Ambientes e Tendências
Vulgaridade e Igualitarismo – I
Como não ser um homem vulgar
Recentemente, um dos senhores fez esta pergunta: Como podemos nós, como contrarrevolucionários, progredir em relação ao anti-igualitarismo?
Para progredir nesta matéria, é indispensável saber o que é o anti-igualitarismo, isto é, ter consciência do mal moral do igualitarismo. Precisamos não apenas considerar o anti-igualitarismo como uma posição filosófica, metafísica - parece que a esse respeito já estamos familiarizados com o assunto - mas também considerar os aspectos práticos do igualitarismo para que tenhamos o horror de que devemos ter. Qual deve ser nossa posição diante do mal moral do igualitarismo?
Tomemos uma pessoa vulgar no sentido próprio da palavra vulgar.
Não é uma pessoa que, em sua linguagem, usa expressões que eu ficaria feliz em imaginar que todos os senhores abominem, como "Legal," "Valeu," "sacou?" e outras como estas - expressões no vocabulário atual que você deve fazer um esforço para não usar. Mas eu entendo que tais palavras poderiam passar do ouvido para a cabeça e da cabeça para a boca quase sem reflexão. Este não é o tipo de pessoa que estamos discutindo aqui.
O homem vulgar é uma pessoa que, ao ver um homem de terno e gravata, pensa: “Odeio esse homem.” Ele gostaria que aquele homem tivesse um colarinho aberto sem gravata. Se o homem bem-vestido tira a gravata, o homem vulgar não fica satisfeito. Então ele diz com raiva: “Por que ele não tira o paletó?”
Se o homem vulgar vê alguém sem paletó, ele diz com repulsa: “Por que ele não usa a camisa por fora da calça em vez de mantê-la dobrada para dentro?” Se ele vê o homem com a camisa para fora, ele diz: “Por que ele não usa jeans?”
Não estou descrevendo aqui uma pessoa que tem inveja do homem mais bem-vestido porque este tem mais do que ele. Em vez disso, o crítico é uma pessoa cuja própria constituição o faz sentir-se co-natural com coisas vulgares. Quanto mais vulgar uma coisa, mais satisfeito ele fica. E quanto mais elevada é uma coisa, mais desconfortável ele se sente em torno dela, porque se identifica com a vulgaridade.
O homem vulgar gosta do sujeito que fala colocando a mão no ombro do seu interlocutor, que bate com as costas da mão na barriga do seu interlocutor, que cospe no chão, que chama o outro de “cara” ou “irmão.” Se ele não sabe de algo, ele dá um passo para trás, faz algum comentário ultrajante e ri alto como um idiota. Quando um homem vulgar vê alguém agindo dessa maneira, sente uma afinidade imediata com ele. Ao ver passar uma pessoa distinta, pensa: “Que arrogante ele é! Eu o odeio.”
Observe que tal reação não é produzida por inveja, mas pela vulgaridade. Diante de uma coisa refinada ou distinta, ele se irrita. Ao contrário, diante de tudo o que é vulgar, ele sente simpatia porque tem afinidade com a vulgaridade.
Se um tio lhe desse um quarto bem decorado com tapetes, cortinas e objetos elegantes, em breve ele destruiria o quarto jogando seus restos de cigarro no chão, enxugando as mãos sujas nas cortinas, pulando na cama e quebrando suas molas, derramando bebidas nos móveis. Abusa de tudo que é bem-arranjado e bonito porque tem antipatia por tudo que está em ordem.
Se alguém usa uma forma de polidez ao se dirigir a outra - “Receba, minha senhora, as expressões de minha alta consideração” - ele pensa: “Que estúpido! Que perda de tempo.”
Se ele vir uma carruagem passando - suponhamos a carruagem de gala da Rainha da Noruega, magnificamente dourada com pinturas decorando suas portas e vidraças curvas de cristal, puxada por um par de cavalos imponentes e conduzida por um ou dois postilhões - a ideia o que vem a sua mente é atirar uma pedra nela. Ele sente necessidade de destruí-la.
