Consequências do Vaticano II
Sínodo da Amazônia – Parte II
Uma bomba atômica dentro da Igreja
Na década de 1970, o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira lançou uma obra denunciando os missionários contrários à catequização e à civilização dos índios. O livro,
Tribalismo Indígena, ideal comuno-missionário para o Brasil do século XXI, foi uma denúncia profética que basicamente dizia:
“É preciso que os brasileiros oponham-se à neo-missiologia progressista. Ela quer modificar a doutrina da Santa Igreja Católica. Levantem-se brasileiros de Fé!”
Aquela obra que não foi escrita apenas para aquele momento, mas ela se aplica perfeitamente apara o nosso conturbado e caótico século XXI. Ela se aplica sobretudo ao Sínodo da Amazônia que se aproxima e que afetará profundamente o futuro da Igreja e da sociedade temporal. Essa reunião, conforme observado antes, pretende mudar os costumes da Igreja e o próprio conceito de civilização não só na Amazônia, mas em todo o mundo.
Os católicos precisam prestar atenção a esse “novo caminho” que mescla uma ecologia integral com as tribos indígenas, a fim de modelar uma nova Igreja com uma face amazônica.
Concepção católica tradicional das Missões
Segundo o conceito tradicional de Missão Católica, no missionário que é enviado pela Igreja, em nome derepresenta Jesus Cristo, a Quem representa junto a povos não católicos,primitivos e age para com o fim de os trazer para a verdadeira Fé. Ensina a Igreja que a via normal para o homem se salvar consiste em ser batizado, crer e professar a doutrina e a lei de Jesus Cristo. Trazer os homens para a Igreja é, pois, abrir-lhes as portas do Céu.
Desde os tempos apostólicos até o Vaticano II, o missionário devia ensinar ao gentio a doutrina de Jesus Cristo: “Ide, pois, e ensinai todas as gentes [...] ensinando-as a observar tudo que vos tenho mandado.” (Mt 28: 18-29)
A glória de Deus e a eterna salvação dos homens são os fins transcendentes das Missões. Isto não impede que a Missão colha outros frutos terrenos próprios a civilizar os povos.
Cristianizar e civilizar são, pois, termos correlatos. É impossível cristianizar seriamente sem civilizar e vice-versa.
Ser missionário, no Brasil, é principalmente levar o Evangelho aos índios. É persuadi-los de que se libertem das superstições e dos costumes bárbaros que os escravizam, levando-os à prática dos dez Mandamentos da Lei de Deus. Em consequência, civilizá-los, para que alcancem seu fim celeste. Podendo o missionário dizer: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” (Jn 8:32)
Concepção progressista do Sínodo
Em seu discurso em Puerto Maldonado (19 de janeiro de 2018) o Papa Francisco explicou que as diversas espiritualidades e crenças dos povos indígenas da Amazônia os motivam a viver uma comunhão com a terra, a água, as árvores, os animais, com o dia e a noite. Os pajés (xamãs ou feiticeiros) promovem a harmonia das pessoas entre si e com o cosmo. Todos eles são “memória viva da missão que Deus nos confiou a todos: cuidar da Casa Comum.”
Em outras palavras, o Papa tenta justificar o fundo panteísta das crenças indígenas e dar-lhes uma boa conotação social: cuidar as florestas, “nossa casa comum.”
Contudo, a Fé Católica nada tem de comum com essas crenças fetichistas. A Igreja sempre as considerou pagãs e idólatras.
Paralelamente, o ideal sócio-político que parece estar por trás da nova missiologia ecológica não é tanto a proteção dos povos indígenas, quanto a declaração da Amazônia como um território independente em relação aos países a que ela hoje pertence. Ela deveria constituir um “patrimônio dos índios.” Em outras palavras, os líderes da Teologia da Libertação, que são os verdadeiros senhores do que pensam os índios, teriam um enorme território à sua disposição para ensair suas utopias comunistas e teocráticas.
Não é difícil de ver que o Sínodo da Amazônia desempenhará um papel crucial nessa manobra.
Contra essa tendencia de dar autonomia territorial aos índios O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira já havia prevenido em outra de suas obras:
“O Projeto de Constituição, a adotar-se em uma concepção tão hipertrofiada dos direitos dos índios, abre caminho a que se venha a reconhecer aos vários agrupamentos indígenas uma como que soberania diminutae rationis [parcial] soberania dos vários grupos indígenas. Uma autodeterminação, de acordo com a expressão consagrada (A Proposta de Constituição: Angústia pela Nação – Projeto de Constituição angustia o País, São Paulo: Ed. Vera Cruz, 1987, pp. 182, 119).
