Personalidades
Sigmund Freud vs Carl Gustav Jung
Vimos como o ateísmo influenciou a visão de mundo de Freud. No último artigo mencionei a ruptura entre mestre e discípulo com base na questão religiosa. Jung considerava a religião importante, enquanto Freud a desprezava.
Hoje vou me concentrar nos estudos de Jung, esse famoso psicólogo e psicanalista Suíço.
Carl Gustav Jung nasceu na Suíça, na aldeia de Kesswil, perto de Zurique, no ano de 1875. Seu pai era pastor Luterano e, por esse motivo, passou a infância entre livros e estudos de teólogos Protestantes.
Durante uma viagem ainda jovem, ele entrou em uma igreja Católica e ficou fascinado por sua beleza. Mais tarde, ele estendeu esse elogio a muitas das grandes catedrais Católicas da Europa.
Embora tivesse aspirações de se tornar pastor, ele finalmente decidiu estudar psiquiatria e medicina e começou sua prática em um hospital psiquiátrico em Zurique em 1900. Logo depois, começou a estudar o método Freudiano, que começava a ganhar fama.
Ernest Jones, principal biógrafo de Freud, afirma que Jung conheceu pessoalmente Freud em 1906, quando, após uma troca de correspondência, foi visitá-lo em Viena. Freud tinha 20 anos mais que Jung e admirava a inteligência e o conhecimento do jovem Suíço que acabava de publicar um trabalho de estudos sobre psicologia normal e anormal.
Ele também ficou satisfeito com o fato de um não-Judeu estar entrando em campo, pois, naquele tempo, a psicanálise era dominada por médicos Judeus. Freud temia que sua nova “ciência” fosse rotulada como “coisa Judaica,” como, de fato, alguns estavam começando a dizer.
Portanto, a entrada no palco de um "jovem Alemão" com formação religiosa foi uma boa notícia para Freud e o futuro de sua nova "ciência.”
Jung logo conquistou a total confiança de seu mestre idoso, que o considerava seu "futuro sucessor" no campo da psicanálise. Juntamente com Adler, Ferenczi, Hartmann e outros, Freud e Jung construíram o edifício psicanalítico até 1912.
Em 1910, Jung começou a ficar descontente com o Ateísmo de Freud. O mestre Vienense insistiu fortemente que a Psicanálise poderia oferecer uma explicação exclusivamente materialista dos fenômenos e mistérios da psique humana. Sem rejeitar os princípios da psicanálise de Freud, Jung, no entanto, acreditava que fatores não relacionados à sexualidade também desempenhavam um papel no desenvolvimento pessoal.
Como Jung nunca foi ateu, ele começou a questionar Freud, e as tensões aumentaram à medida que o tempo passava sobre a questão do "valor da religião" para a saúde emocional dos homens.
Em 1912, Freud ficou chateado com vários de seus seguidores, principalmente Adler e Jung. O velho mestre tinha o hábito de controlar o campo com um “punho de ferro” e não tolerava discordâncias dentro de sua Sociedade de Psicanálise.
Em seu livro Memórias, Sonhos e Reflexões, Gustav Jung escreveu que seu artigo poético intitulado "Sacrificador” explica sua ruptura com Freud. Nesse artigo, assim como em outros que se seguiram, Jung escreveu sobre a importância da religião e religiosidade na vida dos homens. Isso constituiu o ponto principal de seu desacordo com as concepções de Freud sobre a estrutura e o funcionamento da mente humana.
Freud ficou furioso. Ele retrucou com um artigo intitulado "História da Psicanálise," na qual atacou seus velhos amigos e terminou expulsando-os da Sociedade Internacional de Psicologia. Entre 1913 e 1914, Jung e vários outros psicanalistas conhecidos foram expulsos.
Jung então fundou outra sociedade - a International Analytic Psychology Society - com sede em Zurique, na Suíça. Filiais posteriores foram abertas em muitos países ao redor do mundo.
Jung e a questão religiosa
Em oposição frontal a Freud, Jung afirmou que a natureza da libido humana não era puramente "sexual," mas uma força primária sem distinção ou qualificação específica. Ele propôs que era uma força inicial que poderia tomar a direção que a mente ou a psique humana escolheria.
Para Jung, é a “busca de Deus,” a religiosidade inata de cada homem, que dá sentido à sua existência e lhe proporciona a sensação de felicidade.
Assim, o homem não é apenas um animal que busca prazer carnal, como afirmou Freud, mas um ser único na terra com um objetivo específico que o diferencia dos outros animais. A saber: ele procura um complemento para si mesmo que só pode ser preenchido por Deus.
Para Jung, a psique humana é composta de duas partes: a material - os instintos e a vida vegetativa – e a não material - raciocínio abstrato e a busca pela felicidade, que só pode ser alcançada em um encontro pessoal com Deus.
Jung chamou esse processo de busca de Deus e felicidade um "processo de individualização," isto é, o encontro único de cada homem com seu fim final, a religião.
Gustav Jung nunca se definiu como um “convertido” a nenhuma religião específica. Ele abandonou o Protestantismo e disse que "se maravilhava" com arte, rituais e igrejas Católicas, mas não há dados que demonstrem que ele se converteu ao Catolicismo.
Para nós, o importante é notar que Jung ousou se opor formalmente ao materialismo asfixiante de Sigmund Freud.
Hoje, a maioria dos métodos de tratamento psicológico inclui a religião ou "religiosidade" como um fator importante na cura psicológica.
