NOTÍCIAS: 7 de dezembro de 2022 (publicada em inglês a 31 de outubro de 2022)
Panorama de Notícias
TRUQUES E ARMADILHAS DOS BENEVACANTISTAS -
Todos sabemos o que é sedevacantismo: é uma hipertrofia do aspecto jurídico da vida eclesiástica que engana a realidade objetiva.
Imaginemos uma invasão de um país por um exército inimigo. Nesse cenário, as pessoas com essa mentalidade estariam preocupadas com a irregularidade dos tanques que cruzaram o sinal vermelho durante a invasão e com a posição ilegal do comandante do exército que assume a autoridade civil do país sem a devida eleição. Eles não entendem que em tempos de paz, a ordem jurídica é a lei suprema do país, mas em tempos de guerra a realidade jurídica fica momentaneamente suspensa até que a vitória seja declarada por um dos dois exércitos.
Na invasão da Igreja pelo progressismo, os sedevacantistas preocupam-se em qualificar o aspecto jurídico dos papas progressistas. O raciocínio deles é simplesmente o seguinte: “Os Papas pós-conciliares são hereges; um herege não pode ser papa; portanto, eles não são Papas.”
Com esta conclusão eles se declaram a “Igreja Verdadeira,” separada da Igreja institucional. E assim se dissociam completamente da batalha para recuperar o terreno conquistado pelo inimigo. De longe eles seguem a corrupção da Igreja Conciliar – não para extirpá-la ou reconquistar a cidadela – mas apenas para dizer: “Nós somos os únicos que estão certos! Eles não são Papas ou Bispos válidos.”
Como o sedevacantismo induz os católicos a apenas observar a crise criticamente à margem e não a lutar contra o progressismo, acredito que o primeiro seja um bom aliado do segundo.
A nossa posição de Resistência é diferente: consideramos a luta pelo domínio da Igreja um combate permanente no qual temos um papel a desempenhar. Disputamos cada centímetro do terreno conquistado para recuperá-lo para a causa católica. É uma guerra contínua que decidirá quem vencerá, não uma disputa jurídica acadêmica para ver quem está legalmente investido em sua posição.
Benevacantismo
O que é Benevacantismo? É uma miniatura do sedevacantismo aplicado a uma situação particular. Diante dos excessos progressistas do Papa Francisco, os seguidores do Benevacantismo dizem: “Francisco é um herege; agora um herege não pode ser Papa; portanto, ele não é um Papa, o Papa continua sendo Bento XVI.”
Para confirmar esta conclusão, eles elaboram, alegando que a abdicação de Bento XVI foi forçada pela “máfia de Sankt Gallen” – um grupo de Cardeais que se reuniram na Suíça para influenciar o conclave papal e eleger Francisco. Então, eles vão mais longe dizendo: “A eleição de um Papa não pode ser influenciada por ninguém, caso contrário o Papa eleito é inválido. Então, a eleição de Francisco foi inválida.”
Quando argumentamos que a eleição de Bento XVI também foi influenciada, não pelo grupo Sankt Gallen mas pelos Bispos alemães e austríacos coligados e liderados pelo Cardeal de Viena Christoph von Schönborn, eles não respondem.
Embora várias vezes Bento XVI tenha afirmado indiscutivelmente que renunciou ao Papado por vontade própria e que reconhece Francisco como Papa, esses benevacantistas continuam afirmando o mesmo.
Eles são inconsistentes e teimosos, tão inconsistentes e teimosos quanto os partidários do Cardeal Siri, que continuam defendendo que ele era o Papa legitimamente eleito – em vez de João XXIII e Paulo VI – mesmo depois que o Cardeal de Gênova negou várias vezes essa pretensão.
Pergunto-me o que será do benevacantismo depois da morte de Bento XVI, acontecimento que se aproxima cada dia mais.