Tais palavras foram elogiadas pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal brasileiro Marco Aurélio de Mello que disse: “Proféticas palavras tendo em conta, até mesmo, o fato de o Brasil, em setembro de 2007, haver concorrido, no âmbito da Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas, para a aprovação da Declaração Universal dos Direitos dos Indígenas” (cfr. Catolicismo, n. 700, abril de 2009).
Vozes missionárias atualizadas
Os caráteres “profético” e comunista dos ideais progressistas aparecem em alguns documentos emitidos por instituições, personalidades e órgãos missionários brasileiros. Eis alguns trechos:
Evangelização e civilização
Mesmo o
Card. Gerhard Müller, ex-prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, tinha palavras de crítica para o próximo Sínodo:
“O Sínodo da Amazônia é um pretexto para mudar a Igreja, e o fato de ser feito em Roma quer enfatizar o início de uma nova Igreja.”
A substância do ensino católico é imutável. Foi dada por Jesus Cristo, mantida pela Santa Igreja e ninguém a poderá alterar até o fim dos séculos. A substância do ensino não pode ser alterada. E como alteração não se entende apenas a introdução de elementos estranhos a ele, como a omissão de partes essenciais dele.
Os métodos de catequese do Pe. José Anchieta e do Pe. Luís da Grã são a tradução desses princípios em ato. Colocados diante das abominações e das aberrações dos infelizes silvícolas, não lhes ocultaram quanto é diversa a Moral católica. E pediram formalmente aos índios que abandonassem seus vícios.
Peçamos a Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, que interceda ao Seu Divino Filho pela verdadeira Igreja de Cristo aqui e em todo o mundo, não permitindo que os progressistas a destruam a partir de seu cume. Só nos restam as promessas de Nosso Senhor no Santo Evangelho: “As portas do inferno não prevalecerão” (Mt. 16,18) e de Nossa Senhora em Fátima: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará.”
Continua
“É preciso que os brasileiros oponham-se à neo-missiologia progressista. Ela quer modificar a doutrina da Santa Igreja Católica. Levantem-se brasileiros de Fé!”
Aquela obra que não foi escrita apenas para aquele momento, mas ela se aplica perfeitamente apara o nosso conturbado e caótico século XXI. Ela se aplica sobretudo ao Sínodo da Amazônia que se aproxima e que afetará profundamente o futuro da Igreja e da sociedade temporal. Essa reunião, conforme observado antes, pretende mudar os costumes da Igreja e o próprio conceito de civilização não só na Amazônia, mas em todo o mundo.
Os católicos precisam prestar atenção a esse “novo caminho” que mescla uma ecologia integral com as tribos indígenas, a fim de modelar uma nova Igreja com uma face amazônica.
Concepção católica tradicional das Missões
Segundo o conceito tradicional de Missão Católica, no missionário que é enviado pela Igreja, em nome derepresenta Jesus Cristo, a Quem representa junto a povos não católicos,primitivos e age para com o fim de os trazer para a verdadeira Fé. Ensina a Igreja que a via normal para o homem se salvar consiste em ser batizado, crer e professar a doutrina e a lei de Jesus Cristo. Trazer os homens para a Igreja é, pois, abrir-lhes as portas do Céu.
Índios em recreação na missão salesiana na Amazônia; abaixo, oração missionária antes do dia do trabalho
A glória de Deus e a eterna salvação dos homens são os fins transcendentes das Missões. Isto não impede que a Missão colha outros frutos terrenos próprios a civilizar os povos.
Cristianizar e civilizar são, pois, termos correlatos. É impossível cristianizar seriamente sem civilizar e vice-versa.
Ser missionário, no Brasil, é principalmente levar o Evangelho aos índios. É persuadi-los de que se libertem das superstições e dos costumes bárbaros que os escravizam, levando-os à prática dos dez Mandamentos da Lei de Deus. Em consequência, civilizá-los, para que alcancem seu fim celeste. Podendo o missionário dizer: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” (Jn 8:32)
Concepção progressista do Sínodo
Em seu discurso em Puerto Maldonado (19 de janeiro de 2018) o Papa Francisco explicou que as diversas espiritualidades e crenças dos povos indígenas da Amazônia os motivam a viver uma comunhão com a terra, a água, as árvores, os animais, com o dia e a noite. Os pajés (xamãs ou feiticeiros) promovem a harmonia das pessoas entre si e com o cosmo. Todos eles são “memória viva da missão que Deus nos confiou a todos: cuidar da Casa Comum.”
Em outras palavras, o Papa tenta justificar o fundo panteísta das crenças indígenas e dar-lhes uma boa conotação social: cuidar as florestas, “nossa casa comum.”
Contudo, a Fé Católica nada tem de comum com essas crenças fetichistas. A Igreja sempre as considerou pagãs e idólatras.
