Questões Socio-políticas
Stalinismo no Brasil - I
Uma visão geral de seu caráter terrorista inicial
O que o Brasil tem em comum com Cuba, China, Vietnã e Coréia do Norte? A resposta pode ser resumida em uma palavra: Stalinismo.
Brasil, Cuba, China, Vietnã e Coréia do Norte são os cinco dedos da mão chamados Stalinismo.
O Comunismo Brasileiro é um dos representantes mais cruéis e eficientes dessa corrente, sendo o mais fiel aos princípios Stalinistas.
Não é difícil demonstrar esse fato. É o que tentarei fazer neste breve estudo, que dividirei em partes por uma questão de clareza. Nesta primeira parte, mostrarei como o modelo Soviético foi seguido no Brasil.
Caráter terrorista do Comunismo Russo
Transpondo as ideias e eventos da Rússia no início do século 19 para o Brasil na primeira metade do século 20, vemos que o primeiro elo importante entre as duas situações é a religião.
Embora a religião tenha sido negada e combatida até a sua destruição pelo Comunismo, através da dialética Marxista-Leninista, ela também foi usada como um instrumento de conquista.
Stalin, filho de uma mãe devota, frequentou escolas religiosas e um seminário. Lá ele se envolveu com a "intelligentsia" Marxista e se juntou ao Comunismo.
Expulso do seminário como uma pessoa perigosa, ele seguiu a cartilha de Bakunin e adotou Lenin como mestre. Ele foi nomeado um dos diretores do recém-fundado Partido Social Democrata dos Trabalhadores, que operava ilegalmente.
Stalin e Lenin compartilhavam um ódio profundo e feroz pelo Czar, manifestado pelas lutas revolucionárias nas ruas, manifestações em massa e distribuição de panfletos ideológicos. Grandes greves foram promovidas, fazendo com que os proprietários de grandes fábricas, como os Rothschilds e os Mantachiofs, tremessem. Eles pregaram a ditadura radical do proletariado, revoltas populares, tumultos, greves e terror.
Para manter esses esforços, eles precisavam de dinheiro. Então, eles começaram o que chamavam de "expropriações," que saqueavam igrejas e cofres do governo.
Invasões, saques, assaltos e roubos também eram frequentes, assim como máquinas de dinheiro falsos e casamentos calculados de jovens comunistas com viúvas ricas e idosas. Lenin e Stalin planejaram um assalto à transportadora de uma Empresa estatal na estrada que a diligência do banco tomou entre Petersburgo e Tiflis. O camarada Ter-Petrosian estava encarregado de obter as armas, munições e dinamite, que estavam escondidas na casa de Stalin.
Em 13 de junho de 1907, duas carruagens carregadas de dinheiro escoltados pelos Cossacos a cavalo, pararam na praça em frente ao banco. Os ladrões terroristas Lenin e Stalin puxaram os pavios de suas granadas e os jogaram na carruagem, fazendo com que os cavalos fugissem rapidamente, ainda puxando as carruagens com as malas de dinheiro.
O grupo disparou tiros de todos os lados para afastar os transeuntes. Um deles jogou outra granada entre as patas do cavalo correndo e este caiu no chão, parando a diligência. Pelo menos 50 pessoas inocentes morreram: homens, mulheres e crianças.
Os ladrões comunistas pegaram as malas de dinheiro e as esconderam na casa de Stalin. Nenhum dos autores foi encontrado ou preso, revelando alguma cumplicidade da polícia com os criminosos. Lenin designou o dinheiro para os fins do Partido.
No artigo "Os Heróis da Revolução," publicado em 1925, Ter-Pretosian forneceu detalhes de seu papel central nessa trama criminosa. O organizador por trás dessa e de outras "expropriações" foi Stalin, fato explicitamente confirmado pela revista Sotsialistitcheski Viestnik (Mensageiro Socialista).
Terrorismo Comunista no Brasil
Durante esse período, o Brasil passava por uma fase de instabilidade política e institucional, uma vez que a Monarquia acabara de ser derrubada e o primeiro governo republicano estava hesitante, tentando encontrar seu caminho.
Os presidentes Brasileiros daquele período (1898-1918) foram sucessivamente Campos Salles, Rodrigues Alves, Affonso Pena, Nilo Peçanha, comandante militar Hermes da Fonseca, Wenceslau Brás e Rodrigues Alves. Cada um à sua maneira estava tentando organizar o país Republicano.
Um exemplo expressivo do Stalinismo pode ser visto no levante Comunista de 1935, liderado por Luiz Carlos Prestes, que menciono aqui apenas de passagem, pois dedicarei mais tempo a ele em meu próximo artigo.
Após o levante Comunista de Prestes em 1935, o terror Stalinista levou mais 30 anos para se manifestar novamente no Brasil com o início do Regime Militar (1964 a 1985). Acredito que era necessário um regime para impedir que os governantes Brasileiros tomassem medidas em direção aos países comunistas.
