O Santo do Dia
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Santo Afraates - 7 de Abril
Seleção Biográfica:
O Martirológico Romano diz que ele era um anacoreta que tinha o poder dos milagres e que defendeu a fé católica contra os arianos no século 4.
Comentários de Dr. Plinio:
Quais foram esses milagres? Como eles foram trabalhados? Que papel desempenharam na luta contra os arianos? São fatos que o texto não traz e lamento muito não os conhecer. É curioso ver um santo cuja forma particular de apologética era fazer milagres.
Isso leva a uma pergunta que me parece importante: por que Nossa Senhora não nos dá o poder de fazer milagres contra os progressistas de hoje, contra os hereges de nosso tempo? Pois, não temos o poder de operar curas milagrosas nem de fazer as montanhas se moverem ou pularem como cabras como as Escrituras mencionam (Mt 17,19; Sl 113,4-6); nem temos o poder de fulminar um inimigo da Igreja, que é mais precioso que o poder de curar.
Os senhores podem encontrar santos contemporâneos que tiveram esse poder. Por exemplo, durante um sermão, Santo Antônio Maria Claret, declarou: "Agora o diabo manifestará sua ira."
Logo depois que ele disse essas palavras, sons explosivos vieram da torre do sino e do sótão da igreja, o que fez muitas senhoras correrem para fora da igreja com medo. Quando este Santo esteve em Cuba, e depois na Espanha, os milagres foram numerosos. Na vida de Dom Bosco os milagres foram muitos.
Na nossa vida pobre, porém, na vida do nosso grupo contra-revolucionário, e mais ainda, na vida dos escritores ultramontanos do século 19, se há algo que não está presente são os milagres. Por que é isso?
A primeira resposta muito simples seria que não há santos entre nós: não correspondemos como deveríamos à graça. Se o tivéssemos feito, faríamos milagres e converteríamos muitas pessoas à Contra-Revolução.
Confesso que esta explicação me parece superficial por este motivo: Se é verdade que fazer milagres é típico da vida dos santos, não é verdade que fazer milagres é um requisito para provar que uma pessoa é santa. São Francisco de Sales, por exemplo, foi um grande santo e nunca ouvi dizer que ele tivesse feito um milagre em sua vida.
Por outro lado, há pessoas que não eram santas e faziam milagres. Os Apóstolos – mesmo Judas – operaram milagres durante a existência terrena de Nosso Senhor; no entanto, seu comportamento estava longe de ser santo no Horto das Oliveiras...
Milagres e santidade não podem ser classificados como sinônimos de maneira tão simplista.
Isso não significa que somos fiéis à graça. Infelizmente, somos infiéis, mas a resposta baseada neste raciocínio não é suficiente.
Acredito que devemos adotar uma abordagem diferente para encontrar uma resposta objetiva.
A graça específica que o contrarrevolucionário recebe é uma graça especial pela qual ele subconscientemente tem uma estrutura de espírito que corresponde a vários princípios metafísicos. Esta composição especial de espírito dá-lhe a possibilidade de ver que a Igreja Santa, Romana, Católica e Apostólica é a verdadeira Igreja e que a ordem civil baseada na doutrina católica é a verdadeira ordem civil e temporal.
Por esta razão, o contrarrevolucionário, mais do que outras pessoas, pode facilmente discernir a verdadeira fé e ver o mal que está na heresia. Movido pelos mesmos princípios, ele prontamente percebe na verdadeira Fé seus aspectos mais determinantes e autênticos.
Esta é uma graça que não se recusa a ninguém e depende, como qualquer graça, de uma aceitação da vontade. Como afirmou Santo Agostinho: "Aquele que te criou sem ti, não te salvará sem ti." É por esta graça que temos o dom inestimável da fé. Temos esse dom em sua integridade, em suas manifestações mais refinadas, que são o sentido católico e o espírito de fé.
Qual é o sentido católico? É uma excelência da virtude da Fé pela qual podemos facilmente conhecer a importância, o conteúdo e a arquitetura da religião católica. É um bom senso em assuntos católicos nascidos da Fé.