Paralelamente, o ideal sócio-político que parece estar por trás da nova missiologia ecológica não é tanto a proteção dos povos indígenas, quanto a declaração da Amazônia como um território independente em relação aos países a que ela hoje pertence. Ela deveria constituir um “patrimônio dos índios.” Em outras palavras, os líderes da Teologia da Libertação, que são os verdadeiros senhores do que pensam os índios, teriam um enorme território à sua disposição para ensair suas utopias comunistas e teocráticas.
Francisco em Puerto Maldonado saúda os nativos e chama a floresta amazônica de 'coração da Igreja'
Contra essa tendencia de dar autonomia territorial aos índios O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira já havia prevenido em outra de suas obras:
“O Projeto de Constituição, a adotar-se em uma concepção tão hipertrofiada dos direitos dos índios, abre caminho a que se venha a reconhecer aos vários agrupamentos indígenas uma como que soberania diminutae rationis [parcial] soberania dos vários grupos indígenas. Uma autodeterminação, de acordo com a expressão consagrada (A Proposta de Constituição: Angústia pela Nação – Projeto de Constituição angustia o País, São Paulo: Ed. Vera Cruz, 1987, pp. 182, 119).
Tais palavras foram elogiadas pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal brasileiro Marco Aurélio de Mello que disse: “Proféticas palavras tendo em conta, até mesmo, o fato de o Brasil, em setembro de 2007, haver concorrido, no âmbito da Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas, para a aprovação da Declaração Universal dos Direitos dos Indígenas” (cfr. Catolicismo, n. 700, abril de 2009).
Vozes missionárias atualizadas
Os caráteres “profético” e comunista dos ideais progressistas aparecem em alguns documentos emitidos por instituições, personalidades e órgãos missionários brasileiros. Eis alguns trechos:
- “Os índios ainda não estão corrompidos por este sistema em que vivemos. A Igreja precisa trazer uma esperança real para o oprimido. ´Eram irmãos, tinham tudo em comum´. Isso responde às exigências do pobre.... As comunidades indígenas são uma profecia futura para esse jeito novo de viver, onde o mais importante é o homem (Conclusões da 1ª Assembleia Nacional de Pastoral Indigenista, doc. 1, p. 7. Seção I, nº 1)
- “As comunidades indígenas devem ser recebidas como evangelizadoras, para que se tornem modelo à nossa sociedade que muito tem a aprender com elas”. Declarações de D. Fernando Gomes, Arcebispo de Goiânia Seção IV, nº 14
).
- “Hoje a atividade missionária descobre na cultura indígena valores evangélicos, de tal forma que o índio não só é evangelizado, mas também é capaz de nos evangelizar, pelo relacionamento fraterno entre si,” (D. Tomás Balduíno, Bispo de Goiás e Presidente do CIMI, ao semanário Opinião doc. 14). Seção V, nº 17).
- “A convicção profunda dos missionários ligados à Igreja é que estes povos (indígenas) são os verdadeiros evangelizadores do mundo. Nós, os missionários, não vamos a eles como quem leva uma doutrina ou uma evangelização que o Cristo nos trouxe e confiou, e que nós revestimos com ritos civilizados e cultos. Mas vamos a eles sabendo que o Cristo já nos antecedeu no meio deles, e que lá estão as ‘sementes do Verbo.” (Idem., doc. 18, Seção V, n. 21)
Dom Balduino, de braços dados com os índios, ele diz que deve evangelizar os católicos...
Evangelização e civilização
Pe. José de Anchieta, milagreiro missionário que não fez concessões aos erros dos índios
“O Sínodo da Amazônia é um pretexto para mudar a Igreja, e o fato de ser feito em Roma quer enfatizar o início de uma nova Igreja.”
A substância do ensino católico é imutável. Foi dada por Jesus Cristo, mantida pela Santa Igreja e ninguém a poderá alterar até o fim dos séculos. A substância do ensino não pode ser alterada. E como alteração não se entende apenas a introdução de elementos estranhos a ele, como a omissão de partes essenciais dele.
Os métodos de catequese do Pe. José Anchieta e do Pe. Luís da Grã são a tradução desses princípios em ato. Colocados diante das abominações e das aberrações dos infelizes silvícolas, não lhes ocultaram quanto é diversa a Moral católica. E pediram formalmente aos índios que abandonassem seus vícios.
Peçamos a Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, que interceda ao Seu Divino Filho pela verdadeira Igreja de Cristo aqui e em todo o mundo, não permitindo que os progressistas a destruam a partir de seu cume. Só nos restam as promessas de Nosso Senhor no Santo Evangelho: “As portas do inferno não prevalecerão” (Mt. 16,18) e de Nossa Senhora em Fátima: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará.”
Continua
Postado em 26 de julho de 2019
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