Uma nova extravagância: primeiro Communion Trunk Show por Marian Horvat

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Costumes Católicos

A Secularização da Primeira Comunhão

Uma nova extravagância:
primeiro Communion Trunk Show

Marian Therese Horvat, Ph.D.

Na foto, meninas em vestidos brancos sem mangas andam na passarela. As mães, algumas das quais dirigiram várias horas até a luxuosa loja de departamentos de Chicago para a exibição, examinam as confecções de seda, renda e tule para encontrar o vestido “perfeito.” Muitos dos vestidos (que custam mais de US $200) são sem mangas ou até mesmo com o ombro completamente descoberto.

É um primeiro Communion trunk show e o preço não é problema para um número crescente de famílias com menos filhos e mais dinheiro para gastar. Os mesmos motivos que impulsionam as extravagantes festas de aniversário para alunos da primeira série estão agora estimulando o que é chamado de “mercado da comunhão.”

“Bem, sim, eu me preocupo um pouco com o fato de que talvez isso esteja aliviando o estresse espiritual,” admitiu uma mãe no desfile. “Mas ela é minha primeira e única, então queremos fazer isso direito.” (“Preço não é obstáculo para a Primeira Comunhão,” KC Star, 9 de fevereiro de 2002)

E há uma maneira totalmente nova de fazer isso direito, ao que parece. Encomende convites, consulte um fornecedor ou obtenha um salão de banquetes, reserve um DJ para a festa. Ah, sim, e a limusine. Uma empresa de limusines da área de Chicago agora decora o interior do carro com o tema da Primeira Comunhão, que inclui um quadro de mensagens que diz “Deus abençoe.”

Uma falta acentuada de modéstia e sacralidade

E que tipo de mensagem tudo isso passa para a nossa juventude? Não acho que seja exagerado dizer que essa ênfase no vestido e na festa, em vez do significado espiritual do Sacramento, não é uma boa preparação para a Primeira Comunhão para crianças católicas. Desde o Vaticano II, sofremos os resultados de uma liturgia diluída e de cerimônias pretensiosas voltadas para crianças. Consequentemente, algumas pesquisas mostram que até 80% dos jovens não acreditam mais na presença real.

Essa invasão do mercantilismo na sagrada ocasião da Primeira Comunhão desvia ainda mais a atenção da Santa Presença para a criança, para seu vestido, sua festa, sua própria importância. Este tipo de preparação coloca em segundo plano a momentosa ocasião de receber pela primeira vez o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo presente na Sagrada Hóstia sob as espécies do pão.

Normas próprias

Não é que o vestido da Primeira Comunhão para meninas deva ser desconsiderado. Acho muito importante ter um lindo vestido branco e um véu para marcar a importância da ocasião. O branco simboliza a pureza da alma, que foi purificada do pecado com o Sacramento da Penitência. Por isso, o vestido deve ser delicado, simples e modesto. Nada de vestidos sem mangas ou ombro a mostra. Não importa se faz calor na Louisiana em abril, quando as crianças fazem a Primeira Comunhão, porque a primeira consideração no Altar de Deus ao receber o Filho de Deus não é conforto. Antes do Vaticano II, as normas eram simples e claras: os meninos deveriam usar ternos e as meninas deveriam usar seus belos vestidos com mangas.

Nas famílias com mais de uma menina, é bom costume ter um único “vestido de primeira comunhão” que pode ser passado de uma para outra. Essa era a prática em nossa família. O vestido, que minha avó comprou e que era, para mim, o mais lindo do mundo, foi usado pela irmã mais velha Jane, por mim e por último pela irmãzinha Peggy. Todos nós tivemos nossa vez de usar o que se tornou um vestido cerimonial de família.

Na Espanha e em outros países católicos, as famílias abastadas têm um costume encantador que também poderia ser adotado aqui. Nesses países, uma família com recursos vestiria sua própria criança com um vestido barato e depois vestiria completamente uma criança de menos recursos na mesma classe da Primeira Comunhão. O presente é feito anonimamente. Assim, uma criança aprende cedo que a verdadeira caridade é tanto um privilégio quanto um sacrifício pessoal. Se uma criança é muito jovem para manter tal assunto em segredo, os pais não devem contar a ela sobre isso até que ela tenha idade suficiente para entender (American Catholic Etiquette por Kay T. Fenner, Newman Press, 1962, pp. 26-7).