O que é o espírito da Fé? É essa excelência, essa energia da Fé pela qual analisamos com segurança as circunstâncias concretas à luz da Fé e não apenas à luz dos princípios naturais.
A virtude da confiança, por exemplo, é fruto do espírito de Fé. Um homem pode agir contra as regras da natureza ou da sabedoria natural e fazer coisas que seriam erradas e imprudentes se Deus não existisse; mas por causa da nossa vocação e das graças que recebemos, é normal que façamos essas coisas, confiando em Deus.
Então, essas características nos dão tanta clareza sobre o que é a verdadeira religião que não precisamos fazer milagres. O milagre não é necessário para nossa santificação.
Alguém poderia perguntar se o caminho dos milagres não seria mais nobre e belo para nós. Lembro-me de uma frase de Nosso Senhor a São Tomé depois de ter colocado os dedos nas Sagradas Chagas de Cristo: "Tomé, creste porque viste; bem-aventurados os que não viram, mas creram." Bem-aventurados aqueles que têm tal fé que não precisam de milagres, mas andam no caminho da Fé! Eles não têm a confirmação espetacular do milagre.
Por causa disso, eles são capazes de entender nosso grande milagre. E o que é esse milagre? É a própria Contra-Revolução. Pessoas da Europa muitas vezes vêm nos visitar aqui no Brasil e ficam confusas com o fato de que a visão da cristandade que a Europa rejeitou e considerava impossível de ser realizada, vê-se aceita por nós aqui e sendo restabelecida mediante a nossa luta.
Ao mesmo tempo, muitos da velha geração também rejeitam a Contra-Revolução. Os homens daquela geração tinham as condições naturais para corresponder à graça da Contra-Revolução, mas muito poucos o fizeram. Permitam-me que o diga com carinho e respeito: as novas gerações, que já não têm a estrutura psicológica natural para combater a Revolução, são as que responderam a este apelo.
Um exemplo: os militares do tempo da Alemanha do Kaiser conseguiam marchar usando aquele famoso passo de ganso, que se tornou uma expressão de grande disciplina. Era admirável ver homens marchando daquela maneira, mas eram homens com duas pernas normais. Ter um exército de pessoas de uma perna só marchando com passo de ganso seria algo muito mais complexo.
Agora então, Nossa Senhora por uma superabundância de graça faz os homens de uma perna das novas gerações fazerem o que aqueles soldados da velha geração poderiam fazer. Ela, pela superabundância de sua graça, faz com que pessoas sem capacidade ou estrutura psicológica, com todo tipo de problemas nervosos, enfrentem situações que jamais conseguiriam enfrentar.
Ela os convida a vir e fazer parte do banquete do Rei. É com um exército de cegos, coxos e surdos que ela faz uma Contra-Revolução que todos considerariam impossível. Neste fato há algo que é um milagre permanente.
Alguém poderia perguntar: Não converteríamos muito mais pessoas se tivéssemos o dom dos milagres?
Eu respondo com outra pergunta: Qual seria a vantagem de ter esse dom se não fosse acompanhado do dom de fazer outro tipo de milagre, que é um milagre moral especial? Qual seria o valor de um milagre para o homem que o recebe e diz: "Creio em Deus," mas depois continua a levar a mesma vida de antes? O que ganharíamos com este milagre?
Essas pessoas não mudariam com milagres; eles só mudarão com os milagres do castigo. Então, os senhores verão todos os tipos de milagres feitos por Deus. Quando chegar o dia, verão a multidão de milagres que acontecerão quando Deus punir a humanidade em sua ira insondável; então verão o que são milagres.
Esses milagres converterão algumas dessas pessoas. Será a única maneira de os converter. Mas não serão milagres feitos por nós; eles só serão testemunhados por nós.
A graça de ter essa fé forte que não precisa de milagres é uma graça que Nossa Senhora dá aos seus devotos. Essa fé é uma castidade da alma, assim como a castidade é a projeção da fé no corpo.