Entre as muitas inconsistências dos benevacantistas está esta: como todos os outros papas conciliares, Bento XVI foi/é tão herege quanto Francisco, pois todos defenderam a heresia da salvação universal. O mês de outubro ainda não acabou. Há alguns dias, em 27 de outubro, a Igreja Conciliar comemorou o 36º aniversário de Assis, quando João Paulo II estabeleceu um marco simbólico da heresia da salvação universal (aqui,
aqui,
aqui e
aqui). Esta heresia nega o dogma de que a Igreja Católica é o único caminho para a salvação eterna.
Agora, durante os quase oito anos de seu pontificado, Bento XVI deu todo o apoio possível a esta heresia, indo muitas vezes a Assis (aqui, aqui e aqui), entre outras provas.
Quando alguém lembra aos benevacantistas que sua posição é falha porque Bento XVI também é um herege, seu edifício desaba e eles ficam histéricos.
Foi o que aconteceu quando um dos leitores da TIA tirou do nosso site uma lista de erros e heresias que Joseph Ratzinger defendeu antes, durante e depois de ser Papa e a enviou ao franciscano frei Alexis Bugnolo - um benevacantista americano residente em Roma. Ele reagiu de uma forma muito dramática que analisarei a seguir.
A julgar pelas poucas coisas que ouvi sobre ele, frei Bugnolo está nutrindo a noção entre os benevacantistas americanos de que ele é um grande teólogo falando “de Roma.” Não sei qual é a sua formação teológica. Se ele tem alguma, ele está usando mal, como veremos.
Abaixo está a mensagem que nosso leitor enviou a Bugnolo seguida de sua resposta “teológica.”
Há muitas acusações neste libelo. Vou dar-lhes números para melhor responder a eles.
Imaginemos uma invasão de um país por um exército inimigo. Nesse cenário, as pessoas com essa mentalidade estariam preocupadas com a irregularidade dos tanques que cruzaram o sinal vermelho durante a invasão e com a posição ilegal do comandante do exército que assume a autoridade civil do país sem a devida eleição. Eles não entendem que em tempos de paz, a ordem jurídica é a lei suprema do país, mas em tempos de guerra a realidade jurídica fica momentaneamente suspensa até que a vitória seja declarada por um dos dois exércitos.
Quando tanques invadem um país, há pessoas que se preocupam apenas com infrações de trânsito... Acima, um tanque soviético em Praga - 1968
Com esta conclusão eles se declaram a “Igreja Verdadeira,” separada da Igreja institucional. E assim se dissociam completamente da batalha para recuperar o terreno conquistado pelo inimigo. De longe eles seguem a corrupção da Igreja Conciliar – não para extirpá-la ou reconquistar a cidadela – mas apenas para dizer: “Nós somos os únicos que estão certos! Eles não são Papas ou Bispos válidos.”
Como o sedevacantismo induz os católicos a apenas observar a crise criticamente à margem e não a lutar contra o progressismo, acredito que o primeiro seja um bom aliado do segundo.
A nossa posição de Resistência é diferente: consideramos a luta pelo domínio da Igreja um combate permanente no qual temos um papel a desempenhar. Disputamos cada centímetro do terreno conquistado para recuperá-lo para a causa católica. É uma guerra contínua que decidirá quem vencerá, não uma disputa jurídica acadêmica para ver quem está legalmente investido em sua posição.
Benevacantismo
O que é Benevacantismo? É uma miniatura do sedevacantismo aplicado a uma situação particular. Diante dos excessos progressistas do Papa Francisco, os seguidores do Benevacantismo dizem: “Francisco é um herege; agora um herege não pode ser Papa; portanto, ele não é um Papa, o Papa continua sendo Bento XVI.”
Para confirmar esta conclusão, eles elaboram, alegando que a abdicação de Bento XVI foi forçada pela “máfia de Sankt Gallen” – um grupo de Cardeais que se reuniram na Suíça para influenciar o conclave papal e eleger Francisco. Então, eles vão mais longe dizendo: “A eleição de um Papa não pode ser influenciada por ninguém, caso contrário o Papa eleito é inválido. Então, a eleição de Francisco foi inválida.”
