Dias de Festa Especiais
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Festa das Santas Relíquias - 5 de Novembro
Seleção de Dom Guéranger:
No século 16, a heresia que profanaram os túmulos dos santos pretendia abolir o culto às relíquias. Opondo-se aos mais malignos reformadores protestantes, o Concílio de Trento, expressando o testemunho unânime da Tradição, emitiu a seguinte definição que resumia as razões teológicas do culto que a Igreja dá às relíquias dos santos:
“Os fiéis devem venerar os corpos dos mártires e de outros santos que agora vivem com Cristo - cujos corpos eram os membros vivos de Cristo e o templo do Espírito Santo, e devem ser ressuscitados por Ele para a vida eterna, e por meio de cujos corpos muitos benefícios são concedidos por Deus aos homens.
“De modo que aqueles que afirmam que a veneração e a honra não são devidas às relíquias dos santos; ou, que estes e outros monumentos sagrados são inutilmente homenageados pelos fiéis; e que os lugares dedicados à memória dos santos são em vão visitados com o objetivo de obter seu auxílio; devem ser totalmente condenados, como a Igreja já há muito condenou (Concílio de Nicéia (IIc.VII), e agora também os condena.” (Sessão 25)
Comentários do Prof. Plinio:
Veja, portanto, que os motivos do culto às relíquias são:
Para entender o valor, consideremos o Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele tem o Corpo de um verdadeiro homem. Quando Ele estava na terra, seu Corpo era tão sacrossanto que qualquer coisa que Seu Corpo tocasse produzia maravilhas. Com Sua simples saliva, Ele curou um cego (Jo 9,6; Mc 7,31-37, 8,22-26); com o toque de suas mãos curou inúmeras pessoas; fixando seu olhar em alguém - São Pedro, por exemplo - Ele operou conversões maravilhosas.
Quando seu preciosíssimo Sangue caiu sobre o soldado Longinus que havia traspassado seu Coração; aquele Sangue o curou da cegueira quase total e tirou sua alma do estado de endurecimento em que se encontrava. Isso mostra que o Santíssimo Corpo de Nosso Senhor tem uma ligação tão profunda com sua Alma e Divindade que, n’Ele, seu Sangue, seu Corpo, Alma e Divindade constituem um único todo que não pode ser separado.
Desta forma, podemos compreender a relação entre o corpo e a alma. Nosso corpo não é algo extrínseco a nós, no qual somos acidentalmente colocados de forma transitória; antes, é uma parte essencial do nosso ser. Por esta razão, nossas almas animam nossos corpos enquanto o corpo e a alma estão juntos. Quando um homem morre, sua alma não está presente em suas relíquias, mas a alma, no entanto, conserva alguma relação com essas relíquias.
As relíquias que veneramos - pedaços de ossos, fios de cabelo ou cinzas de santos canonizados - serão reincorporadas aos corpos desses santos quando eles ressuscitarem. Então, essas relíquias que pertenciam a um corpo que era um templo do Espírito Santo, que estavam ligadas a uma alma que tinha o sobrenatural viver de graça, que recebia os sacramentos, praticava atos de piedade, coragem, heroísmo, combatividade e dedicação, essas relíquias serão reincorporadas ao seu corpo ressuscitado quando os Anjos tocarem suas trombetas chamando todos os homens para o Juízo Final.
Temos a certeza de que essas relíquias, que agora veneramos num santuário de cristal, um dia gozarão da glória do Paraíso perto de Deus.
Os senhores podem entender que é razoável que essas relíquias sejam o canal de importantes graças de Deus; que quando as tocamos ou rezamos perto delas, obtemos graças especiais dos santos a quem pertenciam e que, de alguma forma, trazem a presença desses santos em nosso meio.
Devemos, portanto, ter o maior respeito por essas relíquias e também grande confiança na intercessão dos santos a quem pertencem. Por disposição da Divina Providência, essas relíquias estão entre nós. Essa mesma Providência deseja que rezemos a esses santos para obter os favores de que necessitamos.
