Devoções Especiais
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
A admiração e a ternura de Nossa Senhora
por seu Filho recém-nascido
No Natal, é natural que nossa atenção se volte para a festa do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Esta foi a ocasião em que, no grau mais elevado, o amor de uma criatura se manifestou por Deus, o Criador – o afeto da Mãe Celeste por seu Filho único e incomparável.
Sendo Nossa Senhora o modelo de humildade por excelência, Ela não se aproximou do Divino Salvador sem ter manifestado todo o respeito e toda a admiração que Ele merece. Como a criatura mais requintada da Criação, Ela não pôde deixar de assumir esta humilde posição diante do Salvador. Estando infinitamente abaixo do Criador, embora fosse a criatura mais elevada, Ela se dirigiu a Nosso Senhor como se fosse a menor de suas criaturas.
Imaginemos uma pessoa que pensa estar mais perto do sol por ser dez centímetros mais alta do que o homem normal. Isso é ridículo, já que dez centímetros não são nada comparados à distância da Terra ao sol. Sendo Deus infinito, mesmo a grande distância que nos separa de Nossa Senhora é pequena perto da que a separa de Deus. Assim, podemos compreender os muitos atos de humildade que ela praticou na presença do Menino Divino.
Uma humildade voltada não para si mesma, mas para Deus
Sua ação não provinha de uma humildade egocêntrica, mas de uma humildade centrada em Deus. Em vez de pensar em sua condição limitada como criatura, ela considerou a infinita grandeza de Deus. Portanto, na gruta de Belém, seus primeiros afetos foram atos de admiração, manifestando tudo o que ela admirava em seu Filho Divino como Deus-Homem.
Há uma ordem lógica nisso. Quando amamos muito alguém, devemos começar admirando-o. Não é sentimentalismo, como uma menina admirando sua boneca, por exemplo, mas a admiração que é o fundamento do amor. Ela amava aquele Menino recém-nascido, sabendo que Ele era a mais admirável de todas as criaturas, hipostaticamente unido ao Verbo Divino.
Por uma revelação sobrenatural, Maria soube que o Filho gerado n’Ela era o Filho de Deus. Tão frágil e pequenino, e ainda assim Deus em sua infinita grandeza, em sua imensurável admirabilidade! Seu primeiro pensamento provavelmente se voltou para o aspecto mais grandioso do Ser Divino; só então seus pensamentos se voltaram para o Menino.
Com isso veio o amor maternal, contemplando em seu olhar Deus, que estava refletido ali. Nossa Senhora olhou para seu pequeno Corpo, tocou seus braços e sentiu que estavam frios devido ao clima invernal. Dessa forma, Ela expressou a ternura de uma mãe.
Alguém poderia objetar que naquele momento a admiração desapareceu e apenas o afeto se manifestou. Isto não é verdade, pois quando a admiração morre, o afeto desaparece – assim como a admiração se extingue quando o afeto morre.
Admiração e afeição de mãe por filho
Quando uma mãe dá à luz um filho, esse bebê é tão encantador que ela é tomada por uma grande ternura. No subconsciente da mãe verdadeiramente católica, passa-se o seguinte: Este recém-nascido é como um anjo. Quanta grandeza há em um ser humano chamado a uma vida longa, com seus sérios deveres para com Deus: ser um bom filho da Igreja Católica; dominar suas paixões; santificar-se e ir para o Céu por toda a eternidade. Que extraordinário! Estou profundamente comovida, vendo como um chamado tão grande está contido neste pequeno recém-nascido!
Com esta consideração vem uma ternura muito grande, mas também uma grande admiração: Que mistério admirável é que eu, um ser humano, gerei outro ser humano! Ele foi formado em meu ventre, nasceu para mim, nutrido por mim. Eu o libertei para a vida, e aqui está ele, tão pequeno. Em sua própria existência há um imenso mistério!
Mistérios da infusão da alma por Deus
Em relação à Santa Mãe de Deus, podemos pensar quando Deus, curvando-se sobre aquele embrião, soprou nele uma alma, dando-lhe algo que a mãe não gerou, que não procede do ato nupcial, mas do Criador. Que coisa magnífica!