Quando argumentamos que a eleição de Bento XVI também foi influenciada, não pelo grupo Sankt Gallen mas pelos Bispos alemães e austríacos coligados e liderados pelo Cardeal de Viena Christoph von Schönborn, eles não respondem.
Embora várias vezes Bento XVI tenha afirmado indiscutivelmente que renunciou ao Papado por vontade própria e que reconhece Francisco como Papa, esses benevacantistas continuam afirmando o mesmo.
Eles são inconsistentes e teimosos, tão inconsistentes e teimosos quanto os partidários do Cardeal Siri, que continuam defendendo que ele era o Papa legitimamente eleito – em vez de João XXIII e Paulo VI – mesmo depois que o Cardeal de Gênova negou várias vezes essa pretensão.
Pergunto-me o que será do benevacantismo depois da morte de Bento XVI, acontecimento que se aproxima cada dia mais.
Indo várias vezes a Assis, acima, Bento XVI deu sua adesão à heresia da salvação universal
Agora, durante os quase oito anos de seu pontificado, Bento XVI deu todo o apoio possível a esta heresia, indo muitas vezes a Assis (aqui, aqui e aqui), entre outras provas.
Quando alguém lembra aos benevacantistas que sua posição é falha porque Bento XVI também é um herege, seu edifício desaba e eles ficam histéricos.
Foi o que aconteceu quando um dos leitores da TIA tirou do nosso site uma lista de erros e heresias que Joseph Ratzinger defendeu antes, durante e depois de ser Papa e a enviou ao franciscano frei Alexis Bugnolo - um benevacantista americano residente em Roma. Ele reagiu de uma forma muito dramática que analisarei a seguir.
A julgar pelas poucas coisas que ouvi sobre ele, frei Bugnolo está nutrindo a noção entre os benevacantistas americanos de que ele é um grande teólogo falando “de Roma.” Não sei qual é a sua formação teológica. Se ele tem alguma, ele está usando mal, como veremos.
Abaixo está a mensagem que nosso leitor enviou a Bugnolo seguida de sua resposta “teológica.”
Há muitas acusações neste libelo. Vou dar-lhes números para melhor responder a eles.
- A “longa lista” de links na mensagem que nosso leitor enviou a frei Alexis Bugnolo (daqui em diante AB) é acusada de ser “infundada.” Não conheço a lista que o leitor lhe enviou, mas como editor do site da TIA, a acusação a priori de que nossa posição sobre Bento XVI é “infundada” me faz rir.
Escrevi uma Coleção de 11 volumes sobre o Vaticano II, que ficou famosa pelo excesso de documentação para cada declaração feita. Por mais de 20 anos, usei critérios proporcionais para documentar o site da TIA. Quando AB se apressa para descartar “uma longa lista” de declarações da TIA como “infundadas” sem sequer ler esses artigos, ele abandona a esfera onde pessoas sérias discutem e se coloca no nível intelectual de um moleque. - AB alega que nós da TIA acusamos Bento XVI de heresia porque “queremos simplesmente manchar a reputação do homem.” Se eu fosse levar a sério a declaração de AB, então quando a
Congregação do Santo Ofício declarou Joseph Ratzinger “suspeito de heresia,” ela também estaria apenas preocupada em manchar sua reputação. Também o
Prof. Michael Schmaus, wque examinou a tese de Ratzinger sobre São Boaventura, a rejeitou e o acusou de ser “um modernista perigoso,” também estaria simplesmente tentando manchar sua reputação.
- A pérola preciosa em sua resposta vem a seguir. Ele escreve: “A TIA precisa encontrar a heresia porque seu fundador se considerava a Imaculada Conceição reencarnada como homem e ensinava o anticlericalismo.”
Aqui há vários erros:
- O fundador da TIA não é um homem, é a Dra. Marian T. Horvat, uma distinta senhora que a estabeleceu em 1997 como uma organização sem fins lucrativos.
- Embora seja digna de louvor sob diferentes títulos, ela nunca pretendeu ser concebida sem pecado original e muito menos ser “a Imaculada Conceição reencarnada.” Aqui AB revela que, ao receber uma lista de acusações contra Ratzinger, ele ficou desequilibrado e delirante; ele perdeu o sentido das palavras que uma pessoa racional emprega.
