Verdades Esquecidas
Os fiéis têm permissão e ordem
para resistir a má doutrina
Influenciados pela ideia progressista de que ninguém tem permissão para julgar ninguém - uma ideia tão difundida na América que está se tornando quase uma paranóia - muitos Católicos tradicionalistas ficam inseguros ao dizer que uma doutrina ou uma pessoa está errada e que ela ou ele vai contra o ensinamento passado da Igreja.
No texto abaixo, Pe. Sardá y Salvany deixa claro que o leigo não só tem o direito, mas o dever de fazer julgamentos de peso sobre importantes questões de fé com base na razão humana devidamente iluminada por Deus.
No texto abaixo, Pe. Sardá y Salvany deixa claro que o leigo não só tem o direito, mas o dever de fazer julgamentos de peso sobre importantes questões de fé com base na razão humana devidamente iluminada por Deus.
Pe. Felix Sardá y Salvany
Sim, a razão humana, como dizem os teólogos, tem lugar em questões de religião. A Fé domina a razão; que deve estar subordinada a ela em tudo. Porém é falso que a razão nada possa por si só; que não tem nenhuma função em questões de fé. É falso pretender que a luz inferior do entendimento humano iluminada por Deus não possa brilhar porque não brilha com tanta força ou clareza como a luz superior da fé.
Sim, os fiéis são permitidos e até ordenados a usar a razão para servir à sua fé, extrair suas consequências, fazer aplicações, deduzir paralelos e analogias. É, portanto, pelo uso da razão que os fiéis podem suspeitar ou medir a ortodoxia de qualquer nova doutrina que lhes seja apresentada, comparando-a com uma doutrina já definida. Se não estiver de acordo, eles podem combatê-la tanto quanto estigmatizar, com justiça, o livro ou periódico que a sustenta.
É claro que eles não podem defini-la ex cathedra, mas podem legitimamente considerá-la perversa e declará-la assim, alertar os outros contra ela, dar a voz de alarme e desferir o primeiro golpe contra ela. O leigo fiel pode fazer tudo isso e sempre o fez com o louvor da Igreja.
Nem ao fazer isso ele se torna pastor do rebanho, nem mesmo seu mais humilde assistente; ele simplesmente serve como um cão de guarda que dá o alarme. Oportet adlatrare canes. "Cabe aos cães de guarda latir” muito oportunamente disse um grande Bispo Espanhol referindo-se a tais ocasiões.
O Liberalismo é Pecado, cap. 23, TAN Books, 1995, pp. 153-154.
Postado em 22 de maio de 2021