Sicut Cervus (Como o cervo) é o trato cantado durante a Bênção da Fonte Batismal no Sábado Santo, e é baseado no Salmo 22,2-4.
Dom Guéranger explica o canto: “A procissão é à luz de tochas. As estrelas brilham intensamente no dossel do céu, e o ar ressoa com o canto melodioso. Eles estão cantando aqueles versos do Salmo, nos quais Davi compara o anseio de sua alma por seu Deus ao suspiro de um cervo que tem sede de uma fonte de água. O cervo, cuja imagem está na pia batismal, é uma figura do catecúmeno para o Batismo.” (1)
A versão abaixo é o famoso moteto composto por Palestrina, um dos principais compositores da Contra-Reforma. De acordo com uma gravadora, este moteto “é agora uma das obras mais antologizadas de Palestrina e considerada um modelo da polifonia renascentista.”
Sicut Cervus é aqui interpretado pelo New York Polyphony.
Ouça Sicut Cervus
Letra da música:
Texto em Latim
Sicut cervus desiderat ad fontes aquarum:
Ita desiderat anima mea ad te, Deus. V. Sitivit anima mea ad Deum vivum:
Quando veniam et apparabo
Ante faciem Dei mei? V. Fuerunt mihi lacrimae
Meae panes die ac nocte,
Dum dicitur mihi per singulos dies:
Ubi est Deus tuus?
Tradução
Como o cervo anela pelas fontes das águas,
assim por vós, ó Deus, suspira minha alma. V. A minha alma teve sede do Deus vivo;
Quando poderei vir e comparecer
ante a face de Deus? V. As minhas lágrimas foram
o meu pão dia e noite,
enquanto me perguntam cada dia:
onde está o teu Deus?
Dom Guéranger, O Ano Litúrgico, Publicações Loreto, 2000, vol. 6, p. 607.