Na ternura de uma mãe verdadeira e bem orientada por seu filho, transparece toda essa série de mistérios que nela se realizaram. O nascimento de outra criatura que é carne da sua carne e sangue do seu sangue, "outra eu mesma," outro ser sobre o qual Deus soprou uma alma imortal. Ou seja, a obra de Deus se soma à obra da mãe por algo imensamente maior.
Esse vínculo de alma abre horizontes para aquela criança: horizontes de luta, dedicação, alegria e vitória. Mas também horizontes de tristeza, recuo e fraqueza, quando se deve pedir a Deus graças que a ampare.
Nisto vemos outro aspecto do nascimento de uma criança simples. Para a Igreja, a vida de cada criatura é comparável à de um herói que se prepara com exercícios para a luta, para que possa enfrentar a vida e se engajar no combate, de um herói que empunha suas armas e escudo para entrar na arena da vida.
É o início de uma grande batalha, e assim a mãe poderia dizer a uma criança: Meu guerreiro, eu lhe admiro porque você está lutando o bom combate! Este é o seu dever. Uma vez que você receba o batismo, a graça o chamará e iniciará uma vida sobrenatural em você, mais ou menos como uma vela que alguém acende. Quanto isso iluminará sua alma? Quanto bem você fará? Que glória você dará a Deus?
Reflexões sobre a vida pública do Divino Redentor
Naquela noite, a Santíssima Virgem provavelmente estava pensando em como a vida pública de seu Divino Filho começaria, os milagres que Ele faria, as almas que Ele atrairia. Ela estava pensando no que resultaria disso, como Ele começaria a ser rejeitado pelos judeus, esquecido por seus próprios Apóstolos por causa de sua fraqueza e até mesmo traído por Judas.
Ela também provavelmente ponderou sobre o Pentecostes, a expansão da Igreja por toda a bacia do Mediterrâneo e os lugares misteriosos por onde os Apóstolos caminhariam, enchendo a Terra com sua presença.
Ela meditou sobre a libertação da Igreja pelo Imperador Constantino; sobre a Igreja que brilharia em todo o mundo; sobre a invasão dos bárbaros e a civilização que veio de sua conversão; e, depois, sobre São Bento, que em Subiaco se tornaria o Patriarca do Ocidente e implantaria uma nova vida espiritual da qual nasceria a Idade Média.
Ela provavelmente teria lamentado que, no final do período medieval, em contestação à obra de São Bento, um imenso pecado fosse cometido e desse início à Revolução, que levantaria ondas de injúrias atrozes: o Renascimento, o Humanismo e o Protestantismo.
Disto se seguiriam a Revolução Francesa, o Comunismo e uma Revolução Anarquista, também conhecida como Revolução Cultural – enigmática, difícil de definir em seus verdadeiros contornos, infame em tudo o que dela já sabemos.
Nossa Senhora refletiria sobre tudo isso. Mas também se alegraria que, por seu desígnio, sobre este mar de imundície uma pétala de rosa – a Contra-revolução – começaria a flutuar em determinado momento, atraindo seus filhos fiéis para lutar por Ela em nosso século.
Um exame de consciência e uma oração
Aos pés do presépio, pode-se voltar para analisar sua própria história individual: como a graça de Deus foi aceita por sua alma, os altos e baixos, sua correspondência à graça e rejeições a ela, seus movimentos de orgulho e sensualidade, as vitórias e, às vezes, derrotas, mas sempre o papel da misericórdia de Deus se esforçando para nos levar ao caminho certo.
Nossa Senhora previu que alguns cairiam ao longo do caminho; Ela esperaria a oração daqueles que permanecem por aqueles que caíram; e de tempos em tempos Ela conseguiria trazer um filho de volta ao caminho certo. Ela também viu de antemão sua intervenção final e a implantação do Reino de Maria que Ela revelou em Fátima em 1917.
Devemos considerar tudo isso quando estivermos aos pés do presépio e dizer: Ó Menino Jesus, Tu és a pedra divisória, a rocha do escândalo que divide a história em duas partes. Hoje, tudo o que está Contigo é a Contra-revolução, tudo o que está contra ti é a Revolução.
