Ven. Bartolomeu Holzhauser:
Uma Era de Tribulação e Heresia

Como os leitores desta série sabem, estamos olhando para as Escrituras e profecias aprovadas que apresentam uma certa linha do tempo que propõe que estamos nos Últimos Tempos, que será seguido por um tempo de conversão e paz. Só depois disso virá o Fim dos Tempos e o Juízo Final.

Os três pontos, que são confirmados pelas profecias do Venerável Bartolomeu Holzhauzer, são essencialmente estes:

• Deus enviará um severo castigo para punir os pecados da Revolução contra a Igreja e a Civilização Católica;
  
  
• Haverá uma restauração liderada por um grande Líder e um santo Papa, que dará início a um longo período de paz, quando toda a humanidade dará glória a Deus através de Nossa Senhora, um tempo que chamamos de Reino de Maria;
  
  
• Somente após este período virá a decadência final, que será a dissolução do Reino de Maria e o Juízo Final.

Modelo de Sacerdote e Profeta

Venerável Bartolomeu Holzhauser é um profeta importante, embora não muito conhecido, para nossos tempos. Ele nasceu em 1613, filho de um sapateiro perto de Augsburgo, na Alemanha. Dotado de inteligência e zelo, foi ordenado em 1639 na Diocese de Salzburgo, onde fundou os Bartolomitas (Irmãos Unidos), um instituto religioso para corrigir os costumes já frouxos e a fé morna do clero secular da época.

Devido à influência revolucionária já na Hierarquia, a Ordem não resistiu. Mas o que veio à tona e encontrou renovado interesse nos últimos anos são as notáveis profecias desse homem santo, que foi descrito por teólogos confiáveis como um homem sem dolo, incapaz de fabricações. Esses mesmos teólogos declararam que suas profecias não contêm nada contrário às Escrituras e à tradição eclesiástica. (1)

Ele identificou corretamente a Revolução Protestante como o fim de uma Era e o início da primeira Revolução. Além disso, ele previu com a Revolução Francesa e outras revoluções do século 19 que buscaram derrubar as monarquias e implantar os princípios maçônicos de Igualdade, Liberdade, Fraternidade.

“Durante este período,” ele previu corretamente, “muitos homens abusarão da liberdade de consciência que lhes foi concedida. É de tais homens que o Apóstolo Judas falou quando disse: 'Estes homens blasfemam contra o que não entendem; e corrompem tudo o que sabem naturalmente, como fazem os animais irracionais... Eles festejam juntos sem restrições, alimentando-se, produzindo murmúrios, andando de acordo com suas concupiscências; sua boca fala coisas soberbas, eles admiram as pessoas por causa do ganho; provocam divisão, homens sensuais, não tendo espírito.'” (2)

Ele também mostrou o erro do Iluminismo e da falsa ciência que logo dominaria a sociedade: “Eles ridicularizarão a simplicidade Cristã; chamarão isso de loucura e absurdo, mas terão a mais alta consideração pelo conhecimento avançado e pela habilidade pela qual os axiomas da lei, os preceitos da moralidade, os cânones sagrados e os dogmas religiosos são obscurecidos por perguntas sem sentido e argumentos elaborados. Como resultado, nenhum princípio, por mais sagrado, autêntico, antigo e certo que seja, permanecerá livre de censura, crítica, falsa interpretação, modificação e delimitação pelo homem.” (3)

Mas é sua grande obra, o Comentário sobre o Apocalipse de São João, que nos interessa aqui. "Eu era como uma criança, cuja mão era levada, enquanto escrevia," comentou mais tarde sobre o momento em que escrevia. A obra sublime – que os teólogos da época declaravam muito além dos talentos naturais do Padre alemão – só foi impressa em 1784, 134 anos após sua morte. (4)

Ele interpretou o livro do Apocalipse da seguinte forma: As sete estrelas e os sete castiçais vistos por São João significam sete períodos da História da Igreja, desde sua fundação até sua consumação no Juízo Final. A esses períodos correspondem as sete igrejas da Ásia Menor, os sete dias da Criação, as sete eras depois de Cristo e os sete dons do Espírito Santo.

Uma característica central deste comentário apocalíptico diz respeito ao Governante Forte e ao Papa Santo que surgiria no final do revolucionário Quinto Período para inaugurar o Sexto Período, um tempo de paz em que todas as nações estarão unidas na Fé Católica.