Este é, pois, um estímulo para que frequente a nossa capela e venerem as relíquias deste relicário, que aqui foi trazido para esta noite.
Existem três tipos de relíquias: relíquias de primeira, segunda e terceira classe. A Igreja define relíquias de primeira classe como partes do corpo ou cinzas de um mártir ou santo. Essas relíquias estão em pequenas caixas circulares cobertas de vidro chamadas tecas. Cada relíquia possui um documento emitido pela Igreja que prova e garante a sua autenticidade. As relíquias que temos em nossa capela vieram do próprio órgão do Vaticano.
Depois, há relíquias de segunda classe, que são itens pertencentes ou usados por um Santo. Essas relíquias trazem consigo uma bênção, que por sua vez é transmitida àqueles que as tocam e veneram.
As relíquias de terceira classe são objetos que foram tocados em uma relíquia de primeira ou segunda classe.
Por exemplo, aqui temos este tecido de seda vermelha, que é o Manto utilizado pelo Grande Cardeal Merry del Val, que era o Secretário de São Pio X. Este Manto nos foi entregue - eu estava presente no momento da entrega - pelo Procurador de sua Causa de Canonização, que autenticou sua origem com um texto escrito colocado em à parte inferior do próprio manto.
Então, se algum dos senhores gostaria de pedir uma graça para o Cardeal Merry del Val, deve rezar para ele perto de seu manto, e até mesmo tocá-lo, se quiser.
Alguém poderia me perguntar: qual a relação entre as relíquias dos santos e a combatividade que um contra-revolucionário deve ter?
Eu respondo: os guerreiros medievais costumavam levar relíquias para a batalha. Era costume colocar uma relíquia no punho da espada para que, enquanto lutassem, empunhassem as relíquias para defender sua causa na batalha. Se estivessem feridos e corressem o risco de morrer, beijariam as relíquias em suas espadas, pedindo a proteção dos santos caso morressem.
Os senhores veem, portanto, como o espírito de combatividade é semelhante ao culto das relíquias. Devemos pedir aos santos a graça e a força para combater devidamente nossos inimigos revolucionários.
A seção Santo do Dia apresenta trechos escolhidos das vidas dos santos baseada em comentários feitos pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Seguindo o exemplo de São João Bosco que costumava fazer comentários semelhantes para os meninos de seu Oratório, cada noite Prof. Plinio costumava fazer um breve comentário sobre a vida dos santos em uma reunião para os jovens para encorajá-los na prática da virtude e amor à Igreja Católica. TIA do Brasil pensa que seus leitores poderiam se beneficiar desses valiosos comentários.
Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.
No século 16, a heresia que profanaram os túmulos dos santos pretendia abolir o culto às relíquias. Opondo-se aos mais malignos reformadores protestantes, o Concílio de Trento, expressando o testemunho unânime da Tradição, emitiu a seguinte definição que resumia as razões teológicas do culto que a Igreja dá às relíquias dos santos:
Católicos veneram relíquias dos Santos
“De modo que aqueles que afirmam que a veneração e a honra não são devidas às relíquias dos santos; ou, que estes e outros monumentos sagrados são inutilmente homenageados pelos fiéis; e que os lugares dedicados à memória dos santos são em vão visitados com o objetivo de obter seu auxílio; devem ser totalmente condenados, como a Igreja já há muito condenou (Concílio de Nicéia (IIc.VII), e agora também os condena.” (Sessão 25)
Comentários do Prof. Plinio:
Veja, portanto, que os motivos do culto às relíquias são:
- As almas dos santos vivem com Jesus Cristo;
- Seus corpos eram templos do Espírito Santo;
- As relíquias são parte de seus corpos, que ressuscitarão para desfrutar da glória e da vida eterna.
Nosso Senhor cura o cego com sua saliva
Quando seu preciosíssimo Sangue caiu sobre o soldado Longinus que havia traspassado seu Coração; aquele Sangue o curou da cegueira quase total e tirou sua alma do estado de endurecimento em que se encontrava. Isso mostra que o Santíssimo Corpo de Nosso Senhor tem uma ligação tão profunda com sua Alma e Divindade que, n’Ele, seu Sangue, seu Corpo, Alma e Divindade constituem um único todo que não pode ser separado.