Podemos elevar esta oração enquanto veneramos no presépio: Eis um filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, trazido a ti pela graça de tua Mãe celestial, por suas orações, por seu ventre. Eis um filho ajoelhado diante de ti para te dar graças e se apresentar a ti como um guerreiro pronto a lutar por ti na Contra-Revolução, confiante em tua graça.
Sendo Nossa Senhora o modelo de humildade por excelência, Ela não se aproximou do Divino Salvador sem ter manifestado todo o respeito e toda a admiração que Ele merece. Como a criatura mais requintada da Criação, Ela não pôde deixar de assumir esta humilde posição diante do Salvador. Estando infinitamente abaixo do Criador, embora fosse a criatura mais elevada, Ela se dirigiu a Nosso Senhor como se fosse a menor de suas criaturas.
Imaginemos uma pessoa que pensa estar mais perto do sol por ser dez centímetros mais alta do que o homem normal. Isso é ridículo, já que dez centímetros não são nada comparados à distância da Terra ao sol. Sendo Deus infinito, mesmo a grande distância que nos separa de Nossa Senhora é pequena perto da que a separa de Deus. Assim, podemos compreender os muitos atos de humildade que ela praticou na presença do Menino Divino.
Uma humildade voltada não para si mesma, mas para Deus
Sua ação não provinha de uma humildade egocêntrica, mas de uma humildade centrada em Deus. Em vez de pensar em sua condição limitada como criatura, ela considerou a infinita grandeza de Deus. Portanto, na gruta de Belém, seus primeiros afetos foram atos de admiração, manifestando tudo o que ela admirava em seu Filho Divino como Deus-Homem.
Nossa Senhora contemplando seu Divino Filho com admiração
Por uma revelação sobrenatural, Maria soube que o Filho gerado n’Ela era o Filho de Deus. Tão frágil e pequenino, e ainda assim Deus em sua infinita grandeza, em sua imensurável admirabilidade! Seu primeiro pensamento provavelmente se voltou para o aspecto mais grandioso do Ser Divino; só então seus pensamentos se voltaram para o Menino.
Com isso veio o amor maternal, contemplando em seu olhar Deus, que estava refletido ali. Nossa Senhora olhou para seu pequeno Corpo, tocou seus braços e sentiu que estavam frios devido ao clima invernal. Dessa forma, Ela expressou a ternura de uma mãe.
Alguém poderia objetar que naquele momento a admiração desapareceu e apenas o afeto se manifestou. Isto não é verdade, pois quando a admiração morre, o afeto desaparece – assim como a admiração se extingue quando o afeto morre.
Admiração e afeição de mãe por filho
Quando uma mãe dá à luz um filho, esse bebê é tão encantador que ela é tomada por uma grande ternura. No subconsciente da mãe verdadeiramente católica, passa-se o seguinte: Este recém-nascido é como um anjo. Quanta grandeza há em um ser humano chamado a uma vida longa, com seus sérios deveres para com Deus: ser um bom filho da Igreja Católica; dominar suas paixões; santificar-se e ir para o Céu por toda a eternidade. Que extraordinário! Estou profundamente comovida, vendo como um chamado tão grande está contido neste pequeno recém-nascido!
Com esta consideração vem uma ternura muito grande, mas também uma grande admiração: Que mistério admirável é que eu, um ser humano, gerei outro ser humano! Ele foi formado em meu ventre, nasceu para mim, nutrido por mim. Eu o libertei para a vida, e aqui está ele, tão pequeno. Em sua própria existência há um imenso mistério!
Mistérios da infusão da alma por Deus
Em relação à Santa Mãe de Deus, podemos pensar quando Deus, curvando-se sobre aquele embrião, soprou nele uma alma, dando-lhe algo que a mãe não gerou, que não procede do ato nupcial, mas do Criador. Que coisa magnífica!
Nossa Senhora refletiu sobre o grande mistério da vida de Cristo
Esse vínculo de alma abre horizontes para aquela criança: horizontes de luta, dedicação, alegria e vitória. Mas também horizontes de tristeza, recuo e fraqueza, quando se deve pedir a Deus graças que a ampare.
