‘Tenho muitos amigos de minha mesa e
pouquíssimos amigos de minha Cruz’
Num mundo delirantemente voltado para o orgulho e a sensualidade, não excluindo o transumanismo e a inteligência artificial que deriva de um orgulho diretamente contra Deus, e dos pecados da carne contra a natureza, LGBT e todos os seus desvios, a Carta aos Amigos da Cruz de São Luís Grignion de Montfort é mais oportuna do que nunca.
Com efeito, a resposta a esta loucura é não seguir o tornado de escândalos em que vivemos, mas sim tornar-nos amigos da Cruz e seguir os conselhos do Grande Santo que nos ensinou a trilhar este caminho.
Hoje trazemos aos nossos leitores um trecho em que São Luís de Montfort imagina Nosso Senhor Jesus Cristo dirigindo-se a cada um de nós.
São Luís Grignion de Montfort
Lembrai-vos, meus caros Confrades, que nosso bom Jesus nos olha neste instante e diz a cada um de vós em particular: “Eis que quase todos me abandonaram no caminho real da Cruz.
“Os idólatras cegos zombam de minha cruz como de uma loucura, os Judeus obstinados se escandalizam (26) com ela, como se fosse objeto de horror, (1Co 1,23) os herejes quebraram-na e derrubaram-na como coisa digna de desprez o.
“Mas, e isto só posso dizer com lágrimas nos olhos e com o coração transpassado de dor, os filhos que criei em meu seio e que instruí em minha escola, os meus membros, que animei com meu espírito, me abandonaram e desprezaram, tornando-se inimigos de minha cruz! (Is 1,2; Fil 3,18).
“Quereis vós também retirar-vos? (Jo 6, 68). Quereis, vós também, abandonar-me, fugindo da minha Cruz, como os mundanos, que nisto são outros tantos anticristos? (1 Jo 2,12). Quereis enfim, conformar-vos ao século presente (Rom 12,2), desprezar a pobreza de minha Cruz, para correr após as riquezas? Evitar a dor de minha Cruz para procurar aos prazeres? Odiar as humilhações de minha Cruz, para ambicionar as honras?
“Tenho, na aparência, muitos amigos que me fazem protestos de amor, e que, no fundo, me odeiam, pois não amam minha Cruz; muitos amigos de minha mesa e pouquíssimos amigos de minha Cruz”. (Imitação de Jesus Cristo, Livro 2, Capítulo 11.)
A este apelo amoroso de Jesus, elevamos acima de nós mesmos; não nos deixemos seduzir pelos nossos sentidos, como Eva; não olhemos senão o autor e consumador de nossa fé, Jesus crucificado (Hebr 12,2). Fujamos da corrupção da concupiscência do mundo corrompido (2 Pdr 1,4). Amemos Jesus Cristo da melhor maneira, isto é, através de toda sorte de cruzes. Meditemos bem estas admiráveis palavras de nosso amável Mestre, que encerram toda a perfeição da vida cristã: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga” (Mt 16,24).
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