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A Traição China-Vaticano - 1

A Traição China-Vaticano:
Um Fato Consumado

Marian T. Horvat, Ph.D.
Minha amiga Janete perguntou-me sobre o acordo do Vaticano com a Associação Patriótica Católica Chinesa (CPA), o qual TIA tem analizado regularmente (aqui, aqui e aqui). "Isso realmente aconteceu?” ela perguntou com ceticismo. ”Não posso acreditar que, com o enorme escândalo sexual acontecendo, Francisco siga em frente e assine um acordo traindo a Igreja Subterrânea da China."

Communist Chinese  Catholics at the Vatican

Francisco saudando os membros da CPA, dando-lhes o mesmo status da Igreja Subterrânea

Sim, de fato, o que há muito temíamos, aconteceu. No sábado, 22 de setembro de 2018, o Vaticano assinou um acordo dando sua aprovação final à nomeação de bispos Chineses escolhidos pelo regime Comunista.

Depois de anos de negociações, que começaram sob João Paulo II, avançaram significativamente sob Bento XVI, agora encerraram com Francisco. O Vaticano cedeu seus direitos e reconheceu formalmente os bispos nomeados pelo governo Chinês.

Com efeito, a Igreja Conciliar deixou a cabine de motorneiro e se tornou um passageiro do trem comunista.

O Vaticano disse que espera que este acordo leve “à plena comunhão de todos os Católicos Chineses.. O que essa “comunhão plena” significa? Nada menos do que dar uma ordem aos membros da Igreja Subterrânea para que a abandonem e se unam à CPA comunista. Após 72 anos de perseguição e sofrimento dos Católicos Chineses membros da fiel Igreja Subterrânea, o resultado foi uma completa traição de sua heroica resistência ao Comunismo.

O “acordo” que emergiu foi na verdade um acordo unilateral no qual o Vaticano se curvou para agradar o Estado Comunista. Agora o Vaticano não só concordou com que o governo deve escolher os bispos, mas reconheceu e legitimou os 7 bispos anteriormente excomungados por terem sido nomeados pelo governo, Três “bispos” com suas esposas, amantes e filhos foram reconhecidos pelo Vaticano.

O Vaticano não fez nenhuma exigência de libertação dos Bispos da Igreja Subterrâneos que estão presos. Mais, alguns dos mais leais bispos clandestinos foram solicitados a renunciar e suas posições e status foram deixados no ar. Isso equivale a entregá-los aos lobos comunistas, que só os aceitarão se jurarem fidelidade ao Estado Comunista.

Uma bofetada na cara

E qual foi a primeira resposta do governo chinês a este grande marco para o Comunismo? A primeira coisa que o Partido Comunista exigiu – no dia seguinte à assinatura do acordo – foi que os bispos da CPA reafirmassem oficialmente sua lealdade não a Roma, mas ao Partido Comunista do país. Temos aqui uma prova direta e clara de onde esta aliança dos bispos com a Associação Católica Patriótica conduz.

church cross burnings

Cruzes são queimadas em igrejas e substituídas por bandeiras e símbolos do Estado Comunista

Minors not allowed in Church

A placa diz: “Comunistas e menores de 18 anos não podem participar de atividades realizadas na igreja”; abaixo, os alunos de escolas primárias são obrigados a ‘dizer não aos festivais estrangeiros’”

oath to no foreign interests
Este foi uma estrondosa bofetada na cara do Vaticano dada pelo Partido Comunista em resposta às suas concessões. Todo o episcopado Chinês e a Igreja Católica - a CPA e a Subterrânea - estarão agora sob o controle absoluto do Partido Comunista. Não há garantia de que o Vaticano tenha voz nos próximos passos do processo: oficializar os 35 bispos clandestinos, o registro do clero clandestino, o papel da CPA. A completa ambiguidade do Vaticano em relação a qualquer detalhe do acordo deixa tudo sob o controle do governo Chinês.

Outro fato chocante é que esse acordo foi feito no exato momento em que as autoridades chinesas estão colocando restrições das mais fortes à prática da religião, especialmente relacionadas com a Igreja Subterrânea. Autoridades de Pequim insistem que nenhuma religião “transcende as nações.”

Em fevereiro de 2018, o governo Chinês aprovou regras de regulamentação das mais rígidas relativamente à religião, para ser mais especifíca, ele colocou a CPA sob a supervisão direta do Partido Comunista Chinês. O documento, que atualiza uma versão anterior das regras de 2005, determina que todas as atividades religiosas devem ser “conduzidas no contexto Chinês, e devem, praticar os valores centrais do Socialismo ... e se adequar à realidade na China.”

Uma norma muito perturbadora é que menores de idade não podem frequentar os serviços da Igreja. Sinais já foram postados nas igrejas de algumas regiões dizendo “Não é permitida a entrada de menores na igreja.” Será que isso vai se aplicar à chamada Igreja Patriótica Católica à qual o Vaticano agora deu pleno poder sobre os católicos na China? O futuro dirá.

As novas normas determinam que todas as igrejas devem exibir a bandeira nacional, bem como a foto e os dizeres de Zi Jinping sobre os valores socialistas. Mais e mais igrejas Católicas estão sendo demolidas e cruzes estão sendo queimadas e removidas dos edifícios e substituídas pela bandeira Chinesa.

Em março, Dom Vincent Guo Xijin, da Igreja Subterrânea, foi detido por se recusar a concelebrar uma Missa da Quinta-Feira Santa com um bispo da CPA consagrado ilicitamente. Ele foi libertado, mas proibido de celebrar sua própria Missa de Crismas. Acredito que isso é apenas uma amostra do difícil futuro que os Católicos da China terão de enfrentar.

Após este desastroso acordo, o Estado fica mais encorajado a pressionar todos os bispos subterrâneos para se unirem com a CPA e seguirem as diretrizes do Estado Comunista.

Continua
chinese flag over vatican

Postado em 10 de julho de 2019

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