Devemos pedir a Nossa Senhora e a Santo Afraates que nos obtenham a graça de aumentar a nossa fé mesmo sem milagres. Que este seja o milagre realizado em nós por meio deles: que nós, filhos do século 20, tão quebrados e sem fundamento, tenhamos um intenso espírito de Fé.
A seção Santo do Dia apresenta trechos escolhidos das vidas dos santos baseada em comentários feitos pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Seguindo o exemplo de São João Bosco que costumava fazer comentários semelhantes para os meninos de seu Oratório, cada noite Prof. Plinio costumava fazer um breve comentário sobre a vida dos santos em uma reunião para os jovens para encorajá-los na prática da virtude e amor à Igreja Católica. TIA do Brasil pensa que seus leitores poderiam se beneficiar desses valiosos comentários.
Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.
Santo Aphraates, ou Aphrahat ou Afraates (280-345), o sábio persa
Comentários de Dr. Plinio:
Quais foram esses milagres? Como eles foram trabalhados? Que papel desempenharam na luta contra os arianos? São fatos que o texto não traz e lamento muito não os conhecer. É curioso ver um santo cuja forma particular de apologética era fazer milagres.
Isso leva a uma pergunta que me parece importante: por que Nossa Senhora não nos dá o poder de fazer milagres contra os progressistas de hoje, contra os hereges de nosso tempo? Pois, não temos o poder de operar curas milagrosas nem de fazer as montanhas se moverem ou pularem como cabras como as Escrituras mencionam (Mt 17,19; Sl 113,4-6); nem temos o poder de fulminar um inimigo da Igreja, que é mais precioso que o poder de curar.
Os senhores podem encontrar santos contemporâneos que tiveram esse poder. Por exemplo, durante um sermão, Santo Antônio Maria Claret, declarou: "Agora o diabo manifestará sua ira."
Santo Antônio Maria Claret (1807-1870), um grande pregador e milagreiro
Na nossa vida pobre, porém, na vida do nosso grupo contra-revolucionário, e mais ainda, na vida dos escritores ultramontanos do século 19, se há algo que não está presente são os milagres. Por que é isso?
A primeira resposta muito simples seria que não há santos entre nós: não correspondemos como deveríamos à graça. Se o tivéssemos feito, faríamos milagres e converteríamos muitas pessoas à Contra-Revolução.
Confesso que esta explicação me parece superficial por este motivo: Se é verdade que fazer milagres é típico da vida dos santos, não é verdade que fazer milagres é um requisito para provar que uma pessoa é santa. São Francisco de Sales, por exemplo, foi um grande santo e nunca ouvi dizer que ele tivesse feito um milagre em sua vida.
Por outro lado, há pessoas que não eram santas e faziam milagres. Os Apóstolos – mesmo Judas – operaram milagres durante a existência terrena de Nosso Senhor; no entanto, seu comportamento estava longe de ser santo no Horto das Oliveiras...
Milagres e santidade não podem ser classificados como sinônimos de maneira tão simplista.
Isso não significa que somos fiéis à graça. Infelizmente, somos infiéis, mas a resposta baseada neste raciocínio não é suficiente.
Acredito que devemos adotar uma abordagem diferente para encontrar uma resposta objetiva.
A Virgem Maria, segurando a bandeira da vitória e a Igreja, Rainha da Contra-Revolução
Por esta razão, o contrarrevolucionário, mais do que outras pessoas, pode facilmente discernir a verdadeira fé e ver o mal que está na heresia. Movido pelos mesmos princípios, ele prontamente percebe na verdadeira Fé seus aspectos mais determinantes e autênticos.
Esta é uma graça que não se recusa a ninguém e depende, como qualquer graça, de uma aceitação da vontade. Como afirmou Santo Agostinho: "Aquele que te criou sem ti, não te salvará sem ti." É por esta graça que temos o dom inestimável da fé. Temos esse dom em sua integridade, em suas manifestações mais refinadas, que são o sentido católico e o espírito de fé.
Qual é o sentido católico? É uma excelência da virtude da Fé pela qual podemos facilmente conhecer a importância, o conteúdo e a arquitetura da religião católica. É um bom senso em assuntos católicos nascidos da Fé.