Essa é em parte a mentalidade de tantos turistas que visitam as estátuas do Aleijadinho e quebram os dedos ou escrevem seus nomes nas pedras. Eles sentem a necessidade de quebrar o que está em ordem, de danificar o que é elevado. Essa mentalidade é digna de rejeição total, porque professa o amor ao mal porque ele é mau; isto é, propriamente falando, amar o mal por sua maldade; o sujo por sua sujeira; o erro porque está errado.
Barrabás deveria ter uma fisionomia horrenda. Diante dele, do outro lado, estava Nosso Senhor Jesus Cristo, majestoso e sublime também naquele momento de supremo sofrimento. Ao escolher Barrabás em vez de Nosso Senhor, os Judeus revelaram uma imundície de alma que expressava uma depravação completa. Era como ver o Demônio e Deus e preferir o Demônio. Agora, essa sordidez de alma está presente no igualitarismo, que é o mal em si.
Assim, a disposição de alma de uma pessoa anti-igualitária é tal que em todas as coisas ele busca o sublime, não para possuí-lo, mas para conhecê-lo e admirá-lo. Por exemplo, quando o homem anti-igualitário ouve falar das rodas douradas da carruagem da Rainha da Noruega, pensa: “Que pena que não consigo ver!” Seu desejo não é andar naquela carruagem, mas admirá-la.
A característica do espírito anti-igualitário é ver, conhecer e amar o que há de mais sublime e elevado. É, portanto, uma ruptura com o vulgar. O espírito anti-igualitário e hierárquico sempre busca o que é superior; ao mesmo tempo, não despreza o que é simples. Se uma pessoa sem espírito igualitário é pobre e vive dignamente em sua pobreza, o homem anti-igualitário a admira. Ele não despreza o que é pobre; ele despreza o que é vulgar.
A Casa da Sagrada Família em Nazaré era pobre, mas não era vulgar. Tudo nele era bem-arrumado, organizado, limpo, cerimonioso e elevado, embora fosse pobre. O homem anti-igualitário admira isso; ele considera a pobreza digna uma coisa boa.
O que ele rejeita é qualquer coisa que seja desleixada, propositalmente desarrumada, errada por causa do erro, qualquer coisa que seja suja e vulgar. Isso é o que ele repudia.
Portanto, aqui está um primeiro ponto: devemos examinar nossa alma e cultivar continuamente este estado de espírito. Este estado de espírito, por sua vez, conduz nossa alma às alturas do amor de Deus. Com isso temos, então, a primeira marca do espírito anti-igualitário.
Continua
Para progredir nesta matéria, é indispensável saber o que é o anti-igualitarismo, isto é, ter consciência do mal moral do igualitarismo. Precisamos não apenas considerar o anti-igualitarismo como uma posição filosófica, metafísica - parece que a esse respeito já estamos familiarizados com o assunto - mas também considerar os aspectos práticos do igualitarismo para que tenhamos o horror de que devemos ter. Qual deve ser nossa posição diante do mal moral do igualitarismo?
Tomemos uma pessoa vulgar no sentido próprio da palavra vulgar.
Juventude vulgar conatural com modos e pensamento igualitários
O homem vulgar é uma pessoa que, ao ver um homem de terno e gravata, pensa: “Odeio esse homem.” Ele gostaria que aquele homem tivesse um colarinho aberto sem gravata. Se o homem bem-vestido tira a gravata, o homem vulgar não fica satisfeito. Então ele diz com raiva: “Por que ele não tira o paletó?”
Se o homem vulgar vê alguém sem paletó, ele diz com repulsa: “Por que ele não usa a camisa por fora da calça em vez de mantê-la dobrada para dentro?” Se ele vê o homem com a camisa para fora, ele diz: “Por que ele não usa jeans?”
Não estou descrevendo aqui uma pessoa que tem inveja do homem mais bem-vestido porque este tem mais do que ele. Em vez disso, o crítico é uma pessoa cuja própria constituição o faz sentir-se co-natural com coisas vulgares. Quanto mais vulgar uma coisa, mais satisfeito ele fica. E quanto mais elevada é uma coisa, mais desconfortável ele se sente em torno dela, porque se identifica com a vulgaridade.
