Virtudes Católicas
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Caminhos Verdadeiros e Falsos para a Felicidade - X
Cumprindo Nosso Próprio Modelo Ideal
Um homem idoso torna-se mais fraco no sentido físico da palavra enquanto, ao mesmo tempo, sua mente se torna cada vez mais restrita às coisas imediatas, preocupado com o momento que passa, envolvido com questões práticas e concretas.
Vários dos meus velhos conhecidos – na casa dos 60 anos ou mais – têm duas preocupações exclusivas. Uma delas é administrar a casa de campo onde moram: as galinhas e a bomba d'água são eventos para eles. Outra é cuidar da saúde. De manhã, eles comentam como seus corações batem durante a noite e vivem aterrorizados com o próximo truque que a doença pode pregar neles. Vendo a doença e as sombras da morte à medida que avançam na idade, defendem-se freneticamente. Eles não têm outras preocupações.
Uma pessoa mais jovem pode pensar: "Como é possível ser assim depois de uma vida inteira? É algo assustador! Eu nunca gostaria que isso acontecesse comigo. Mas... estou começando a cair em horizontes e preocupações que vão acabar assim."
O arco voltaico da inocência
Se, ao longo de sua vida, um homem soube crescer não apenas em experiência, mas em discernimento de espírito, bom senso e sabedoria, sua mente adquirirá na velhice um esplendor e uma nobreza que refletirão em sua vida para enfrentar e ser a verdadeira beleza de seus últimos anos.
Seu corpo físico é uma lembrança da morte que se aproxima, mas, em compensação, sua alma tem lampejos de imortalidade.
Um homem de 50 ou 60 anos pode pensar: "Como é bela a juventude! Tenho saudades da minha primeira inocência. Por essa franqueza e frescor de alma! Não quero morrer sem ter recuperado as qualidades da minha infância, para que quando apresentar-me diante de Nossa Senhora e posso dizer: "Minha Mãe, toda a minha vida está em suas mãos. De tudo o que me deu, eu perdi quase nada. A Senhora colheu frutos de tudo o que me deu. Ainda assim, houve algumas coisas dado a mim em meus primeiros dias que eu não tenho mais e preciso me recuperar.'”
Quando uma criança atinge esses primeiros alvores da razão, Deus lhe mostra de alguma forma como Ele quer ser visto, conhecido e adorado por essa pessoa. Muito provavelmente, quando estiver prestes a morrer, Deus de alguma forma se manifestará à pessoa novamente naquela forma primitiva, que é a maneira pela qual a pessoa é mais atraída por Deus Nosso Senhor.
Uma espécie de arco voltaico se estabelece entre o momento em que a pessoa nasceu e o momento em que ela dá seu último suspiro. E essa imagem especial de Deus se apresenta novamente no final, atraindo a pessoa e convidando-a ao Céu. Ao longo da vida, há momentos em que nos lembramos daquela primeira imagem e nos preparamos para a última. Um homem assim preparado, tendo aproveitado a primeira imagem de inocência e recebendo a última, pode dizer: "Oh, meu Deus, eu te adoro, e adoro-te desta maneira particular." Então, Deus colhe essa alma e a leva para o Céu porque é semelhante à imagem que Ele lhe deu com a primeira inocência. A vida não é um rio que desemboca no vácuo, mas desagua num mar harmônico ao homem e semelhante a ele. Começa com um amanhecer metafísico e termina com um sol metafísico.
Deve-se crescer na inocência
Na Catedral de Estrasburgo, a cada quarto de hora aparece um dos quatro autômatos em cima de seu relógio monumental. Representando as diferentes idades da vida, as figuras de uma criança, um jovem, um homem em plena idade e um velho saem cada um e desfilam diante da Morte. Um deles toca uma campainha e o outro vira a ampulheta de cabeça para baixo para indicar que um tempo terminou e outro começou.
De alguma forma, em nossa vida, quando passamos de uma era para outra, um sino ou gongo simbólico também soa. Uma ampulheta é virada de cabeça para baixo. Algo muda.
Mas a mudança significa uma ruptura com o passado? Ou deve-se pensar em um somatório? Pode um velho ter algo da infância, juventude, maturidade e velhice?
