Conversas com Janete
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Rumo a uma 'igreja além dos muros'
Minha amiga Janete me perguntou: “Qual é o caminho sinodal?” “Essas novas palavras são confusas,” ela questionou. “Eu sei que o caminho sinodal significa ir ao povo para perguntar o que eles querem. Mas como isso vai ser colocado em prática na estrutura da Igreja?” Eu pensei que a melhor maneira de explicar isso é apontar para um exemplo.
E então convidei a Janete a olhar para o rosto tímido e sardônico do Bispo inglês de Portmouth, Philip Egan, celebrando a missa com seus cálices de vidro. Ele tem todos os motivos para ser tão presunçoso, pois está apresentando um modelo diocesano de como seguir o
caminho sinodal. Isso o tornará ainda mais agradável a Francisco do que já é.
Numa recente carta pastoral, o Bispo, chamado “uma potência da nova evangelização de JPII,” anunciou “com muita alegria e confiança” o plano de reduzir as 87 paróquias da Diocese para 24 nos próximos cinco anos. É, ironicamente, uma “parte de um plano missionário de 10 anos para a evangelização.”
É certamente uma estranha “evangelização.” Só na Igreja do Vaticano II um projeto de evangelização consiste em FECHAR igrejas em vez de abrir novas.
O Bispo Egan anuncia complacentemente algumas das razões para as “mudanças estruturais cruciais”:
Esses e outros fatores são os pretextos que ele usa para reduzir as paróquias de 87 para 24 “centros pastorais,” cada uma contendo entre 2 a 13 paróquias que se tornarão “centros pastorais” únicos até 2028. Cada paróquia deve apresentar um plano local para implementar a estrutural mudança para o Bispo Egan até setembro de 2023.
O Bispo de Portmouth parece alheio ao fato de que essas mudanças devastadoras não são boas, mas sim consequências desastrosas do Vaticano II. Pelo contrário, ele credita ao Concílio a resposta à secularização “voltando ao básico para modernizar todas as dimensões da vida cristã” a fim de evangelizar o mundo moderno. (pág. 7)
Egan pinta um quadro muito otimista de se mover em direção a um novo tipo de Igreja. Para alcançar essa grande mudança estrutural, ele pede uma “mudança espiritual profunda” em todos. É algo “crucial,” porque está mudando a Igreja para uma “forma de trabalho mais sinodal.” (p. 8)
Um plano de missão para destruir a Igreja visível
Esta redução drástica de paróquias fazia parte do recém-lançado Plano de Missão Diocesano – Você será minha Testemunha. Sua capa é bastante simbólica.
Apresenta uma igreja gótica inglesa com uma mesa simples no santuário. Longe vão os altares artísticos, tabernáculos, estátuas, velas ou qualquer forma de rica decoração ou adorno; até mesmo os vitrais estão desbotados e quase invisíveis. O único símbolo católico é um crucifixo pendurado no teto alto.
As figuras do clero sem rosto também estão desaparecendo sob a forte luz que flui para o santuário, como se sua presença material fosse gradualmente substituída por uma luz espiritual não física vinda de fora.
Os bancos do grande edifício estão quase vazios, apenas algumas pessoas em oração aqui ou ali. A mensagem é que não há necessidade desse grande edifício com todas as suas despesas para essas poucas pessoas. A antiga estrutura não funciona mais...
Mas, não devemos ficar tristes, pois a antiga estrutura está sendo substituída por uma luz de fora que eliminará a necessidade daquelas complicadas cerimônias litúrgicas envolvendo aquele grande número de clérigos. É o “Espírito Santo” que está “respondendo criativamente” aos desafios que enfrentamos. (p. 8)
Temos aqui a imolação da Igreja Católica por suas próprias autoridades, uma destruição cheia de luz operada pelo “Espírito” para criar uma nova Igreja “pneumática” composta preponderantemente de dons espirituais, e não mais de doutrinas e leis.
'Uma igreja além dos muros'
O objetivo, segundo nos é dito no Plano de Missão é tornar-se “uma igreja além dos muros,” um povo “saindo para as margens e compartilhando o amor e a misericórdia de Deus com o mundo em geral de maneiras práticas.”
Com contribuições tanto do clero quanto dos fiéis leigos, a “igreja além dos muros” irá “desenvolver sua voz como defensora da justiça social” trabalhando com a Caritas. Em vez de estudar Catecismo, doutrina seca e regras desgastadas, os jovens estabelecerão uma Empresa de Ação Social Juvenil sob o guarda-chuva da Caritas para “se envolver em evangelismo.”
O Bispo justifica seu novo projeto como resposta à escuta das vozes do povo através do processo sinodal. As respostas de mais de 5.000 pessoas às perguntas do Sínodo resultaram em novas prioridades para atender às necessidades dos tempos modernos.