Minha ênfase aqui é mais nas meninas, porque quem tem filha sabe muito bem que a maioria das meninas adora uma chance de se arrumar e aparecer. Se os pais parecem preocupados em primeiro lugar com o vestido e a festa, as mocinhas vão pular direto e assumir o humor superficial.

Quanto às festividades, certamente não há nada de errado em um café da manhã ou jantar especial para o qual são convidados familiares e amigos próximos. Frequentemente, os avós são os anfitriões dessa refeição, “e isso é bastante correto,” diz o livro American Catholic Etiquette (p. 27).

Claro, ninguém é socialmente obrigado a dar a uma criança um presente de Primeira Comunhão, continua o livro, mas os pais, padrinhos, avós e outros parentes e amigos costumam fazer. Os presentes apropriados para a Primeira Comunhão são aqueles de natureza religiosa versus secular, como um rosário, um santo ou livro de orações, luvas, véu, sapatos, medalha, fonte de água benta, crucifixo ou imagem. Novamente, isso enfatiza a recepção do Sacramento e seu significado, pois o Sacramento da Sagrada Comunhão realmente torna a criança um templo vivo de seu Salvador.

“Um beijo de amor”

Por esta razão, o vestido branco e véu que simula um vestido de noiva é a roupa cerimonial mais apropriada. Pois, de certo modo, cada menina torna-se noiva de Cristo na sua primeira união espiritual com Aquele que está plenamente presente, Corpo e Sangue, na Sagrada Hóstia. Em sua Autobiografia, Santa Teresa de Liseaux (Santa Teresinha do Menino Jesus) descreve sua Primeira Comunhão como o “primeiro beijo de Jesus em minha alma!

“Sim, foi beijo de Amor. Senti-me amada e também disse: 'Amo-Te e entrego-me a Ti para sempre'. … Naquele dia nosso encontro não foi um simples olhar, mas uma fusão. Já não éramos dois: Teresinha havia desaparecido como a gota d'água que se perde no fundo do oceano. Somente Jesus permaneceu, o Mestre, o Rei!”

As palavras de uma santa em formação e os sentimentos que todos os bons pais católicos desejam para suas filhas nos dias da Primeira Comunhão. Assim, antes de tudo, procuram preparar espiritualmente seus filhos e filhas para a grande ocasião, para que eles percebam que é o Sacramento que é importante, muito acima do traje, do presente ou de qualquer entretenimento feito em sua homenagem.

A secularização da Primeira Comunhão

Em uma escola primária católica em Aurora Indiana, meninos e meninas de camisetas e jeans esmagam tigelas de uvas no refeitório da escola para fazer o vinho para a Primeira Comunhão (The Leaven, 8 de fevereiro de 2002). “Foi divertido,” disse um rapaz da segunda série. Eles esmagaram as uvas com as mãos, adicionaram água e depois mexeram o suco de uva duas vezes ao dia. Agora o suco fica em potes herméticos nas salas de aula para que eles possam acompanhar o processo de fermentação. Eles também confeccionaram e decoraram os cálices e pratos que seriam usados “para distribuir a Comunhão.”

Esse tipo de “projeto de aprendizagem em sala de aula” só pode servir para dessacralizar ainda mais a recepção da criança ao Santíssimo Sacramento no Altar. Pois, em vez do mistério e do temor que deveriam envolver o altar e ali o Pão do Céu no sagrado cálice de ouro e prata, há um espírito prático, prosaico e vulgar. Você pode realmente esperar que uma criança acredite que Cristo está verdadeiramente presente em Corpo e Alma nas uvas que ele amassou com suas próprias mãos?

O projeto foi concebido no espírito do Vaticano II, na tentativa de criar novos e mais relevantes significados para os Sacramentos. Acho que é hora de começarmos a questionar: o que há de errado com os antigos significados?

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