Quando é lícito amaldiçoar a outrem?
Com a mentalidade progressista dominando quase toda a Igreja Católica, foi amplamente difundido que é proibido a qualquer Católico amaldiçoar outra pessoa ou coisa. Aqui oferecemos as palavras de São Tomás de Aquino, o Doutor Universal da Igreja, que ensina o contrário. Ele explica quando é lícito para os Católicos proferir uma maldição.
São Tomás de Aquino
Se um homem comanda ou deseja o mal para outro por um bom motivo, será lícito mandar ou desejar o mal alheio, que nos aparece como bem. Nem haverá então propriamente falando maldição, mas só por acidente; porque a intenção principal de quem fala não visa o mal, mas, o bem.
Agora, então, este mal [maldição], podemos, mandando ou desejando, dizer um mal, em razão de duplo bem:
- Assim, umas vezes, por uma razão de justiça; então, o juiz pode licitamente amaldiçoar aquele contra quem mandou aplicar uma pena justa. E nesse sentido também a Igreja amaldiçoa anatematizando; assim como os profetas, na Escritura, às vezes imprecam o mal contra os pecadores, como que conformando a sua vontade com a justiça divina. Embora tais imprecações possam também entender-se como prenúncios.
- Outras vezes porém um mal é dito por uma razão de utilidade; por exemplo, quando desejamos que um pecador sofra uma doença ou se lhe ponha algum obstáculo, ou se torne melhor, ou ao menos cesse de causar dano aos outros.
Desejar mal a outrem em razão de um bem, não contraria o sentimento pelo qual propriamente falando lhe desejamos o bem; antes, é conforme a esse sentimento.
(São Tomás de Aquino, Summa Theologiae,
II.II. q.76. respondeo e 3ª resposta)
Postado em 20 de fevereiro de 2021
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