O que é o espírito da Fé? É essa excelência, essa energia da Fé pela qual analisamos com segurança as circunstâncias concretas à luz da Fé e não apenas à luz dos princípios naturais.
A virtude da confiança, por exemplo, é fruto do espírito de Fé. Um homem pode agir contra as regras da natureza ou da sabedoria natural e fazer coisas que seriam erradas e imprudentes se Deus não existisse; mas por causa da nossa vocação e das graças que recebemos, é normal que façamos essas coisas, confiando em Deus.
'Bem-aventurados os que não viram, mas creram'
Alguém poderia perguntar se o caminho dos milagres não seria mais nobre e belo para nós. Lembro-me de uma frase de Nosso Senhor a São Tomé depois de ter colocado os dedos nas Sagradas Chagas de Cristo: "Tomé, creste porque viste; bem-aventurados os que não viram, mas creram." Bem-aventurados aqueles que têm tal fé que não precisam de milagres, mas andam no caminho da Fé! Eles não têm a confirmação espetacular do milagre.
Por causa disso, eles são capazes de entender nosso grande milagre. E o que é esse milagre? É a própria Contra-Revolução. Pessoas da Europa muitas vezes vêm nos visitar aqui no Brasil e ficam confusas com o fato de que a visão da cristandade que a Europa rejeitou e considerava impossível de ser realizada, vê-se aceita por nós aqui e sendo restabelecida mediante a nossa luta.
Ao mesmo tempo, muitos da velha geração também rejeitam a Contra-Revolução. Os homens daquela geração tinham as condições naturais para corresponder à graça da Contra-Revolução, mas muito poucos o fizeram. Permitam-me que o diga com carinho e respeito: as novas gerações, que já não têm a estrutura psicológica natural para combater a Revolução, são as que responderam a este apelo.
Soldados alemães marchando com passo de ganso
Agora então, Nossa Senhora por uma superabundância de graça faz os homens de uma perna das novas gerações fazerem o que aqueles soldados da velha geração poderiam fazer. Ela, pela superabundância de sua graça, faz com que pessoas sem capacidade ou estrutura psicológica, com todo tipo de problemas nervosos, enfrentem situações que jamais conseguiriam enfrentar.
Ela os convida a vir e fazer parte do banquete do Rei. É com um exército de cegos, coxos e surdos que ela faz uma Contra-Revolução que todos considerariam impossível. Neste fato há algo que é um milagre permanente.
Alguém poderia perguntar: Não converteríamos muito mais pessoas se tivéssemos o dom dos milagres?
Eu respondo com outra pergunta: Qual seria a vantagem de ter esse dom se não fosse acompanhado do dom de fazer outro tipo de milagre, que é um milagre moral especial? Qual seria o valor de um milagre para o homem que o recebe e diz: "Creio em Deus," mas depois continua a levar a mesma vida de antes? O que ganharíamos com este milagre?
Nossa Senhora convida os cegos, coxos e fracos
para o banquete contrarrevolucionário
Esses milagres converterão algumas dessas pessoas. Será a única maneira de os converter. Mas não serão milagres feitos por nós; eles só serão testemunhados por nós.
A graça de ter essa fé forte que não precisa de milagres é uma graça que Nossa Senhora dá aos seus devotos. Essa fé é uma castidade da alma, assim como a castidade é a projeção da fé no corpo.
Devemos pedir a Nossa Senhora e a Santo Afraates que nos obtenham a graça de aumentar a nossa fé mesmo sem milagres. Que este seja o milagre realizado em nós por meio deles: que nós, filhos do século 20, tão quebrados e sem fundamento, tenhamos um intenso espírito de Fé.
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Os textos das fichas bibliográficas e dos comentários vêm de notas pessoais tomadas por Atila S. Guimarães de 1964 até 1995. Uma vez que a fonte é um caderno de notas, é possível que por vezes os dados bibliográficos transcritos aqui não sigam rigorosamente o texto original lido pelo Prof. Plinio. Os comentários foram também resumidos e adaptados aos leitores do website de TIA do Brasil.