, ela não teria suportado. Ela disse que se alguém passasse a vida inteira contemplando aquela visão, como os três apóstolos queriam fazer, poderia morrer de alegria.
De fato, segundo a tradição, Nossa Senhora passou deste mundo ao outro porque Cristo pôs fim ao milagre contínuo que A impedia de morrer de alegria que sentia pelo seu imenso amor a Deus.
Os Apóstolos precisavam desse milagre para resistir aos sofrimentos e perseguições que receberiam em nome de Cristo. Embora este episódio da Transfiguração seja sublime, está intimamente ligado à Paixão: Cristo falou com Moisés e Elias da Sua Paixão e, imediatamente a seguir, na descida do monte, anunciou aos discípulos os sofrimentos que teria de passar.
Não se pode ter verdadeira fé sem se lembrar da Paixão e da Glória de Cristo: que Ele é Homem e Deus. É importante notar que esses mesmos Apóstolos - Pedro, Tiago e João - também foram escolhidos por Cristo para testemunhar Sua Paixão no Jardim das Oliveiras, (2) bem como a ressurreição da filha de Jairo. (3)
Cristo ensinou o valor do seu sacrifício voluntário, aceitando o “cálice” e se deixando ser “espremido como uma azeitona” (Getsêmani = גת שמנים = prensa de azeite), mas também nos disse “não temamos” porque Ele tem o poder de vencer a morte (a ressurreição da menina) pois Ele é Deus.
Falando sobre a Ressurreição, que foi prefigurada na Transfiguração, São Paulo diz: “Se Cristo não ressuscitou, então a nossa pregação é vã, e a vossa fé também é vã.” (4)
Seis dias após a confissão de Pedro
São Mateus observa o momento exato em que esse milagre aconteceu: “seis dias depois.” Seis dias depois do quê? Após a confissão de São Pedro, que reconheceu Jesus como o Filho de Deus e depois de Cristo ter anunciado pela primeira vez a sua Paixão e Morte.
Para confirmar os Apóstolos nos dogmas da sua Divindade e Humanidade, Nosso Senhor perguntou aos discípulos o que o povo dizia sobre o Filho do Homem. Como sabemos, os contemporâneos de Cristo pensavam que Ele era um homem simples.
“Que dizem os homens sobre o Filho do homem? (5) Ele perguntou aos Apóstolos. E, então, foi quando São Pedro se confessou: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” (6)
Mas São Pedro teve que reconhecer não só a Divindade de Cristo, mas também sua natureza humana e aceitar sua paixão e morte. Os Judeus, que até aquele dia não podiam aceitar o mistério da Encarnação, cometeram o mesmo pecado de seu pai, o Diabo, que respondeu "Non serviam" (לֹא אעבוד) quando lhe foi revelada a Encarnação do Verbo Divino e Seu nascimento de uma mulher.
Portanto, Nosso Senhor, imediatamente após a confissão de São Pedro, predisse a Sua Paixão e, depois de seis dias, Ele se transfigurou para confirmar os seus discípulos na fé.
A Transfiguração também nos diz algo sobre nossa Ressurreição: Nossa carne será ressuscitada com as características gloriosas de impassibilidade, leveza, sutileza e brilho, como o corpo ressuscitado de Cristo. Ou seja, o corpo não pode mais sofrer: “Deus enxugará de seus olhos todas as lágrimas: e não haverá mais morte, nem pranto, nem choro, nem haverá mais tristeza” (7), diz o Apocalipse.
Os corpos gloriosos poderão mover-se à vontade para qualquer lugar: entrar numa sala fechada com as portas trancadas, como Cristo entrou no Cenáculo no dia da Ressurreição, (8) e possuirão a maior beleza.
Mas, por enquanto ainda estamos na batalha e temos de continuar agindo. Não podemos fingir que fazemos três tendas e nos sentamos para descansar apenas para contemplar a Deus e desfrutar de sua presença. Certamente devemos contemplar Cristo, mas devemos continuar agindo, por isso devemos sempre descer da montanha.
Que Deus nos dê a graça de permanecer firmes, lutando o bom combate da fé, fazendo tudo o que estiver ao nosso alcance para que Cristo reine, e confiando na Sua Divina Vontade e na poderosa intercessão de Sua Mãe Santíssima por tudo aquilo que não podemos realizar por nós mesmos. Amém.
A contrapartida da Transfiguração de Nosso Senhor é sua tentação no deserto
Cristo foi transfigurado para dar aos seus discípulos - e a nós - um vislumbre da glória do Céu, de modo que eles não queriam mais sair dali, embora a princípio sentissem medo, o que é uma característica das “visões imaginativas.”