A Quinta Era

Venerável Bartolomeu Holzhauser nomeia as Sete Idades da Igreja desta forma: A Primeira Idade da Igreja é a Idade Apostólica que começa com Nosso Senhor Jesus Cristo e dura até as primeiras perseguições. A Segunda é a Era da Perseguição com os mártires, que durou de Nero a Constantino, o Grande; a Terceira Era é a Era da Iluminação de Constantino a Carlos Magno.

A Quarta Era, o Período de Paz, é a gloriosa Idade Média, quando a Igreja e a sociedade deram ricos frutos desde Carlos Magno até a heresia de Lutero.

E assim chegamos à Quinta Era, que nos diz respeito. É o Tempo da Tribulação, que ele identifica como começando com o Protestantismo. Estamos nesta Era agora, embora pareça que seu fim está se aproximando rapidamente.

“Isso,” diz Holzhauser, “é um estado de angústia, desolação, humilhação e pobreza para a Igreja. Podemos com razão chamá-lo de estado de purificação, no qual o Senhor Jesus Cristo peneirou Seu trigo, e o peneirará novamente por guerras, sedições, fomes, epidemias e outros flagelos, pela tribulação e pela pobreza que Ele sofrerá pesar sobre a Igreja Latina, por meio de hereges e maus Cristãos, que lhe tirarão a maior parte de seus bispados e inúmeros mosteiros, especialmente os mais ricos.

“Ela é oprimida até pelos Príncipes Católicos, e espoliada por meio de impostos e outras extorsões... A Igreja tornou-se pobre e miserável, porque ela foi caluniada por hereges, porque seus ministros são desprezados por maus Cristãos, que não lhe prestam nem honra nem respeito. Por todos estes meios, Deus peneirará o seu trigo, lançará a palha para ser queimada e recolherá o trigo em seus celeiros.

“Este quinto estado da Igreja é o estado de tribulação, o estado de apostasia, cheio de misérias de todo tipo. Poucos serão poupados pela espada, pela fome e pela peste. Veremos reino contra reino; impérios serão divididos em si mesmos e levados à desolação; principados e monarquias serão derrubados, e quase todo o mundo afundará na pobreza. A maior desolação reinará sobre a terra.

“Tudo isso já foi realizado em parte (1656 dC); uma parte ainda está para ser realizada. Essas coisas acontecerão pelo justo juízo de Deus, por causa da massa acumulada de nossas iniquidades, das quais nossos pais e nós mesmos preenchemos a medida, no momento em que a misericórdia de Deus Todo-Poderoso aguardava nossa penitência.” ( 5)

Venerável Holzhauser compara este quinto período de tribulação ao quinto dia da Criação, no qual a terra produziu pássaros, peixes e animais do campo, por quê? Porque os homens deste período "se entregarão à licenciosidade, descerão ao nível do bruto e chafurdarão na luxúria.”

“Neste lamentável estado da Igreja, as leis divinas e humanas não têm força e não são levadas em conta. As doutrinas e preceitos da Igreja são desprezados; a disciplina eclesiástica não é observada pelos sacerdotes, nem a ordem política mantida pelo povo. Cada um, como as feras do campo, acredita no que quer e faz o que quer.” (6)

Infiltração dentro da Igreja

É interessante ver que o Venerável Holzhauser prevê uma infiltração do inimigo na Santa Igreja, algo que ele nunca poderia imaginar que pudesse acontecer em 1600, mas que, na verdade, ocorreu durante o século 19 e triunfou no século 20 no Concílio Vaticano II.

Estes tempos – os nossos tempos – seriam “tempos maus,” previu ele, “um século cheio de perigos e calamidades. A heresia está em toda parte, e os seguidores da heresia estão no poder em quase toda parte. Bispos, Prelados e Sacerdotes apenas dizem que estão cumprindo o seu dever, que estão vigilantes... todos estão procurando desculpas.

“Deus permitirá este grande mal contra Sua Igreja. Hereges e tiranos virão de repente e inesperadamente. Eles invadirão a Igreja enquanto bispos, Prelados e padres estiverem dormindo. Eles entrarão na Itália e devastarão Roma. Eles queimarão as igrejas e destruirão tudo.” (7)

O que acontecerá no final desta Era de Aflição? Deus fará um Julgamento das Nações, um grande castigo, onde uma boa parte do povo morrerá.

Mas este grande castigo não significará o Fim do Mundo; em vez disso, sinalizará o fim da Quinta Era e o início de um tempo melhor. Pois desta época de miséria e perturbação – na qual Venerável Holzhauser se colocou e sua geração no século 17 – virá o triunfo completo e glorioso da Igreja de Cristo na terra.

Veremos esta Sexta Era no próximo artigo.

Continua