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Sigmund Freud e a Repressão Sexual

Prof. Ivan Rojas, M.D.
No artigo anterior tratei da visão freudiana do desenvolvimento da sexualidade humana. Nele me detive particularmente na evolução sexual da criança citando principalmente a assim chamada “sexualidade infantil.

Para Freud a criança se “apaixona” pela própria mãe que lhe dá o leite.

As consequências dessas conclusões foram devastadoras para os futuros estudos de Psicologia e Pedagogia e para o conjunto da Moral Católica.

A grande revolução sexual ocorrida no século XX teve, em grande parte, as teorias de Freud como seu pilar de sustentação.

Nesse novo artigo falarei sobre a teoria sexual de Freud, principalmente seu conceito de “repressão sexual.”

Uma noção pervertida de repressão

Freud viu, na sexualidade humana, a origem dos vários problemas mentais do homem moderno. De fato, ele “sexualizou” as doenças mentais principalmente as neuroses. Para ele a causa principal dos diversos tipos de neuroses seria a repressão sexual.

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Os conceitos de Freud sustentam o movimento homo de hoje

Daí o absurdo de supor que o homem ou a mulher que desejasse manter a castidade de estado, a abstinência sexual antes do casamento, estaria destinado a adoecer psiquicamente! Estas são afirmações sérias e pesadas que formam um dos principais pilares básicos da teoria psicanalista.

Freud discorreu sobre esse assunto em vários trabalhos e artigos, mas principalmente em sua obra ‘Moral Sexual Civilizada e Nervosismo Moderno (1908). Nesse trabalho ele afirmou que a “repressão sexual exercida por uma moral que restringe o sexo ao casamento e à procriação é a fonte de doenças neuróticas.” É certamente o texto em que Freud criticou de maneira mais aberta a moral sexual católica e denunciou os supostos males psíquicos que essa poderia causar.

É claro que Freud simplificou a visão católica da questão sexual, pois a Igreja não afirma que o sexo deve ser realizado apenas para a procriação, mas sim aberto a ela.

Sobre essa importante matéria moral recomendo o estudo das Enciclicas Arcanum Divinae Sapientiae do Papa Leão XIII, Casti connubii do Papa Pio XI, e as Alocuções “Già per la Terza Volta” e “Fra le Innumerevoli” do Papa Pio XII. Obras que esclarecem bem a questão dos relacionamentos sexuais numa família católica.

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O casamento casto de José e Maria levaria à repressão e à doença mental, segundo Freud

Também em seu estudo chamado Três Ensaios Sobre uma Teoria da Sexualidade, obra anterior à primeira, Freud criticou a repressão sexual e suas supostas conseqüências para a vida emocional dos homens e mulheres.

Com isto ele contribuiu possantemente para a criação de uma visão de mundo que definiria os conceitos e os comportamentos do homem hodierno com as consequências de laxismo moral que assistimos no mundo de hoje.

É curioso notar que o próprio Freud foi contraditório com suas ideias nesse campo. Sim, porque se no começo do século XX Freud admitia a repressão sexual como causa dos males psíquicos da humanidade, a partir do começo dos anos de 1930, com a publicação de seu livro Mal Estar na Civilização, – ele admitiu que a “repressão sexual é necessária para a criação e manutenção de uma civilização organizada.”

Nessa obra Freud, parece espantado com a decadência da civilização ocidental, e com o advento dos regimes totalitários na Rússia e o cada vez mais presente perigo nazista na sociedade alemã. Mas sobre esse assunto falaremos em outra ocasião.

Como seus conceitos de “repressão da sexualidade” abriram caminho para toda sorte de liberdades e permissividades sexuais chegando à triste situação atual em que estamos hoje, neste tão liberal século XXI?

