Ela Esmagará a Sua Cabeça,  e uma Era de Paz se Seguirá
É interessante ver que o brilhante Mons. Henri Delassus, que falava tão ferozmente contra os erros do americanismo e do modernismo no final do século 19, também já previa a inevitável derrota de Satanás por Nossa Senhora. 
  
No entanto, a terrível abominação da desolação que Mons. Delassus já estava vendo em seu tempo e que vivemos hoje não será o fim do mundo, afirmou. Pelo contrário, 
resultará num grande triunfo de Nossa Senhora e, após a era de guerra e perseguição que começou no século 16, “terminará numa nova era, uma era de paz.”
  
Será o Reinado de Maria também profeticamente predito por São Luís de Montfort, o tempo da restauração completa e da vitória do Imaculado Coração prometido por Nossa Senhora em Fátima e Quito.
 
 
Mons. Henri Delassus 
Durante 18 séculos, Satanás, auxiliado por aqueles que se fizeram seus filhos, entregando-se a ele – semen tuum [sua descendência] – combateu continuamente a obra de Cristo. E, por outro lado, a grande família católica – semen illius [sua descendência] – sob a bandeira da Mãe de Cristo, a Mulher por excelência, terrível como um exército em ordem de batalha, tem defendido constantemente a obra de Cristo. Ela sempre venceu. 
  
A Igreja canta esta bela antífona para a glória de Maria: Cunctas haereses sola interemisti in universo mundo. Pois Tu, e somente Tu, destruíste todas as heresias do mundo inteiro. 
  
Mas aqui está uma heresia que parece ser a última, porque é a negação radical de toda a ordem sobrenatural, chegando ao ponto de negar o próprio Deus. E, para piorar, essa heresia está sendo implantada até mesmo em crianças por uma instituição do Estado.
  
Esta é a última etapa da revolta que começou no século 16, que foi relatada no Apocalipse desta forma estranha: “O quinto anjo tocou a trombeta, e vi uma estrela caída do céu (da Igreja) sobre a terra. Foi-lhe dada a chave do poço do abismo. Ela abriu o poço do abismo; e subiu um fumo do poço, como fumo de uma grande fornalha, e escureceram-se o sol e o ar com o fumo do poço.” (Apoc 9,1-2)
  
Esta visão de São João é seguida no mesmo livro por outra visão, que ele descreve da seguinte forma: “Vi descer do céu um anjo que tinha na sua mão a chave do abismo e uma grande cadeia. Prendeu o Dragão, a Serpente antiga, que é o Demônio e Satanás, e amarrou-o por mil anos.” (Apoc 20,1-2)
  
Eis o príncipe expulso deste mundo, segundo as palavras de Nosso Senhor. Contemple sua derrota completa e definitiva anunciada desde o início do mundo: Ipsa conteret caput tuum, Ela esmagará tua cabeça. Eis, pelo encarceramento do Inimigo da raça humana, a possibilidade de uma nova era, uma era de paz, após a era da guerra e da perseguição.
  
Agora, então, nosso Santo Padre o Papa, por uma inovação que data de poucos anos, nos convida a pedir essa derrota, esse aprisionamento, esse esmagamento de Satanás todos os dias na Santa Missa. O vitorioso Arcanjo Miguel, vitorioso sobre Lúcifer, é assim invocado: “Ó Príncipe da Hoste Celestial, pelo poder de Deus, lança no Inferno Satanás e todos os espíritos malignos que vagam pelo mundo buscando a ruína das almas.”
  
Aos que se espantam com esses 1.800 anos de combate sem chegar à derrota de Satanás, dizemos: Mas vejam o número de séculos que Deus determinou que seriam necessários para preparar a vinda do Salvador. Aos olhos do Senhor, “mil anos são como um dia.”
  
Da mesma forma, a definição do dogma da Imaculada Conceição não pode ser acusada de ter deixado de cumprir as promessas que parecia nos fazer. O que é um espaço de 50 anos como prelúdio de um evento que exigiu tantos séculos de preparação e que se estenderá por um período que pode ser ainda muito maior, pois Deus não faz nada sem medida? E não deveríamos ver, ao contrário, nas convulsões e perseguições destes últimos 50 anos as convulsões de Satanás que, em 1854, sentiu o pé da Imaculada colocado sobre sua cabeça para esmagá-lo?
  
O Santo Pontífice Pio IX encerrou a constituição dogmática na qual define a Imaculada Conceição de Maria com estas palavras:
  
“Descansamos com absoluta e completa confiança na certeza de nossas esperanças. Certissima vero spes et omni prorsus fiducia nitimur.”
  
E o que é essa esperança tão grande, essa certeza?
  
“A bela e Imaculada Virgem Santíssima, a quem foi dado esmagar a cabeça da cruel Serpente… por seu poderoso patrocínio, fará com que todos os obstáculos sejam removidos e todas as heresias vencidas, e fortalecerá dia a dia nossa Santa Madre Igreja e a fará florescer entre todos os povos e nações, ubicumque gentium, ubicumque locorum; que ela reinará de mar a mar, até os confins da terra, usque ad terminus orbis terrarum, e gozará de genuína paz, tranquilidade e liberdade; para que haja apenas um rebanho sob a direção do único Pastor.”
  
	
 
Henri Delassus, 	Americanism and the Anti-Christian Conspiracy,  trad. por Patrick J. Odou, Documentos e Esclarecimentos para o cap. 14, n. 38 
Publicado em 5 de novembro de 2022 
  
  
  
 
  
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