Comunidade missionária, não paróquia
A comunidade missionária deve ser “mais do que simples paróquias.” As estruturas que o sustentam não serão “um dreno de recursos limitados,” mas refletirão as necessidades da Igreja hoje. Estruturas visíveis como grandes catedrais e igrejas grandiosas não são mais importantes. Tudo o que é necessário é um edifício “sustentável” que seja “adequado ao propósito” e “acolhedor.”
Como os protestantes, seus membros devem “primeiro e acima de tudo promover um relacionamento pessoal com Jesus Cristo.” A comunidade missionária também deve abandonar todas as ideias de conversão. A nova evangelização deve ser inclusiva e tolerante, acolhendo a todos: LGBTs, estranhos, pecadores e outros.
Ao longo do esboço do plano, o Bispo se refere à Evangelii gaudium de Francisco ao exortar os membros missionários a serem abertos ao diálogo, a trabalhar com outras “religiões” e a se esforçar sempre para promover a compreensão e o respeito mútuos. (p. 44)
O Bispo Egan não se esquece de incluir as preocupações ecológicas de Francisco expressas na Laudato sí, que ele também cita. A crise da injustiça social e da injustiça ambiental estão intimamente relacionadas, afirma ele, e ambas devem ser enfrentadas seguindo o “caminho sinodal.”
Em vez de examinar suas consciências para fazer boas confissões, os membros da comunidade devem expandir seus horizontes e analisar sua pegada de carbono, considerar as preocupações ambientais em todas as suas tomadas de decisão, tornar-se mais eficientes energeticamente e reduzir o impacto ambiental em seus estilos de vida. (p. 49)
A renovação das estruturas seguindo o caminho sinodal realiza o sonho de Francisco que ele expressa na Evangelii gaudium: “Sonho com uma 'opção missionária,' ou seja, um impulso missionário capaz de transformar tudo, para que os costumes da Igreja, os modos de fazer coisas, tempos e horários, linguagem e estruturas podem ser adequadamente canalizados para a evangelização do mundo de hoje, mais do que para sua autopreservação.” (p. 27)
Sugiro, querida Janete, que você folheie o Plano de Missão do Bispo Egan. Você encontrará, creio, um primeiro esboço da Igreja do Futuro seguindo o caminho sinodal.
Se as coisas continuarem no caminho sinodal, veremos o mesmo plano sendo traçado aqui nos Estados Unidos Mais belas igrejas serão fechadas e condensadas, sempre com o objetivo de alcançar uma Igreja “mais espiritual” e menos visível que segue o caminho sinodal. Sempre com o movimento do monárquico ao democrático, do hierárquico ao igualitário, do sacral ao proletário. (p. 39)
Digo “se” porque devemos rezar fervorosamente para que Nossa Senhora intervenha na História, como prometeu, antes que este processo mude completamente a face da Santa Madre Igreja.
Bispo Egan celebrando missa com cálices de vidro
Numa recente carta pastoral, o Bispo, chamado “uma potência da nova evangelização de JPII,” anunciou “com muita alegria e confiança” o plano de reduzir as 87 paróquias da Diocese para 24 nos próximos cinco anos. É, ironicamente, uma “parte de um plano missionário de 10 anos para a evangelização.”
É certamente uma estranha “evangelização.” Só na Igreja do Vaticano II um projeto de evangelização consiste em FECHAR igrejas em vez de abrir novas.
O Bispo Egan anuncia complacentemente algumas das razões para as “mudanças estruturais cruciais”:
- O número de fiéis diminuiu tanto que eles não podem manter as igrejas;
- A média de doações semanais dos paroquianos é de 2,35 libras – “menos que um cappuccino”;
- Os números estão caindo: na última década, o batismo caiu 35%, os casamentos caíram 32%, a frequência à missa caiu 44%, as confirmações caíram 40%, as vocações sacerdotais (estimadas em 66% nas próximas duas décadas). (Você será minha Testemunha - Plano de Missão, p. 7)
O Bispo fechou todas as suas igrejas no pânico da Covid
O Bispo de Portmouth parece alheio ao fato de que essas mudanças devastadoras não são boas, mas sim consequências desastrosas do Vaticano II. Pelo contrário, ele credita ao Concílio a resposta à secularização “voltando ao básico para modernizar todas as dimensões da vida cristã” a fim de evangelizar o mundo moderno. (pág. 7)
Egan pinta um quadro muito otimista de se mover em direção a um novo tipo de Igreja. Para alcançar essa grande mudança estrutural, ele pede uma “mudança espiritual profunda” em todos. É algo “crucial,” porque está mudando a Igreja para uma “forma de trabalho mais sinodal.” (p. 8)
Um plano de missão para destruir a Igreja visível
Esta redução drástica de paróquias fazia parte do recém-lançado Plano de Missão Diocesano – Você será minha Testemunha. Sua capa é bastante simbólica.