O homem vulgar gosta do sujeito que fala colocando a mão no ombro do seu interlocutor, que bate com as costas da mão na barriga do seu interlocutor, que cospe no chão, que chama o outro de “cara” ou “irmão.” Se ele não sabe de algo, ele dá um passo para trás, faz algum comentário ultrajante e ri alto como um idiota. Quando um homem vulgar vê alguém agindo dessa maneira, sente uma afinidade imediata com ele. Ao ver passar uma pessoa distinta, pensa: “Que arrogante ele é! Eu o odeio.”
Observe que tal reação não é produzida por inveja, mas pela vulgaridade. Diante de uma coisa refinada ou distinta, ele se irrita. Ao contrário, diante de tudo o que é vulgar, ele sente simpatia porque tem afinidade com a vulgaridade.
Se um tio lhe desse um quarto bem decorado com tapetes, cortinas e objetos elegantes, em breve ele destruiria o quarto jogando seus restos de cigarro no chão, enxugando as mãos sujas nas cortinas, pulando na cama e quebrando suas molas, derramando bebidas nos móveis. Abusa de tudo que é bem-arranjado e bonito porque tem antipatia por tudo que está em ordem.
Se alguém usa uma forma de polidez ao se dirigir a outra - “Receba, minha senhora, as expressões de minha alta consideração” - ele pensa: “Que estúpido! Que perda de tempo.”
Acima, a Carruagem Real da Noruega; abaixo, Profeta Jonas por Aleijadinho, os dedos quebrados por vândalos
Essa é em parte a mentalidade de tantos turistas que visitam as estátuas do Aleijadinho e quebram os dedos ou escrevem seus nomes nas pedras. Eles sentem a necessidade de quebrar o que está em ordem, de danificar o que é elevado. Essa mentalidade é digna de rejeição total, porque professa o amor ao mal porque ele é mau; isto é, propriamente falando, amar o mal por sua maldade; o sujo por sua sujeira; o erro porque está errado.
Barrabás deveria ter uma fisionomia horrenda. Diante dele, do outro lado, estava Nosso Senhor Jesus Cristo, majestoso e sublime também naquele momento de supremo sofrimento. Ao escolher Barrabás em vez de Nosso Senhor, os Judeus revelaram uma imundície de alma que expressava uma depravação completa. Era como ver o Demônio e Deus e preferir o Demônio. Agora, essa sordidez de alma está presente no igualitarismo, que é o mal em si.
Assim, a disposição de alma de uma pessoa anti-igualitária é tal que em todas as coisas ele busca o sublime, não para possuí-lo, mas para conhecê-lo e admirá-lo. Por exemplo, quando o homem anti-igualitário ouve falar das rodas douradas da carruagem da Rainha da Noruega, pensa: “Que pena que não consigo ver!” Seu desejo não é andar naquela carruagem, mas admirá-la.
A característica do espírito anti-igualitário é ver, conhecer e amar o que há de mais sublime e elevado. É, portanto, uma ruptura com o vulgar. O espírito anti-igualitário e hierárquico sempre busca o que é superior; ao mesmo tempo, não despreza o que é simples. Se uma pessoa sem espírito igualitário é pobre e vive dignamente em sua pobreza, o homem anti-igualitário a admira. Ele não despreza o que é pobre; ele despreza o que é vulgar.
A Casa da Sagrada Família em Nazaré era pobre, mas não era vulgar. Tudo nele era bem-arrumado, organizado, limpo, cerimonioso e elevado, embora fosse pobre. O homem anti-igualitário admira isso; ele considera a pobreza digna uma coisa boa.
O que ele rejeita é qualquer coisa que seja desleixada, propositalmente desarrumada, errada por causa do erro, qualquer coisa que seja suja e vulgar. Isso é o que ele repudia.
Portanto, aqui está um primeiro ponto: devemos examinar nossa alma e cultivar continuamente este estado de espírito. Este estado de espírito, por sua vez, conduz nossa alma às alturas do amor de Deus. Com isso temos, então, a primeira marca do espírito anti-igualitário.
Continua
Postado em 19 de julho de 2021
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