Uma das canções folclóricas italianas mais conhecidas, Torna a Surriento (Volte a Sorrento), foi escrita em 1894, com música composta por Ernesto de Curtis e letra escrita por seu irmão, Giambattista de Curtis.
A canção fala sobre a cidade de Sorrento (Surriento em napolitano), que fica a 48 quilômetros de Nápoles, na outra ponta da Baía de Nápoles, com vista para ela no sul da Itália. A cidade tem vista para o Monte Vesúvio e fica em meio a pomares de limoeiros e laranjeiras, com seu mosteiro medieval, basílica e igrejas. A cidade remonta a vários milhares de anos, com suas muralhas construídas já em 400 a.C., algumas ainda de pé até hoje.
A canção pode ser entendida do ponto de vista da própria cidade. Com sua pitoresca expressividade italiana, Surriento se orgulha de sua bela vista do oceano e do doce perfume de seus pomares de laranja. De uma maneira quase romântica, a cidade implora ao ouvinte para ficar, para não deixar Surriento. A canção transmite algo da amabilidade, singularidade e charme que impregnavam as regiões católicas, com uma nostalgia do tempo em que eram fiéis aos fundamentos da Cristandade.
Apresentamos duas versões de Torna a Surriento: a primeira é interpretada pelo aclamado barítono italiano Ettore Bastianini; a segunda é interpretada pelo grupo de bandolins napolitano Mandolini Napolitani.
Torna a Surriento, interpretada por Ettore Bastianini
Torna a Surriento, interpretada por Mandolini Napolitani
Letra da música napolitana:
Vir 'o mare quant’è bello,
‘Spira tantu sentimento,
Comme tu a chi tiene a' mente,
Ca scetato 'o faie sunnà.
Guarda gua' chistu ciardino;
Siente, sie’ sti sciure arance:
Nu profumo accussi fino
Dinto 'o core se ne va…
E tu dice: «I’ parto, addio.»
T’alluntane da stu core…
Da la terra de l’ammore…
Tiene 'o core 'e nun turnà?
Ma nun me lassà,
Nun darme stu turmiento.
Torna a Surriento,
Famme campà.
Vir 'o mare de Surriento,
Che tesoro tene nfunno.
Chi ha girato tutto 'o munno
Nun l'ha visto comm'accà.
Guarda gua' chistu ciardini,
Ca te guardano 'ncantate,
E te vonno tantu bene...
Te vulessero vasà.
E tu dice: «I' parto, addio."
T'alluntane da stu core
Da sta terra de l'ammore
Tiene 'o core 'e nun turnà?
Ma nun me lassà,
Nun darme stu turmiento.
Torna a Surriento,
Famme campà.
Tradução para o português
Veja o mar o quanto é belo,
inspira tanto sentimento,
como você, quem tem em mente
acordado, o faz sonhar.
Olha só esses jardins
sinta, sinta essas flores de laranja,
um perfume assim delicado
toca fundo o coração...
E você diz: "Eu parto, adeus."
Se afasta deste coração...
Para a terra do amor...
tem coragem de não voltar?
Mas não me deixes,
não dê-me este tormento.
Volte a Sorrento,
Deixe-me viver!
Olha o mar de Sorrento,
que tesouros tem no fundo.
Quem girou por todo o mundo,
nunca viu como os daqui!
Olha estes jardins
que te olham encantados,
e te querem tanto bem...
Queriam te beijar.
E você diz: "Eu parto, adeus!"
Se afasta deste coração.
Para a terra do amor,
tem coragem de não voltar?
Mas não me deixes,
não dê-me este tormento.
Volte a Sorrento,
Deixe-me viver!
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