Virtudes Católicas
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Caminhos Verdadeiros e Falsos para a Felicidade - XX
Náusea da Normalidade e Sede do Absoluto
A vida contemporânea já não deslumbra a humanidade como antigamente. Há alguns anos começou a aparecer com seus fardos, decepções e prosaicismo. O cotidiano contemporâneo – desgastado e tedioso, sem encanto ou dignidade – começou a produzir tédio ou confusão.
Existem muitas causas para essa mudança. Uma delas reside no fato de que as novas gerações foram educadas sem noção do absoluto. Para eles, tudo é relativo. No entanto, há no homem uma sede inata pelo absoluto. As novas gerações procuram saciar esta sede com uma alta intensidade de sensações. As pessoas hoje ou se abandonam à ilusão dos vícios ou se lançam em extravagâncias de todos os tipos para escapar da normalidade. Deste ponto para as drogas é um pequeno passo.
Por que tantos procuram drogas hoje?
É uma pergunta oportuna. Esse passo para as drogas costuma ser precedido, conscientemente ou não, por um certo sentimento de tédio que aflige a vida moderna. Jovens e adultos hoje sentem a insipidez do mundo moderno e querem algo para sacudi-los ou agitá-los.
Se a pessoa se refugiar na normalidade, ela também pode encontrar o tédio. Ele pode ter uma verdadeira náusea por uma normalidade da vida cotidiana, das coisas comuns como elas são, de experimentar a normalidade sem sentir nada intenso.
A náusea da normalidade acaba sendo uma das características do nosso tempo. É uma característica tão marcante que, mesmo entre as pessoas que levam um estilo de vida moderado, é possível encontrar sinais característicos dela.
Há uma solução?
O sentido inato do absoluto
A solução para essa náusea só pode ser encontrada na busca de verdadeiros absolutos. As frustrações cada vez maiores dessas novas gerações são causadas por não terem nenhuma visão do absoluto. Assim como o sedento anseia por água, o homem – que é um ser contingente – naturalmente pede o absoluto: Anima mea sicut terra sine aqua tibi – Minha alma tem sede de Ti como terra árida por água. (Sl 143,6)
O homem da nova geração é como um passarinho que quer voar, mas não tem asas suficientes para voar. Então, todas as suas penas se levantam com o vento e ele fica na ponta dos pés; ele quer pular, mas quando ele pula, ele cai.
Ele é um passarinho encantador que faz um começo envolvente. Ele é chamado a voar, sente que vai voar, cresce no desejo de voar. Com esse desejo sua capacidade de voar também cresce. E, no entanto, ele ainda não voa. Em um determinado momento, algo acontece e então ele voa.
Elementos naturais que são símbolos do absoluto
Só Deus é Absoluto. Os seres que Ele criou, cada um com suas características próprias, são chamados a simbolizar o absoluto. E, por meio deles, pode-se ter pensamentos que levam à contemplação de Deus.
A sede do absoluto é, então, essencialmente religiosa?
A resposta correta é altamente matizada:
* Sim, é, e sobretudo quando o homem sabe que existe um ser que personifica todos esses valores de forma eterna, imutável e necessária, que é Deus. Dado que a graça presta uma ajuda preciosa e contínua a todas as iniciativas que conduzem a Deus, esta sede de absoluto pode não ser puramente natural e, nestes casos, tem um pano de fundo religioso.
* Sim, até certo ponto, porque os elementos naturais podem fazer parte dessa sede de outros absolutos parciais em maior proporção do que os existentes em atos de culto que levam diretamente ao sobrenatural. Uma simples caneca de chope, por exemplo, pode ser usada na busca de um absoluto, e, nesse caso, mais elementos naturais entram obviamente do que em um ato de adoração.
Deixe-me explicar um pouco mais como uma cerveja pode participar da busca pelo absoluto.
O chope, como tudo que existe, é uma espécie de rascunho, ou esboço, de um ser ideal mais perfeito.
Ser perfeito significa duas coisas: primeiro, não ter defeitos; e segundo, levando suas qualidades ao máximo do que pode ser.
Não terei entendido a cerveja se não consigo imaginar a cerveja perfeita. Depois de imaginá-la, esse rascunho imperfeito me faz entender um ser possível que é a alegria da minha vida.
A cor do chope é muito bonita, não há dúvida, mas se fosse tingida com um dourado mais consistente seria melhor... Falta um pouco de dourado.
Por outro lado, o chope é uma bela residência para a luz. A luz que entra e permanece nela é mais bela que a luz que existe na água. Agora então, a água, de um certo ponto de vista, é um lar ideal para a luz. Mas o chope pode ser uma casa mais bonita.
A caneca de cerveja também pode fazer parte do comentário, que não é feito por uma pessoa, mas por um ambiente. Um grupo de pessoas sente o mesmo pelo chope, e um artesão, com mais capacidade de traduzir o que todos sentem, expressa-o através de um estilo particular de caneca.
Este não é apenas um exemplo de muitas outras contemplações que podemos fazer sobre quase tudo que nos cerca.
Uma vida assim vivida em contemplação é muito mais divertida. No chope, vejo a possibilidade de ser muito mais do que é, e essa possibilidade me fala de Deus.
É necessário habituar o espírito a saborear muitas coisas dessa maneira. Quem só gosta de chope, que só sabe interpretar chope, acaba bêbado. Deve-se aprender a fazer esta operação de ascensão ao maravilhoso com respeito a um grande número de coisas, que melhor assegura a temperança.