Por exemplo, Jânio Quadros demonstrou simpatia por essa ideologia ao condecorar Fidel Castro e Che Guevara, e o Presidente João Goulart se declarou claramente a favor do Comunismo Chinês e Russo.
Foi somente depois que o Presidente João Goulart foi deposto por uma revolução militar em 1964 que o terrorismo Stalinista levantou a cabeça no Brasil. Dois dos principais expoentes deste Stalinismo-leninismo foram Carlos Marighella e Carlos Lamarca. Deixe-me dizer uma palavra sobre eles.
Em seu Manual de Guerrilha, Marighella usou a mesma expressão de Stalin - "expropriação" - para se referir a ataques terroristas a propriedades públicas e privadas.
Ele pediu "a expropriação de recursos do governo e aqueles pertencentes aos grandes capitalistas, proprietários de terras e imperialistas, com pequenas expropriações a serem usadas para a manutenção de guerrilheiros urbanos individuais e grandes expropriações para apoiar o movimento guerrilheiro."
Carlos Lamarca abandonou o Exército Brasileiro em 1964 e, em 1968, tornou-se instrutor de tiro para os funcionários do Banco Brasileiro de Descontos (BRADESCO) para que eles pudessem se defender de assaltos à mão armada. Ele se aproveitou dessa posição para inserir iniciados de guerrilha no banco.
Lamarca foi recrutado para a luta armada revolucionária pela Vanguarda Revolucionária Popular (PRV) e se tornou um de seus líderes.
Em 25 de janeiro de 1969, acompanhado por um sargento, um cabo e um soldado, assaltou o quartel do Regimento Raposo Tavares (IV RI) em Quitaúna, Estado de São Paulo, carregando 69 rifles, 10 metralhadoras e três bazucas.
Em julho, ele comandou um dos maiores roubos já realizados no Brasil: o roubo do cofre do ex-governador de São Paulo, Adhemar de Barros, que pesava cerca de 205 quilos e continha US $ 2,5 milhões em dinheiro.
Em 1970, Lamarca iniciou uma base de guerrilha no Vale do Ribeira, no Estado de São Paulo. Nesse mesmo ano, ele escreveu um manifesto que foi enviado a um grande número de oficiais do Exército. Nesse documento, ele fez sua profissão de fé "Marxista-Leninista" e convocou os militares a formarem um "exército do povo" que lutaria para "as fábricas serem dirigidas pelos próprios trabalhadores."
No Brasil, o número de atos violentos praticados por guerrilheiros urbanos - incluindo assassinatos, explosões, roubo de armas, munições e explosivos, assaltos a bancos, sequestros de diplomatas estrangeiros (negociar a libertação de prisioneiros terroristas) etc. - não deixa dúvidas sobre a intenção comunista dos perpetradores revolucionários. Cerca de 120 pessoas foram mortas por guerrilheiros de esquerda naquele período.
Dado o ideal que eles buscavam, assim como os métodos utilizados, pode-se concluir que, nesta fase, os comunistas no Brasil adotaram um comunismo Stalinista.
Continua
Apesar de reivindicar democracia e legalidade, o Partido Comunista do Brasil é uma fonte constante de violência
O Comunismo Brasileiro é um dos representantes mais cruéis e eficientes dessa corrente, sendo o mais fiel aos princípios Stalinistas.
Não é difícil demonstrar esse fato. É o que tentarei fazer neste breve estudo, que dividirei em partes por uma questão de clareza. Nesta primeira parte, mostrarei como o modelo Soviético foi seguido no Brasil.
Caráter terrorista do Comunismo Russo
Transpondo as ideias e eventos da Rússia no início do século 19 para o Brasil na primeira metade do século 20, vemos que o primeiro elo importante entre as duas situações é a religião.
Embora a religião tenha sido negada e combatida até a sua destruição pelo Comunismo, através da dialética Marxista-Leninista, ela também foi usada como um instrumento de conquista.
Stalin, filho de uma mãe devota, frequentou escolas religiosas e um seminário. Lá ele se envolveu com a "intelligentsia" Marxista e se juntou ao Comunismo.
Expulso do seminário como uma pessoa perigosa, ele seguiu a cartilha de Bakunin e adotou Lenin como mestre. Ele foi nomeado um dos diretores do recém-fundado Partido Social Democrata dos Trabalhadores, que operava ilegalmente.
Stalin e Lenin destruíram o passado monárquico da Rússia
Para manter esses esforços, eles precisavam de dinheiro. Então, eles começaram o que chamavam de "expropriações," que saqueavam igrejas e cofres do governo.