Uma igreja será substituída por um 'edifício sustentável'
As figuras do clero sem rosto também estão desaparecendo sob a forte luz que flui para o santuário, como se sua presença material fosse gradualmente substituída por uma luz espiritual não física vinda de fora.
Os bancos do grande edifício estão quase vazios, apenas algumas pessoas em oração aqui ou ali. A mensagem é que não há necessidade desse grande edifício com todas as suas despesas para essas poucas pessoas. A antiga estrutura não funciona mais...
Mas, não devemos ficar tristes, pois a antiga estrutura está sendo substituída por uma luz de fora que eliminará a necessidade daquelas complicadas cerimônias litúrgicas envolvendo aquele grande número de clérigos. É o “Espírito Santo” que está “respondendo criativamente” aos desafios que enfrentamos. (p. 8)
Temos aqui a imolação da Igreja Católica por suas próprias autoridades, uma destruição cheia de luz operada pelo “Espírito” para criar uma nova Igreja “pneumática” composta preponderantemente de dons espirituais, e não mais de doutrinas e leis.
'Uma igreja além dos muros'
O projeto de plano apresenta as opiniões das pessoas recolhidas no processo sinodal para justificar as mudanças estruturais
O objetivo, segundo nos é dito no Plano de Missão é tornar-se “uma igreja além dos muros,” um povo “saindo para as margens e compartilhando o amor e a misericórdia de Deus com o mundo em geral de maneiras práticas.”
Com contribuições tanto do clero quanto dos fiéis leigos, a “igreja além dos muros” irá “desenvolver sua voz como defensora da justiça social” trabalhando com a Caritas. Em vez de estudar Catecismo, doutrina seca e regras desgastadas, os jovens estabelecerão uma Empresa de Ação Social Juvenil sob o guarda-chuva da Caritas para “se envolver em evangelismo.”
O Bispo justifica seu novo projeto como resposta à escuta das vozes do povo através do processo sinodal. As respostas de mais de 5.000 pessoas às perguntas do Sínodo resultaram em novas prioridades para atender às necessidades dos tempos modernos.
Comunidade missionária, não paróquia
A comunidade missionária deve ser “mais do que simples paróquias.” As estruturas que o sustentam não serão “um dreno de recursos limitados,” mas refletirão as necessidades da Igreja hoje. Estruturas visíveis como grandes catedrais e igrejas grandiosas não são mais importantes. Tudo o que é necessário é um edifício “sustentável” que seja “adequado ao propósito” e “acolhedor.”
Como os protestantes, seus membros devem “primeiro e acima de tudo promover um relacionamento pessoal com Jesus Cristo.” A comunidade missionária também deve abandonar todas as ideias de conversão. A nova evangelização deve ser inclusiva e tolerante, acolhendo a todos: LGBTs, estranhos, pecadores e outros.
Uma comunidade missionária que vai para as ruas, não para o prédio da igreja
O Bispo Egan não se esquece de incluir as preocupações ecológicas de Francisco expressas na Laudato sí, que ele também cita. A crise da injustiça social e da injustiça ambiental estão intimamente relacionadas, afirma ele, e ambas devem ser enfrentadas seguindo o “caminho sinodal.”
Em vez de examinar suas consciências para fazer boas confissões, os membros da comunidade devem expandir seus horizontes e analisar sua pegada de carbono, considerar as preocupações ambientais em todas as suas tomadas de decisão, tornar-se mais eficientes energeticamente e reduzir o impacto ambiental em seus estilos de vida. (p. 49)
A renovação das estruturas seguindo o caminho sinodal realiza o sonho de Francisco que ele expressa na Evangelii gaudium: “Sonho com uma 'opção missionária,' ou seja, um impulso missionário capaz de transformar tudo, para que os costumes da Igreja, os modos de fazer coisas, tempos e horários, linguagem e estruturas podem ser adequadamente canalizados para a evangelização do mundo de hoje, mais do que para sua autopreservação.” (p. 27)
Sugiro, querida Janete, que você folheie o Plano de Missão do Bispo Egan. Você encontrará, creio, um primeiro esboço da Igreja do Futuro seguindo o caminho sinodal.
Se as coisas continuarem no caminho sinodal, veremos o mesmo plano sendo traçado aqui nos Estados Unidos Mais belas igrejas serão fechadas e condensadas, sempre com o objetivo de alcançar uma Igreja “mais espiritual” e menos visível que segue o caminho sinodal. Sempre com o movimento do monárquico ao democrático, do hierárquico ao igualitário, do sacral ao proletário. (p. 39)
Digo “se” porque devemos rezar fervorosamente para que Nossa Senhora intervenha na História, como prometeu, antes que este processo mude completamente a face da Santa Madre Igreja.
Postado em 18 de janeiro de 2023
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