A resposta depende da concepção de vida de cada pessoa. Muitos veem a mudança como uma ruptura gradual. Outros acreditam que deveria haver uma soma. Como isso pode ser explicado?
A infância é geralmente considerada inocente, a juventude é fervorosa e idealista, a idade madura pensativa e venal, e então a velhice se aproxima. No entanto, a inocência é algo que se encaixa em todas as idades: é preciso crescer em inocência até a hora da morte.
Essa visão das quatro eras é verdadeira? Deve ser irrevogavelmente assim?
Uma 'luta de classes' entre as idades
Em relação às várias idades do homem, há uma concepção que segue o padrão da luta de classes. Na doutrina comunista, cada classe é inimiga daquelas que estão acima dela. Na "luta de classes" entre as épocas, a pessoa que muda de estágio na vida perderia as qualidades e defeitos do estágio anterior e adquiriria diferentes qualidades e defeitos.
Nessa concepção, a criança sonha com o maravilhoso: é fraca, frágil, pequena, mas é pura. O puro e o maravilhoso são as qualidades da criança.
Depois vem a juventude. Já não é puro, ousa afirmar-se praticando a impureza, mas é idealista, forte, romântico, amoroso. As más tendências aparecem com as características românticas e amorosas.
Então entra a maturidade. O indivíduo perde a impulsividade e o idealismo. Sua força está na estabilidade e fixação. A realidade se torna mais concreta para ele. Ele comanda, ele governa. Ele não tem mais a força de um soldado de vanguarda, mas possui o vigor de um general.
Depois vem a velhice. É um desencanto. A vida não vale nada. O egoísmo é tudo (esta é a concepção que estamos examinando). Ele chupa a boca sem dentes, tolerando a cabeça vazia de ideias, com os olhos vazios de luz e os ouvidos vazios de som. Sentado em sua cadeira, em seus chinelos, ele se compromete com a morte e aproveita o que pode da vida até que a morte chegue.
É a trajetória da vida de um homem infiel à sua primeira inocência. É uma "luta de classes" de uma época contra outra.
A soma das idades
No entanto, quando o homem é fiel, as qualidades das várias idades se somam. Ele mantém todas as qualidades da infância até a velhice.
Na juventude, deve haver os da infância; na idade madura, os da juventude e da infância; na velhice, um refinamento, pelo qual ele possui todas as qualidades das épocas anteriores. Quando morre, entrega a sua alma a Deus com as riquezas de toda a sua vida.
É muito mais bonito exalar o último suspiro assim. O homem se entrega a Deus como quem devolve o conjunto de tesouros que dele recebeu, implorando a misericórdia divina pelo que não está completo.
Assim deve ser a morte do homem Católico.
Portanto, devemos assumir, nas várias épocas, os dons da era anterior.
Isso não significa que não devemos amadurecer, mas sim que devemos acrescentar as perfeições próprias de cada época. E assim atingir a idade extrema com a inocência da infância; o idealismo da juventude e todas as características das épocas anteriores.
Maria Stuart, Rainha da França e mais tarde Rainha da Escócia, era apenas uma menina quando fez sua viagem de Lorena para a França. Ao longo do caminho, ela foi saudada em francês e latim pelo povo. Uma criança muito precoce, ela respondeu em francês ou latim. Ela tinha apenas sete anos!
No final de sua vida, quando já era uma velha de cabelos brancos, houve uma manifestação de juventude que considero surpreendente. Na véspera de ser executada, sabendo que ia morrer, dormiu a noite toda com tanta facilidade que, na hora de se vestir para a execução, a empregada teve que acordá-la. Ela se aproximou e disse:
- "Senhora, chegou a hora."
- "O que é?"
- "Senhora, chegou a hora."
- "Eu vou."
Ela fez suas orações matinais, enfeitou-se e foi a sua morte.
Ela mostrou que seu domínio psíquico estava em plena força. Após 18 anos de prisão, sofrimento e uma vida de aventuras – nem todas muito bonitas... – ela morreu com muita dignidade. Foi o encanto e a grandeza da Casa da Lorena!