De fato, Santa Teresa diz que as visões imaginativas “no início causam grande medo e, então, imediatamente a pessoa sente paz e alegria.” Cristo apareceu para ela mostrando apenas a mão d’Ele e ela caiu por terra. Mas, então, pouco a pouco Ele se mostrou a ela até que ela pudesse vê-Lo completamente.
Se Ele tivesse feito isso desde o primeiro momento, ela não teria suportado. Ela disse que se alguém passasse a vida inteira contemplando aquela visão, como os três apóstolos queriam fazer, poderia morrer de alegria.
De fato, segundo a tradição, Nossa Senhora passou deste mundo ao outro porque Cristo pôs fim ao milagre contínuo que A impedia de morrer de alegria que sentia pelo seu imenso amor a Deus.
Os Apóstolos precisavam desse milagre para resistir aos sofrimentos e perseguições que receberiam em nome de Cristo. Embora este episódio da Transfiguração seja sublime, está intimamente ligado à Paixão: Cristo falou com Moisés e Elias da Sua Paixão e, imediatamente a seguir, na descida do monte, anunciou aos discípulos os sofrimentos que teria de passar.
Não se pode ter verdadeira fé sem se lembrar da Paixão e da Glória de Cristo: que Ele é Homem e Deus. É importante notar que esses mesmos Apóstolos - Pedro, Tiago e João - também foram escolhidos por Cristo para testemunhar Sua Paixão no Jardim das Oliveiras, (2) bem como a ressurreição da filha de Jairo. (3)
Cristo ensinou o valor do seu sacrifício voluntário, aceitando o “cálice” e se deixando ser “espremido como uma azeitona” (Getsêmani = גת שמנים = prensa de azeite), mas também nos disse “não temamos” porque Ele tem o poder de vencer a morte (a ressurreição da menina) pois Ele é Deus.
Falando sobre a Ressurreição, que foi prefigurada na Transfiguração, São Paulo diz: “Se Cristo não ressuscitou, então a nossa pregação é vã, e a vossa fé também é vã.” (4)
Seis dias após a confissão de Pedro
São Mateus observa o momento exato em que esse milagre aconteceu: “seis dias depois.” Seis dias depois do quê? Após a confissão de São Pedro, que reconheceu Jesus como o Filho de Deus e depois de Cristo ter anunciado pela primeira vez a sua Paixão e Morte.
Para confirmar os Apóstolos nos dogmas da sua Divindade e Humanidade, Nosso Senhor perguntou aos discípulos o que o povo dizia sobre o Filho do Homem. Como sabemos, os contemporâneos de Cristo pensavam que Ele era um homem simples.
“Que dizem os homens sobre o Filho do homem? (5) Ele perguntou aos Apóstolos. E, então, foi quando São Pedro se confessou: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” (6)
Após sua confissão da divindade de Cristo,
Pedro recebeu as chaves de poder
Portanto, Nosso Senhor, imediatamente após a confissão de São Pedro, predisse a Sua Paixão e, depois de seis dias, Ele se transfigurou para confirmar os seus discípulos na fé.
A Transfiguração também nos diz algo sobre nossa Ressurreição: Nossa carne será ressuscitada com as características gloriosas de impassibilidade, leveza, sutileza e brilho, como o corpo ressuscitado de Cristo. Ou seja, o corpo não pode mais sofrer: “Deus enxugará de seus olhos todas as lágrimas: e não haverá mais morte, nem pranto, nem choro, nem haverá mais tristeza” (7), diz o Apocalipse.
Os corpos gloriosos poderão mover-se à vontade para qualquer lugar: entrar numa sala fechada com as portas trancadas, como Cristo entrou no Cenáculo no dia da Ressurreição, (8) e possuirão a maior beleza.
Mas, por enquanto ainda estamos na batalha e temos de continuar agindo. Não podemos fingir que fazemos três tendas e nos sentamos para descansar apenas para contemplar a Deus e desfrutar de sua presença. Certamente devemos contemplar Cristo, mas devemos continuar agindo, por isso devemos sempre descer da montanha.
Que Deus nos dê a graça de permanecer firmes, lutando o bom combate da fé, fazendo tudo o que estiver ao nosso alcance para que Cristo reine, e confiando na Sua Divina Vontade e na poderosa intercessão de Sua Mãe Santíssima por tudo aquilo que não podemos realizar por nós mesmos. Amém.
- Santo Tomás de Aquino: “Tota Trinitas aparuit, Pater in voce, Filius in homine, Spiritus Sanctus in nube clara” Summa Theologiae, III. Q45. A4.
- Mt 26: 36-45
- Lc 8:51-56
- I Cor. 15:14
- Mt 16:13
- Mt 16:16
- Apoc 21:4
- Jo 20:19
Postado em 5 de agosto de 2021
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