- Na tentativa de entender o que ele queria dizer, proponho que ele quis acusar a fundadora da TIA de ser infalível. Se esta era sua intenção, então, ele confundiu o dogma da Imaculada Conceição e o dogma da Infalibilidade Papal. Novamente, não é um erro apropriado para um grande teólogo.
- Conheço a Dra. Horvat há muitos anos e posso assegurar-lhe que ela nunca fingiu ser infalível. Assim, a afirmação de AB seria prejudicial se ela o levasse a sério, o que duvido que ela o faça.
- Então, se esta última hipótese (C) fosse de fato a que AB queria usar, teríamos a Dra. Horvat ensinando infalivelmente o anticlericalismo e todos nós da TIA obedecendo cegamente aos seus
ditames. Infelizmente para AB, o oposto é verdadeiro. A TIA tem publicado uma série de artigos atacando os progressistas por reduzirem e depreciarem o papel do Clero, como pode ser visto
aqui,
aqui,
aqui,
aqui,
aqui e
aqui.
De fato, a Dra. Carol Byrne escreve de Londres e me envia seus artigos; Eu os leio e edito e os passo para a Dra. Horvat, que também lê os artigos e os coloca em nosso site. Volto a eles para uma verificação final e os publico online. Assim, nós três estamos de acordo com o conteúdo desses artigos: i.e., que o clero tenha na Igreja o importante papel que tinha antes do Concílio. Não há anticlericalismo na imagem, muito pelo contrário. - Um ponto que chama a atenção é que a Imaculada Conceição é um privilégio único que Deus concedeu a Nossa Senhora. Agora, um privilégio não pode ser “encarnado” ou “reencarnado” como AB pretende em sua acusação. Uma pessoa que tem uma alma pode se encarnar, como fez a Segunda Pessoa da Trindade. Sabemos que as almas humanas ou mesmo as almas dos animais podem encarnar-se em corpos. Um privilégio não pode se encarnar. Um grande teólogo como AB deveria saber disso. É triste perceber que ele ignora ou esqueceu.
- No entanto, AB acusa a fundadora da TIA não de ser uma encarnação de um privilégio, mas de ser a Imaculada Conceição “reencarnada.” Agora, a doutrina católica não aceita a reencarnação. A teoria da reencarnação é própria da Metempsicose, que é uma filosofia adotada por algumas religiões orientais. Segundo ela, a alma – depois de se “encarnar” em uma pessoa – vai para outro lugar depois que ela morre; conforme o mérito da pessoa na primeira vida, ela “reencarna” em outro homem, animal ou planta. Novamente, é lamentável ver que uma mente luminosa como a de AB ou ignora o que é a reencarnação ou acredita nela…
- Ao final desta análise, apraz-me supor que quando AB leu a “longa lista” sobre Bento XVI, ele não teve um colapso psicológico ou revelou inconscientemente as deficiências intelectuais que apontei acima.
Em vez disso, gostaria de imaginar que ele é apenas um amante dos bons vinhos italianos – como eu – e no momento em que abriu a comunicação do nosso leitor, aconteceu que ele tinha alguns copos a mais do que a média recomendável e sua aguda a mente vagava nas vaporosas incertezas da embriaguez.
Metempsicose, ou migração de almas
- O fundador da TIA não é um homem, é a Dra. Marian T. Horvat, uma distinta senhora que a estabeleceu em 1997 como uma organização sem fins lucrativos.
- Quanto ao último parágrafo de suas acusações, devo confessar minha ignorância. Não sei a que documento ele se refere em sua suposta “refutação.” Mesmo quando o li com toda a minha vontade, não consegui entender o que ele estava tentando dizer. Não era difícil distinguir, porém, a mesma incerteza embriagada em seus passos...
Prof. Michael Schmaus da Universidade Teológica de München: 'Ratzinger é um modernista perigoso'