É claro que o fim específico da esfera religiosa é conduzir o homem a Deus, que é o Absoluto. Mas é possível ir a outros absolutos parciais também através do mundo temporal, porque Deus é o autor de ambos os mundos. Negar isso seria aderir a "um certo espiritismo" que Pio XII reprovou expressamente. Assim, salvo algumas vocações especiais, não é correto deixar de fora a esfera temporal.
Continua
Entediada com a normalidade, a geração Woodstock; abaixo, a juventude moderna ainda em busca de sensações
Por que tantos procuram drogas hoje?
É uma pergunta oportuna. Esse passo para as drogas costuma ser precedido, conscientemente ou não, por um certo sentimento de tédio que aflige a vida moderna. Jovens e adultos hoje sentem a insipidez do mundo moderno e querem algo para sacudi-los ou agitá-los.
Se a pessoa se refugiar na normalidade, ela também pode encontrar o tédio. Ele pode ter uma verdadeira náusea por uma normalidade da vida cotidiana, das coisas comuns como elas são, de experimentar a normalidade sem sentir nada intenso.
A náusea da normalidade acaba sendo uma das características do nosso tempo. É uma característica tão marcante que, mesmo entre as pessoas que levam um estilo de vida moderado, é possível encontrar sinais característicos dela.
Há uma solução?
O sentido inato do absoluto
A solução para essa náusea só pode ser encontrada na busca de verdadeiros absolutos. As frustrações cada vez maiores dessas novas gerações são causadas por não terem nenhuma visão do absoluto. Assim como o sedento anseia por água, o homem – que é um ser contingente – naturalmente pede o absoluto: Anima mea sicut terra sine aqua tibi – Minha alma tem sede de Ti como terra árida por água. (Sl 143,6)
Um filhote de passarinho tentando voar sem sucesso com suas asas
Ele é um passarinho encantador que faz um começo envolvente. Ele é chamado a voar, sente que vai voar, cresce no desejo de voar. Com esse desejo sua capacidade de voar também cresce. E, no entanto, ele ainda não voa. Em um determinado momento, algo acontece e então ele voa.
Elementos naturais que são símbolos do absoluto
Só Deus é Absoluto. Os seres que Ele criou, cada um com suas características próprias, são chamados a simbolizar o absoluto. E, por meio deles, pode-se ter pensamentos que levam à contemplação de Deus.
A sede do absoluto é, então, essencialmente religiosa?
A resposta correta é altamente matizada:
* Sim, é, e sobretudo quando o homem sabe que existe um ser que personifica todos esses valores de forma eterna, imutável e necessária, que é Deus. Dado que a graça presta uma ajuda preciosa e contínua a todas as iniciativas que conduzem a Deus, esta sede de absoluto pode não ser puramente natural e, nestes casos, tem um pano de fundo religioso.
* Sim, até certo ponto, porque os elementos naturais podem fazer parte dessa sede de outros absolutos parciais em maior proporção do que os existentes em atos de culto que levam diretamente ao sobrenatural. Uma simples caneca de chope, por exemplo, pode ser usada na busca de um absoluto, e, nesse caso, mais elementos naturais entram obviamente do que em um ato de adoração.
A busca do absoluto no chope perfeito
O chope, como tudo que existe, é uma espécie de rascunho, ou esboço, de um ser ideal mais perfeito.
Ser perfeito significa duas coisas: primeiro, não ter defeitos; e segundo, levando suas qualidades ao máximo do que pode ser.
Não terei entendido a cerveja se não consigo imaginar a cerveja perfeita. Depois de imaginá-la, esse rascunho imperfeito me faz entender um ser possível que é a alegria da minha vida.
A cor do chope é muito bonita, não há dúvida, mas se fosse tingida com um dourado mais consistente seria melhor... Falta um pouco de dourado.
Por outro lado, o chope é uma bela residência para a luz. A luz que entra e permanece nela é mais bela que a luz que existe na água. Agora então, a água, de um certo ponto de vista, é um lar ideal para a luz. Mas o chope pode ser uma casa mais bonita.
O gosto belga pela distinção nas cervejas levou-os a fazer uma caneca diferente para cada cerveja
Este não é apenas um exemplo de muitas outras contemplações que podemos fazer sobre quase tudo que nos cerca.
Uma vida assim vivida em contemplação é muito mais divertida. No chope, vejo a possibilidade de ser muito mais do que é, e essa possibilidade me fala de Deus.
É necessário habituar o espírito a saborear muitas coisas dessa maneira. Quem só gosta de chope, que só sabe interpretar chope, acaba bêbado. Deve-se aprender a fazer esta operação de ascensão ao maravilhoso com respeito a um grande número de coisas, que melhor assegura a temperança.
É claro que o fim específico da esfera religiosa é conduzir o homem a Deus, que é o Absoluto. Mas é possível ir a outros absolutos parciais também através do mundo temporal, porque Deus é o autor de ambos os mundos. Negar isso seria aderir a "um certo espiritismo" que Pio XII reprovou expressamente. Assim, salvo algumas vocações especiais, não é correto deixar de fora a esfera temporal.
Os medievais tinham uma tremenda compreensão do símbolo
Postado em 3 de outubro de 2022
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