O fato de estudos sérios serem realizados sobre a “natureza religiosa da psique humana” destruiu a severa ditadura materialista e ateísta de Freud, que reinou absoluta até que Jung se opusesse.
No artigo a seguir, pretendo abordar outros fatores e estudos que foram introduzidos no campo após essa grande controvérsia entre Freud e Jung.
Continua
Hoje vou me concentrar nos estudos de Jung, esse famoso psicólogo e psicanalista Suíço.
Carl Jung quando criança
Durante uma viagem ainda jovem, ele entrou em uma igreja Católica e ficou fascinado por sua beleza. Mais tarde, ele estendeu esse elogio a muitas das grandes catedrais Católicas da Europa.
Embora tivesse aspirações de se tornar pastor, ele finalmente decidiu estudar psiquiatria e medicina e começou sua prática em um hospital psiquiátrico em Zurique em 1900. Logo depois, começou a estudar o método Freudiano, que começava a ganhar fama.
Ernest Jones, principal biógrafo de Freud, afirma que Jung conheceu pessoalmente Freud em 1906, quando, após uma troca de correspondência, foi visitá-lo em Viena. Freud tinha 20 anos mais que Jung e admirava a inteligência e o conhecimento do jovem Suíço que acabava de publicar um trabalho de estudos sobre psicologia normal e anormal.
Ele também ficou satisfeito com o fato de um não-Judeu estar entrando em campo, pois, naquele tempo, a psicanálise era dominada por médicos Judeus. Freud temia que sua nova “ciência” fosse rotulada como “coisa Judaica,” como, de fato, alguns estavam começando a dizer.
Portanto, a entrada no palco de um "jovem Alemão" com formação religiosa foi uma boa notícia para Freud e o futuro de sua nova "ciência.”
Os primeiros colegas de Freud: no sentido horário, do canto superior esquerdo, Heinz Hartmann, Alfred Adler, Carl Jung e Sandor Farenczi
Em 1910, Jung começou a ficar descontente com o Ateísmo de Freud. O mestre Vienense insistiu fortemente que a Psicanálise poderia oferecer uma explicação exclusivamente materialista dos fenômenos e mistérios da psique humana. Sem rejeitar os princípios da psicanálise de Freud, Jung, no entanto, acreditava que fatores não relacionados à sexualidade também desempenhavam um papel no desenvolvimento pessoal.
Como Jung nunca foi ateu, ele começou a questionar Freud, e as tensões aumentaram à medida que o tempo passava sobre a questão do "valor da religião" para a saúde emocional dos homens.
Em 1912, Freud ficou chateado com vários de seus seguidores, principalmente Adler e Jung. O velho mestre tinha o hábito de controlar o campo com um “punho de ferro” e não tolerava discordâncias dentro de sua Sociedade de Psicanálise.
Em seu livro Memórias, Sonhos e Reflexões, Gustav Jung escreveu que seu artigo poético intitulado "Sacrificador” explica sua ruptura com Freud. Nesse artigo, assim como em outros que se seguiram, Jung escreveu sobre a importância da religião e religiosidade na vida dos homens. Isso constituiu o ponto principal de seu desacordo com as concepções de Freud sobre a estrutura e o funcionamento da mente humana.
Freud ficou furioso. Ele retrucou com um artigo intitulado "História da Psicanálise," na qual atacou seus velhos amigos e terminou expulsando-os da Sociedade Internacional de Psicologia. Entre 1913 e 1914, Jung e vários outros psicanalistas conhecidos foram expulsos.
Jung então fundou outra sociedade - a International Analytic Psychology Society - com sede em Zurique, na Suíça. Filiais posteriores foram abertas em muitos países ao redor do mundo.
Jung e a questão religiosa
Em oposição frontal a Freud, Jung afirmou que a natureza da libido humana não era puramente "sexual," mas uma força primária sem distinção ou qualificação específica. Ele propôs que era uma força inicial que poderia tomar a direção que a mente ou a psique humana escolheria.
O papel da religião na psicologia dos homens
separou Jung de Freud
Assim, o homem não é apenas um animal que busca prazer carnal, como afirmou Freud, mas um ser único na terra com um objetivo específico que o diferencia dos outros animais. A saber: ele procura um complemento para si mesmo que só pode ser preenchido por Deus.
Para Jung, a psique humana é composta de duas partes: a material - os instintos e a vida vegetativa – e a não material - raciocínio abstrato e a busca pela felicidade, que só pode ser alcançada em um encontro pessoal com Deus.
Jung chamou esse processo de busca de Deus e felicidade um "processo de individualização," isto é, o encontro único de cada homem com seu fim final, a religião.
Gustav Jung nunca se definiu como um “convertido” a nenhuma religião específica. Ele abandonou o Protestantismo e disse que "se maravilhava" com arte, rituais e igrejas Católicas, mas não há dados que demonstrem que ele se converteu ao Catolicismo.
Para nós, o importante é notar que Jung ousou se opor formalmente ao materialismo asfixiante de Sigmund Freud.
Hoje, a maioria dos métodos de tratamento psicológico inclui a religião ou "religiosidade" como um fator importante na cura psicológica.
O fato de estudos sérios serem realizados sobre a “natureza religiosa da psique humana” destruiu a severa ditadura materialista e ateísta de Freud, que reinou absoluta até que Jung se opusesse.
No artigo a seguir, pretendo abordar outros fatores e estudos que foram introduzidos no campo após essa grande controvérsia entre Freud e Jung.
Continua
Postado em 11 de setembro de 2020
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