Invasões, saques, assaltos e roubos também eram frequentes, assim como máquinas de dinheiro falsos e casamentos calculados de jovens comunistas com viúvas ricas e idosas. Lenin e Stalin planejaram um assalto à transportadora de uma Empresa estatal na estrada que a diligência do banco tomou entre Petersburgo e Tiflis. O camarada Ter-Petrosian estava encarregado de obter as armas, munições e dinamite, que estavam escondidas na casa de Stalin.
Ter-Petrosian, parte do roubo de 1907, nunca foi levado à justiça
O grupo disparou tiros de todos os lados para afastar os transeuntes. Um deles jogou outra granada entre as patas do cavalo correndo e este caiu no chão, parando a diligência. Pelo menos 50 pessoas inocentes morreram: homens, mulheres e crianças.
Os ladrões comunistas pegaram as malas de dinheiro e as esconderam na casa de Stalin. Nenhum dos autores foi encontrado ou preso, revelando alguma cumplicidade da polícia com os criminosos. Lenin designou o dinheiro para os fins do Partido.
No artigo "Os Heróis da Revolução," publicado em 1925, Ter-Pretosian forneceu detalhes de seu papel central nessa trama criminosa. O organizador por trás dessa e de outras "expropriações" foi Stalin, fato explicitamente confirmado pela revista Sotsialistitcheski Viestnik (Mensageiro Socialista).
Terrorismo Comunista no Brasil
Durante esse período, o Brasil passava por uma fase de instabilidade política e institucional, uma vez que a Monarquia acabara de ser derrubada e o primeiro governo republicano estava hesitante, tentando encontrar seu caminho.
Os presidentes Brasileiros daquele período (1898-1918) foram sucessivamente Campos Salles, Rodrigues Alves, Affonso Pena, Nilo Peçanha, comandante militar Hermes da Fonseca, Wenceslau Brás e Rodrigues Alves. Cada um à sua maneira estava tentando organizar o país Republicano.
Um exemplo expressivo do Stalinismo pode ser visto no levante Comunista de 1935, liderado por Luiz Carlos Prestes, que menciono aqui apenas de passagem, pois dedicarei mais tempo a ele em meu próximo artigo.
Após o levante Comunista de Prestes em 1935, o terror Stalinista levou mais 30 anos para se manifestar novamente no Brasil com o início do Regime Militar (1964 a 1985). Acredito que era necessário um regime para impedir que os governantes Brasileiros tomassem medidas em direção aos países comunistas.
Por exemplo, Jânio Quadros demonstrou simpatia por essa ideologia ao condecorar Fidel Castro e Che Guevara, e o Presidente João Goulart se declarou claramente a favor do Comunismo Chinês e Russo.
Foi somente depois que o Presidente João Goulart foi deposto por uma revolução militar em 1964 que o terrorismo Stalinista levantou a cabeça no Brasil. Dois dos principais expoentes deste Stalinismo-leninismo foram Carlos Marighella e Carlos Lamarca. Deixe-me dizer uma palavra sobre eles.
Em seu Manual de Guerrilha, Marighella usou a mesma expressão de Stalin - "expropriação" - para se referir a ataques terroristas a propriedades públicas e privadas.
Manual de Marighella, Mini manual de Guerrilha Urbana; abaixo, Lamarca treinando uma guerrilheira
Carlos Lamarca abandonou o Exército Brasileiro em 1964 e, em 1968, tornou-se instrutor de tiro para os funcionários do Banco Brasileiro de Descontos (BRADESCO) para que eles pudessem se defender de assaltos à mão armada. Ele se aproveitou dessa posição para inserir iniciados de guerrilha no banco.
Lamarca foi recrutado para a luta armada revolucionária pela Vanguarda Revolucionária Popular (PRV) e se tornou um de seus líderes.
Em 25 de janeiro de 1969, acompanhado por um sargento, um cabo e um soldado, assaltou o quartel do Regimento Raposo Tavares (IV RI) em Quitaúna, Estado de São Paulo, carregando 69 rifles, 10 metralhadoras e três bazucas.
Em julho, ele comandou um dos maiores roubos já realizados no Brasil: o roubo do cofre do ex-governador de São Paulo, Adhemar de Barros, que pesava cerca de 205 quilos e continha US $ 2,5 milhões em dinheiro.
Base de guerrilha de Lamarca em São Paulo
No Brasil, o número de atos violentos praticados por guerrilheiros urbanos - incluindo assassinatos, explosões, roubo de armas, munições e explosivos, assaltos a bancos, sequestros de diplomatas estrangeiros (negociar a libertação de prisioneiros terroristas) etc. - não deixa dúvidas sobre a intenção comunista dos perpetradores revolucionários. Cerca de 120 pessoas foram mortas por guerrilheiros de esquerda naquele período.
Dado o ideal que eles buscavam, assim como os métodos utilizados, pode-se concluir que, nesta fase, os comunistas no Brasil adotaram um comunismo Stalinista.
Continua
Postado em 4 de março de 2020
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