Nisto vemos outro aspecto do nascimento de uma criança simples. Para a Igreja, a vida de cada criatura é comparável à de um herói que se prepara com exercícios para a luta, para que possa enfrentar a vida e se engajar no combate, de um herói que empunha suas armas e escudo para entrar na arena da vida.
É o início de uma grande batalha, e assim a mãe poderia dizer a uma criança: Meu guerreiro, eu lhe admiro porque você está lutando o bom combate! Este é o seu dever. Uma vez que você receba o batismo, a graça o chamará e iniciará uma vida sobrenatural em você, mais ou menos como uma vela que alguém acende. Quanto isso iluminará sua alma? Quanto bem você fará? Que glória você dará a Deus?
Reflexões sobre a vida pública do Divino Redentor
Naquela noite, a Santíssima Virgem provavelmente estava pensando em como a vida pública de seu Divino Filho começaria, os milagres que Ele faria, as almas que Ele atrairia. Ela estava pensando no que resultaria disso, como Ele começaria a ser rejeitado pelos judeus, esquecido por seus próprios Apóstolos por causa de sua fraqueza e até mesmo traído por Judas.
Ela também provavelmente ponderou sobre o Pentecostes, a expansão da Igreja por toda a bacia do Mediterrâneo e os lugares misteriosos por onde os Apóstolos caminhariam, enchendo a Terra com sua presença.
Ela meditou sobre a libertação da Igreja pelo Imperador Constantino; sobre a Igreja que brilharia em todo o mundo; sobre a invasão dos bárbaros e a civilização que veio de sua conversão; e, depois, sobre São Bento, que em Subiaco se tornaria o Patriarca do Ocidente e implantaria uma nova vida espiritual da qual nasceria a Idade Média.
Ela provavelmente teria lamentado que, no final do período medieval, em contestação à obra de São Bento, um imenso pecado fosse cometido e desse início à Revolução, que levantaria ondas de injúrias atrozes: o Renascimento, o Humanismo e o Protestantismo.
Disto se seguiriam a Revolução Francesa, o Comunismo e uma Revolução Anarquista, também conhecida como Revolução Cultural – enigmática, difícil de definir em seus verdadeiros contornos, infame em tudo o que dela já sabemos.
Nossa Senhora refletiria sobre tudo isso. Mas também se alegraria que, por seu desígnio, sobre este mar de imundície uma pétala de rosa – a Contra-revolução – começaria a flutuar em determinado momento, atraindo seus filhos fiéis para lutar por Ela em nosso século.
Um exame de consciência e uma oração
Aos pés do presépio, pode-se voltar para analisar sua própria história individual: como a graça de Deus foi aceita por sua alma, os altos e baixos, sua correspondência à graça e rejeições a ela, seus movimentos de orgulho e sensualidade, as vitórias e, às vezes, derrotas, mas sempre o papel da misericórdia de Deus se esforçando para nos levar ao caminho certo.
Nossa Senhora previu que alguns cairiam ao longo do caminho; Ela esperaria a oração daqueles que permanecem por aqueles que caíram; e de tempos em tempos Ela conseguiria trazer um filho de volta ao caminho certo. Ela também viu de antemão sua intervenção final e a implantação do Reino de Maria que Ela revelou em Fátima em 1917.
Devemos considerar tudo isso quando estivermos aos pés do presépio e dizer: Ó Menino Jesus, Tu és a pedra divisória, a rocha do escândalo que divide a história em duas partes. Hoje, tudo o que está Contigo é a Contra-revolução, tudo o que está contra ti é a Revolução.
Podemos elevar esta oração enquanto veneramos no presépio: Eis um filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, trazido a ti pela graça de tua Mãe celestial, por suas orações, por seu ventre. Eis um filho ajoelhado diante de ti para te dar graças e se apresentar a ti como um guerreiro pronto a lutar por ti na Contra-Revolução, confiante em tua graça.
Postado em 15 de dezembro de 2025
______________________
______________________

