Pode-se ver que a soma das idades dá origem a grandes precocidades sem tirar o que a infância deve ter. Essas precocidades ampliaram seu alcance ao longo do tempo, resultando em pessoas muito precoces, que começam a vida cedo e terminam tarde. Estas são as grandes vidas da humanidade.
Se você perdeu sua primeira inocência, tente recuperá-la! E assim você recuperará toda felicidade possível nesta Terra.
Continua
Vários dos meus velhos conhecidos – na casa dos 60 anos ou mais – têm duas preocupações exclusivas. Uma delas é administrar a casa de campo onde moram: as galinhas e a bomba d'água são eventos para eles. Outra é cuidar da saúde. De manhã, eles comentam como seus corações batem durante a noite e vivem aterrorizados com o próximo truque que a doença pode pregar neles. Vendo a doença e as sombras da morte à medida que avançam na idade, defendem-se freneticamente. Eles não têm outras preocupações.
Uma pessoa mais jovem pode pensar: "Como é possível ser assim depois de uma vida inteira? É algo assustador! Eu nunca gostaria que isso acontecesse comigo. Mas... estou começando a cair em horizontes e preocupações que vão acabar assim."
O arco voltaico da inocência
Se, ao longo de sua vida, um homem soube crescer não apenas em experiência, mas em discernimento de espírito, bom senso e sabedoria, sua mente adquirirá na velhice um esplendor e uma nobreza que refletirão em sua vida para enfrentar e ser a verdadeira beleza de seus últimos anos.
O arco voltaico: dois polos por onde passa a eletricidade produzindo uma luz intensa
Um homem de 50 ou 60 anos pode pensar: "Como é bela a juventude! Tenho saudades da minha primeira inocência. Por essa franqueza e frescor de alma! Não quero morrer sem ter recuperado as qualidades da minha infância, para que quando apresentar-me diante de Nossa Senhora e posso dizer: "Minha Mãe, toda a minha vida está em suas mãos. De tudo o que me deu, eu perdi quase nada. A Senhora colheu frutos de tudo o que me deu. Ainda assim, houve algumas coisas dado a mim em meus primeiros dias que eu não tenho mais e preciso me recuperar.'”
Quando uma criança atinge esses primeiros alvores da razão, Deus lhe mostra de alguma forma como Ele quer ser visto, conhecido e adorado por essa pessoa. Muito provavelmente, quando estiver prestes a morrer, Deus de alguma forma se manifestará à pessoa novamente naquela forma primitiva, que é a maneira pela qual a pessoa é mais atraída por Deus Nosso Senhor.
Uma espécie de arco voltaico se estabelece entre o momento em que a pessoa nasceu e o momento em que ela dá seu último suspiro. E essa imagem especial de Deus se apresenta novamente no final, atraindo a pessoa e convidando-a ao Céu. Ao longo da vida, há momentos em que nos lembramos daquela primeira imagem e nos preparamos para a última. Um homem assim preparado, tendo aproveitado a primeira imagem de inocência e recebendo a última, pode dizer: "Oh, meu Deus, eu te adoro, e adoro-te desta maneira particular." Então, Deus colhe essa alma e a leva para o Céu porque é semelhante à imagem que Ele lhe deu com a primeira inocência. A vida não é um rio que desemboca no vácuo, mas desagua num mar harmônico ao homem e semelhante a ele. Começa com um amanhecer metafísico e termina com um sol metafísico.
Deve-se crescer na inocência
Na Catedral de Estrasburgo, a cada quarto de hora aparece um dos quatro autômatos em cima de seu relógio monumental. Representando as diferentes idades da vida, as figuras de uma criança, um jovem, um homem em plena idade e um velho saem cada um e desfilam diante da Morte. Um deles toca uma campainha e o outro vira a ampulheta de cabeça para baixo para indicar que um tempo terminou e outro começou.
Infância, idade adulta e velhice caminham antes da morte no relógio da Catedral de Estrasburgo
Mas a mudança significa uma ruptura com o passado? Ou deve-se pensar em um somatório? Pode um velho ter algo da infância, juventude, maturidade e velhice?
