Hoje encontramos muitas pessoas – muitas vezes seguindo a direção espiritual dos sacerdotes – cuja principal preocupação são suas vidas e práticas espirituais pessoais. Muitas vezes suas vidas de devoção tornam-se tão intensas que ignoram a grande crise na Igreja e o perigo que seus erros representam para tantas almas que caem nas várias heresias geradas pelo Vaticano II. “Devo me preocupar primeiro com minha própria alma e chegar ao céu,” é a desculpa que dão para não entrar na luta.

Com sua típica magnanimidade de alma e espírito guerreiro, Santo Inácio dá outra resposta, que você encontra abaixo.

Santo Inácio estava tão imbuído de caridade para com o próximo que costumava dizer: “Se eu estivesse à beira da morte, e me fosse dada a certeza de que entraria imediatamente na posse da eterna felicidade do Céu, e se Deus me pedisse para permanecer na terra por mais alguns anos, correndo o risco de minha salvação, a fim de ganhar almas para Ele, eu consentiria de boa vontade em permanecer.”

Ao ouvir essas palavras um dia, um crítico piedoso comentou com ele que ele considerava uma coisa muito imprudente expor-se a perder sua própria alma para salvar as almas dos outros. “Pois”, acrescentou, “em um assunto tão importante, a caridade para conosco exige que olhemos para nossos próprios interesses eternos em primeiro lugar antes dos de nosso próximo.”

O Santo, inspirado pelo seu grande zelo pela salvação das almas e cheio de confiança em Deus, respondeu: “Sua glória ao se esforçar para salvar almas por quem Seu Divino Filho morreu, que Ele condenaria tal pessoa ao fogo do inferno? Oh, não! Tal pensamento seria repugnante à bondade e misericórdia de Deus.”

De L'Apostolat de la priere, p. 38, em O Catecismo em Exemplos,
pelo Rev. D. Chisholm, 1919, vol. 5, p. 397
Publicado em 1 de outubro de 2022

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