Desta forma, podemos compreender a relação entre o corpo e a alma. Nosso corpo não é algo extrínseco a nós, no qual somos acidentalmente colocados de forma transitória; antes, é uma parte essencial do nosso ser. Por esta razão, nossas almas animam nossos corpos enquanto o corpo e a alma estão juntos. Quando um homem morre, sua alma não está presente em suas relíquias, mas a alma, no entanto, conserva alguma relação com essas relíquias.
As relíquias que veneramos - pedaços de ossos, fios de cabelo ou cinzas de santos canonizados - serão reincorporadas aos corpos desses santos quando eles ressuscitarem. Então, essas relíquias que pertenciam a um corpo que era um templo do Espírito Santo, que estavam ligadas a uma alma que tinha o sobrenatural viver de graça, que recebia os sacramentos, praticava atos de piedade, coragem, heroísmo, combatividade e dedicação, essas relíquias serão reincorporadas ao seu corpo ressuscitado quando os Anjos tocarem suas trombetas chamando todos os homens para o Juízo Final.
Relíquia de primeira classe: um pedaço de osso de Santo Afonso em uma teca; relíquia de segunda classe: um pedaço do véu de Nossa Senhora em um relicário elaborado
Os senhores podem entender que é razoável que essas relíquias sejam o canal de importantes graças de Deus; que quando as tocamos ou rezamos perto delas, obtemos graças especiais dos santos a quem pertenciam e que, de alguma forma, trazem a presença desses santos em nosso meio.
Devemos, portanto, ter o maior respeito por essas relíquias e também grande confiança na intercessão dos santos a quem pertencem. Por disposição da Divina Providência, essas relíquias estão entre nós. Essa mesma Providência deseja que rezemos a esses santos para obter os favores de que necessitamos.
Este é, pois, um estímulo para que frequente a nossa capela e venerem as relíquias deste relicário, que aqui foi trazido para esta noite.
Existem três tipos de relíquias: relíquias de primeira, segunda e terceira classe. A Igreja define relíquias de primeira classe como partes do corpo ou cinzas de um mártir ou santo. Essas relíquias estão em pequenas caixas circulares cobertas de vidro chamadas tecas. Cada relíquia possui um documento emitido pela Igreja que prova e garante a sua autenticidade. As relíquias que temos em nossa capela vieram do próprio órgão do Vaticano.
Depois, há relíquias de segunda classe, que são itens pertencentes ou usados por um Santo. Essas relíquias trazem consigo uma bênção, que por sua vez é transmitida àqueles que as tocam e veneram.
As relíquias de terceira classe são objetos que foram tocados em uma relíquia de primeira ou segunda classe.
Por exemplo, aqui temos este tecido de seda vermelha, que é o Manto utilizado pelo Grande Cardeal Merry del Val, que era o Secretário de São Pio X. Este Manto nos foi entregue - eu estava presente no momento da entrega - pelo Procurador de sua Causa de Canonização, que autenticou sua origem com um texto escrito colocado em à parte inferior do próprio manto.
Os cruzados muitas vezes tinham relíquias embutidas em suas espadas
Alguém poderia me perguntar: qual a relação entre as relíquias dos santos e a combatividade que um contra-revolucionário deve ter?
Eu respondo: os guerreiros medievais costumavam levar relíquias para a batalha. Era costume colocar uma relíquia no punho da espada para que, enquanto lutassem, empunhassem as relíquias para defender sua causa na batalha. Se estivessem feridos e corressem o risco de morrer, beijariam as relíquias em suas espadas, pedindo a proteção dos santos caso morressem.
Os senhores veem, portanto, como o espírito de combatividade é semelhante ao culto das relíquias. Devemos pedir aos santos a graça e a força para combater devidamente nossos inimigos revolucionários.
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Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.