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Costumes Católicos
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Dia de Finados na Polônia:
cemitérios se tornam mares de luzes

Rachel L. Lozowski
cemetery Poland all souls day

Algumas semanas atrás, eu estava conversando com uma senhora Polonesa que imigrou para os Estados Unidos quando era jovem. Mencionei o Halloween e pedi para ouvir sobre os costumes Poloneses que giravam em torno do Dia de Finados e do Dia de Todos os Santos.

A senhora ficou horrorizada com o Halloween Americano e com sua concentração em demônios e bruxas e sua negligência para com os Santos e as almas do Purgatório. Ela não conseguia entender por que a América estava mais entusiasmada com essas criaturas diabólicas do que com as grandes festas Católicas do Dia de Finados e o Dia de Todos os Santos, que ocorrem uma atrás da outra em 1 e 2 de novembro.

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Preparando túmulos com velas votivas e flores; abaixo, o cemitério Rakowwicki de Cracóvia na véspera

polish all souls
Perguntei como ela celebrava essas festas na Polônia. Ela ficou encantada em relembrar sua infância no Velho Continente. Com uma alegria pueril, ela contou como o Dia de Todos os Santos sempre foi um dia muito especial para ela quando menina.

Sua família começaria a se preparar com uma semana de antecedência, limpando os túmulos de seus parentes falecidos. Toda a aldeia ficaria nos cemitérios preparando os túmulos de todos os mortos, inclusive os túmulos de quem não tinha parentes vivos na região. Mais tarde, li que os Poloneses levavam essa obrigação de limpar as sepulturas tão a sério que, após a Segunda Guerra Mundial, muitos viajariam para Monte Casino, na Itália, para prestar essa homenagem aos túmulos dos soldados Poloneses que ali morreram. Podemos ver aqui o caráter justo de um povo que realmente se preocupa com seus conterrâneos.

Tampouco se esqueceram dos soldados e aviadores estrangeiros que morreram na Polônia na Segunda Guerra Mundial e foram enterrados lá. Os túmulos em um canto tranquilo e pouco visitado do cemitério Rakowicki de Cracóvia também são decorados com luzes votivas e flores. Neste dia, todos os mortos serão lembrados e homenageados. Como podem ver aqui e aqui, este é um costume que continua na Polônia até aos nossos dias.

Depois de descrever o trabalho realizado para preparar a festa, a senhora Polonesa disse-me que havia outra preparação que as jovens gostavam particularmente. Sua memória mais querida foi receber uma nova roupa no Dia de Todos os Santos. Todas as meninas e meninos da aldeia estariam ansiosos vestindo suas novas roupas para a Missa na grande festividade.

Depois de voltar para casa da Missa, eles faziam uma refeição tradicional Polonesa e aguardavam na expectativa da noite em homenagem às pobres almas, chamada Zaduski ou Dzién Zaduszny, que se traduz aproximadamente como "o dia das orações pelas almas."

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O costume começou com as mulheres trazendo pão e velas abençoadas para rezar pelos mortos

Fiz uma pequena pesquisa e descobri que, na Idade Média, as mulheres costumavam assar pão especial para as almas no feriado de Zaduszki O pão era levado ao cemitério e entregue aos pobres, crianças, clérigos ou simplesmente deixado nas sepulturas para os necessitados.

As famílias tradicionalmente tentavam distribuir o máximo possível (em alguns lugares, elas assavam e distribuíam até 200–300 pães), acreditando que isso ajudaria a trazer bênçãos e prosperidade para a família.

Minha amiga lembrou que, quando era jovem, o evento mais maravilhoso da festa era a noite do Dia de Todos os Santos, quando todas as pessoas iam aos cemitérios para acender velas abençoadas e colocar flores nos túmulos. A lenda Polonesa diz que as luzes nos cemitérios ajudam a guiar as almas errantes presas na terra como parte de seu purgatório.

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'Um mar cheio de luzes': do ar todo o cemitério resplandece

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Ela descreveu como ficou encantada ao ver o cemitério brilhando com centenas de velas como se fosse um campo cheio de estrelas. Isso a impressionou tanto que ela pintou uma imagem do cemitério de sua aldeia Polonesa e a colocou na Igreja Polonesa que frequentava na América, para que os Poloneses se lembrassem de seus parentes e falecidos.

Na verdade, ela observou, ela conhecia muitos Poloneses que enviaram dinheiro para a Polônia para contribuir com o fundo votivo para que pudessem honrar adequadamente seus familiares falecidos. Mesmo aqui longe, na América, muitos Poloneses encontraram uma forma de estabelecer um vínculo com sua família e seu país através deste antigo e venerável costume que continua na Polônia hoje.

Ela lamentou o fato de que esse costume ou qualquer coisa semelhante não fosse praticado na América. Ela ansiava pela maravilha e admiração que esses lindos cemitérios à luz de velas inspiravam nela e em todos os seus companheiros Poloneses. Esses costumes encantadores deveriam inspirar-nos, como Brasileiros, a recuperar essas festas Católicas e a trazer alguns desses costumes aqui para inspirar admiração e respeito em nossos próprios filhos e nos ensinar a buscar o sublime.

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Postado em 2 de novembro de 2020

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