A grande ilusão

Desde que a psicanálise começou a fazer sucesso na Europa nas primeiras décadas do século passado passou-se a pensar, de forma bastante errônea, que a liberação sexual seria um “santo remédio” para todos os males psíquicos- emocionais da humanidade.

hippies

A Revolução Cultural dos anos 60 libera jovens de todas as 'repressões sexuais’

Surgiram psicanalistas e discípulos de Freud em várias nações do Velho Continente abraçando essa ideia. Cada um deles escrevia sobre “os males” da repressão sexual e sonhavam com uma espécie de “sociedade de homens livres de neuroses e traumas” pela liberdade do sexo.

É claro que hoje, depois de tantas tragédias e decepções nesse campo nem o mais ortodoxo freudiano acredita na cura pela libertação sexual pura e simplesmente por si.

Sim, porque a partir de meados do século 20, os homens passaram a experimentar uma grande liberdade nesse assunto com os movimentos do sexo livre, de homossexuais, de lésbicas e tantos outros, mas o mundo não ficou de modo algum melhor do que era. Na verdade ficou bem pior como podemos ver com a decadência da civilização, dos valores morais e educacionais, o aumento da violência, dos divórcios, das contendas familiares entre tantos outros.

Para um historiador ou estudioso sério das sociedades modernas a libertação sexual não trouxe nenhum dos benefícios que Freud e os outros psicanalistas esperavam. Dessa forma a teoria de Freud sobre os “lucros” que a liberdade sexual trairia, fracassou ruidosamente.

reich

Reich via a Igreja como um obstáculo para libertar o homem de inibições "não naturais"

Alguns de seus discípulos chegaram até mesmo a tentar unir a doutrina freudiana com a Revolução Socialista e Comunista. Foi o triste caso de Wilhelm Reich que achava que todos os males do mundo tinham, como origem, a repressão sexual.

Reich foi um médico austríaco que serviu na I Guerra Mundial e grande entusiasta das idéias de Freud. Ao término daquele conflito ingressou na Sociedade de Psicanálise de Viena, mas acabou sendo expulso dela pelo próprio Freud que o acusou de usar a Psicanálise para fins políticos.

De fato, Reich aderiu à ideologia comunista. Ele visitou Moscou em 1925 onde tentou elaborar uma teoria unindo liberdade sexual e Socialismo.

Jokes about Freud

Hoje as teorias de Freud são objeto de inúmeras piadas

Reich, embora judeu, era um inimigo furioso das religiões, as quais acusava de serem uma “orquestração mundial para a repressão da sexualidade.” Reich dizia que “todos os sábados ou domingos os inimigos da liberdade sexual se reúnem nas igrejas e sinagogas para reprimirem a sexualidade.”

Importante saber que Reich morreu em um hospital psiquiátrico na Pensilvânia, Estados Unidos em 1957 com um diagnóstico de “parafrenia”, doença mental de natureza psicótica parecida com a esquizofrenia.

Creio portanto que posso afirmar que uma reflexão madura e cuidadosa sobre esse assunto revela que a grande “Teoria Sexual de Freud” naufragou completamente. Claro que existem transtornos mentais e neuroses que advêm de um desenvolvimento sexual problemático. Nenhum especialista clínico negaria tais ocorrências. Mas querer reduzir as neuroses ou outras perturbações mentais ou emocionais à questão da sexualidade revela-se de uma simplificação inaceitável para os padrões científicos modernos.

Creio que, cientificamente falando, hoje quase nenhum médico psiquiatra ou psicólogo atualizado acredita ou aceita as teorias simplistas de Freud. No que concerne à mente humana as coisas são sempre mais complexas do que as teorias redutoras

Entretanto toda uma revolução dos usos e costumes sociais teve sucesso com base na liberação sexual.

Os acontecimentos da segunda parte da década de ‘60 como o movimento hippie nos Estados Unidos seguido pelas revoltas nas Universidades da França, principalmente na Sorbonne em 1968, muito influíram para o atual estado de coisas no campo da moral sexual nos dias de hoje.

Eis, pois uma importantíssima questão educacional moderna que os pais e educadores católicos têm o dever de enfrentar.

Continua

Postado em 25 de setembro de 2019


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