A resposta depende da concepção de vida de cada pessoa. Muitos veem a mudança como uma ruptura gradual. Outros acreditam que deveria haver uma soma. Como isso pode ser explicado?
A infância é geralmente considerada inocente, a juventude é fervorosa e idealista, a idade madura pensativa e venal, e então a velhice se aproxima. No entanto, a inocência é algo que se encaixa em todas as idades: é preciso crescer em inocência até a hora da morte.
Essa visão das quatro eras é verdadeira? Deve ser irrevogavelmente assim?
Uma 'luta de classes' entre as idades
Em relação às várias idades do homem, há uma concepção que segue o padrão da luta de classes. Na doutrina comunista, cada classe é inimiga daquelas que estão acima dela. Na "luta de classes" entre as épocas, a pessoa que muda de estágio na vida perderia as qualidades e defeitos do estágio anterior e adquiriria diferentes qualidades e defeitos.
Quando alguém é infiel à sua inocência, a velhice parece o prelúdio do nada
Depois vem a juventude. Já não é puro, ousa afirmar-se praticando a impureza, mas é idealista, forte, romântico, amoroso. As más tendências aparecem com as características românticas e amorosas.
Então entra a maturidade. O indivíduo perde a impulsividade e o idealismo. Sua força está na estabilidade e fixação. A realidade se torna mais concreta para ele. Ele comanda, ele governa. Ele não tem mais a força de um soldado de vanguarda, mas possui o vigor de um general.
Depois vem a velhice. É um desencanto. A vida não vale nada. O egoísmo é tudo (esta é a concepção que estamos examinando). Ele chupa a boca sem dentes, tolerando a cabeça vazia de ideias, com os olhos vazios de luz e os ouvidos vazios de som. Sentado em sua cadeira, em seus chinelos, ele se compromete com a morte e aproveita o que pode da vida até que a morte chegue.
É a trajetória da vida de um homem infiel à sua primeira inocência. É uma "luta de classes" de uma época contra outra.
A soma das idades
No entanto, quando o homem é fiel, as qualidades das várias idades se somam. Ele mantém todas as qualidades da infância até a velhice.
O velho guarda a inocência da criança, o idealismo do jovem, a estabilidade do adulto e a sabedoria de sua idade
É muito mais bonito exalar o último suspiro assim. O homem se entrega a Deus como quem devolve o conjunto de tesouros que dele recebeu, implorando a misericórdia divina pelo que não está completo.
Assim deve ser a morte do homem Católico.
Portanto, devemos assumir, nas várias épocas, os dons da era anterior.
Isso não significa que não devemos amadurecer, mas sim que devemos acrescentar as perfeições próprias de cada época. E assim atingir a idade extrema com a inocência da infância; o idealismo da juventude e todas as características das épocas anteriores.
Maria Stuart, Rainha da França e mais tarde Rainha da Escócia, era apenas uma menina quando fez sua viagem de Lorena para a França. Ao longo do caminho, ela foi saudada em francês e latim pelo povo. Uma criança muito precoce, ela respondeu em francês ou latim. Ela tinha apenas sete anos!
Maria Stuart, Rainha da França e Escócia
- "Senhora, chegou a hora."
- "O que é?"
- "Senhora, chegou a hora."
- "Eu vou."
Ela fez suas orações matinais, enfeitou-se e foi a sua morte.
Ela mostrou que seu domínio psíquico estava em plena força. Após 18 anos de prisão, sofrimento e uma vida de aventuras – nem todas muito bonitas... – ela morreu com muita dignidade. Foi o encanto e a grandeza da Casa da Lorena!
Pode-se ver que a soma das idades dá origem a grandes precocidades sem tirar o que a infância deve ter. Essas precocidades ampliaram seu alcance ao longo do tempo, resultando em pessoas muito precoces, que começam a vida cedo e terminam tarde. Estas são as grandes vidas da humanidade.
Se você perdeu sua primeira inocência, tente recuperá-la! E assim você recuperará toda felicidade possível nesta Terra.
Continua
O grande relógio astronômico na Catedral de Estrasburgo
Postado em 13 de junho de 2022
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